56
RENASCE AGORA
Aquele que não nascer de novo não pode ver o
Reino de Deus.
Jesus (JOÃO, 3:3).
A própria natureza apresenta preciosas lições, nesse
particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre
novos. Dispondo, assim, de 365 ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente,
quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado
período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre,
mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando
mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela
aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará
fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e
paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou
desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor
antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício
daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário
cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e
serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui,
dentro de nós e em nossos passos, a escura fermentação da guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos
mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e
incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: "Aquele que não
nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes,
trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação
da vitória sobre ti mesmo, no tempo...
Mais
vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.
NOSSA REFLEXÃO
Todos os dias temos a oportunidade de renascer, em
Espírito. Somos Espíritos reencarnados com a missão de evoluir. Trouxemos, para
mais uma convivência social, um leque de instruções, reflexões feitas no plano
espiritual, para dar mais um passo na nossa escalada espiritual, rumo a
perfeição[1].
Contudo essa viagem pode ser muito longa, mas tão rápida
quanto desejarmos. Só depende de nós. Somos Espíritos ainda doentes da alma e
precisamos dar conta de nossa própria cura, sem nos prendermos demais aos
aleijões dos outros. Como disse Emmanuel, em outra obra: “A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais
importante, porquanto se efetua com vistas à eternidade”[2]. Isso não significa que
não devamos nos preocupar e agir em favor dos aleijados de toda sorte. Apenas
não devemos esquecer que temos aleijões graves, e espirituais, para curar em
nós mesmos, pela nossa reforma íntima.
Esta mensagem nos faz lembrar dos momentos difíceis da
vida, em que foi comum sairmos em nossa defesa, atacando os outros. Isto não é
nada caridoso, pois todo ataque a nós é oportunidade de elevação. A
misericórdia[3]
que deve se desenvolver em nós, como um dos atos de amar (ser caridoso) nos ajuda
a passar pelos momentos de incompreensões e injustiças (que não são nada fáceis
de passar; mas se não passarmos por eles, como seremos justos e misericordiosos
com os outros?)[4].
Sobre isso, nesta mensagem que ora refletimos, Emmanuel nos ajuda também a passar
por esses momentos:
“Enquanto
nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as
munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas
disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em nossos
passos, a escura fermentação da guerra”.
Então, reunamos forças para renascer agora, com todos os
comprometimentos evangélicos que advém dessa tomada de decisão.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1]
Vide O Livro dos
Espíritos, Livro Segundo, Cap. 1, Escala Espírita (itens 100 – 112)
[3] O modo como recebemos as ações do
próximo.
[4] Em se tratando de uma
incompreensão ou uma injustiça de um(a) amigo(a) (que pode ser um parente,
também), Paulo (Apóstolo) nos ajuda a passar por esse momento: “Perdoar aos inimigos é pedir
perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade;
perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. Perdoai, pois, meus amigos,
a fim de que Deus vos perdoe, porquanto, se fordes duros, exigentes,
inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que
Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência?” In: O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. X, item 15.
Nenhum comentário:
Postar um comentário