domingo, 25 de outubro de 2020

ROTULAGEM

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ROTULAGEM

Mas quem não possui o espírito do Cristo, esse não é dele.

Paulo (ROMANOS, 8:9).

A rotulagem não tranquiliza.

Procuremos a essência.

Há louvores em memória do Cristo, em muitos estandartes que estimulam a animosidade entre irmãos.

Há símbolos do Cristo, em numerosos tribunais, que, em muitas ocasiões, apenas exaltam a injustiça.

Há preciosas referências ao Cristo, em vozes altamente categorizadas da cultura terrestre, que, em nome do Evangelho, procuram estender a miséria e a ignorância.

Há juramentos por Cristo, através de conversações que constituem vastos corredores na direção das trevas.

Há invocações verbais ao Cristo, em operações puramente comerciais, que são escuros atentados à harmonia da consciência.

Meditemos na extensão de nossos deveres morais, no círculo das responsabilidades que abraçamos com a fé cristã.

Jesus permanece em imagens, cartazes, bandeiras, medalhas, adornos, cânticos, poemas, narrativas, discursos, sermões, estudos e contendas, mas isso é muito pouco se lhe não possuímos o ensinamento vivo, na consciência e no coração.

É sempre fácil externar entusiasmo e convicção, votos brilhantes e frases bem-feitas.

Acautelemo-nos, porém, contra o perigo da simples rotulagem. Com o apóstolo, não nos esqueçamos de que, se não possuímos o espírito do Cristo, dele nos achamos ainda consideravelmente distantes.

NOSSA REFLEXÃO

Um Mestre deve ser defendido, exaltado, colocado no mais alto posto da consideração e deve ser seguido, em palavras e ações.

Na relação Aprendiz e Mestre, se estabelece uma sintonia quando o Aprendiz retorna ao Mestre sobre suas aprendizagens. E, então, o Mestre avaliará aquele quanto à mudança de comportamentos esperada dele.

O nosso Mestre Jesus espera mudança em nós há quase dois mil anos, a partir de sua volta ao seu Reino.

O rótulo só engana a quem se rotula, se exaltando em relação a outros. O Mestre Jesus nos advertiu:

Nem todos os que me dizem: “Senhor! Senhor!” — entrarão no Reino dos Céus; apenas entrará aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, nesse dia, me dirão: “Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio? Não fizemos muitos milagres em teu nome?” — Eu então lhes direi em altas vozes: “Afastai-vos de mim, vós que fazeis obras de iniquidade” (MATEUS, 7:21 a 23).

Mas aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem insensato que construiu sua casa na areia (MATEUS, 7, 26).

Allan Kardec se posicionou sobre essa passagem evangélica:

Serão cristãos os que o honram com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não, porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios, e não no coração.[1]

Então, como bons cristãos que queremos ser, devemos exaltar o Mestre Jesus seguindo o que ele nos ensinou. O religioso cristão não deve levantar bandeiras de defesa à sua crença e nem defender o seu Mestre por supostos ataques a Ele. O Cristo não precisou ser defendido nem por toda a plêiade de Espíritos Superiores que deram suporte a Ele em sua Missão. Até foi provocado a descer da cruz, com ironias, por ele ter se sido considerado o Rei dos judeus. E Ele não respondeu à provocação.

Que tenhamos em mente que o Cristo falou e fez, e tentemos desenvolver a aprendizagem que ele espera de nós. Essa é a melhor defesa que podemos fazer a nossa fé e ao nosso Mestre Jesus.

Para nos considerarmos bons espíritas ou bons cristãos, sigamos outro Mestre, o A. Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más”.[2]

Que Deus nos ajude.

Domício.

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