domingo, 1 de novembro de 2020

TESTEMUNHO

 171
TESTEMUNHO

Pois para isto é que fostes chamados, porque também o Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que lhe sigais as pegadas.

Pedro (I PEDRO, 2 :21).

Muitos se queixam da luta moral em que se sentem envolvidos, depois da aceitação do Evangelho.

Em caminhos diferentes, sentem-se modificados.

Não mais mergulham nas correntes escuras da vaidade.

Não mais se comprazem no orgulho.

Não mais se compadecem com o egoísmo.

Não mais rendem culto à discórdia.

E, por isso, de alma desenfaixada, por perderem velhos envoltórios da ilusão, reconhecem que a sensibilidade se lhes aguça, agravando-lhes as aflições na romagem do mundo.

Sentem-se expostos a doloroso processo de burilamento e admitem padecer, mais que os outros, angustiosas provas. Mas, na sublimação espiritual de que oferecem testemunho, outros filhos da Terra tomam contato com a Boa Nova, descobrindo as excelsitudes da vida cristã e estendendo-lhe a luz divina.

Se nos encontrarmos, pois, em extremos desajustes na vida íntima, à face dos problemas suscitados pela fé, saibamos superar corajosamente os conflitos da senda, optando sempre pelo sacrifício de nós mesmos, em favor do bem geral, de vez que não fomos trazidos à comunhão com Jesus, simplesmente para o ato de crer, mas para contribuir na extensão do Reino de Deus, ao preço de nossa própria renovação.

Ninguém recue, diante do sofrimento. Aprendamos a usá-lo, na edificação da vida mais eficiente, em frutos de paz e luz, serviço e fraternidade, bom ânimo e alegria, porque, segundo o Evangelho, "a isso fomos chamados", com o exemplo do Divino Mestre, que renunciou em nosso benefício, deixando-nos o padrão de altura espiritual que nos compete atingir.

NOSSA REFLEXÃO

O contato com o Evangelho e participação de grupos de estudos ou de obras sociais não nos isenta de sofrer os processos da vida reencarnatória, que é em geral, num mundo de provas e expiações, são sofridos.

Em verdade, como Emmanuel nos afirma nesta mensagem, “[...] não fomos trazidos à comunhão com Jesus, simplesmente para o ato de crer, mas para contribuir na extensão do Reino de Deus, ao preço de nossa própria renovação” (grifos nossos).

Todo mundo tem o seu momento de provar a sua fé, que se configura num testemunho a ela. É muito possível que venhamos a traí-la, por causa da influência material e social que ainda nos domina. Mas, o fato de cairmos, não podemos ficar no chão. Todo momento de queda é momento de nos fortalecermos para seguir em frente. Lembremos do “fracasso de Pedro” (título de outra mensagem de Emmanuel do livro Caminho, Verdade e Viva (Chico Xavier/FEB)). Ele negou o Cristo por três vezes, mas foi dado a ele a direção da continuação da obra do Cristo.

Devemos nos perdoar quando cairmos, pois o trabalho da Seara do Mestre é para os renovados. O Cristo desenvolveu uma Escola na Terra em que o aprendizado se desenvolve no dia a dia, de modo reflexivo e prático.

Devemos aprender com os nossos erros (sejamos inteligentes) e com os erros dos outros (sejamos sábios)[i].

Com relação a nos identificarmos com o Espiritismo e nos proclamarmos como Espíritas, lembremos que o esforço moral de nos tornamos verdadeiros espíritas é o que nos faz verdadeiros espíritas[ii]. Quando formos convidados a darmos o nosso testemunho, mostremos que somos convictos e não neguemos a nossa fé[iii].

Que Deus nos ajude.

Domício.


[i] Augusto Cury
[ii] “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más (Allan Kardec – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 4 (Os bons espíritas).
[iii] Vide sobre a Coragem da fé em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 24, itens 13 a 16.

Nenhum comentário:

Postar um comentário