11
GLORIFIQUEMOS
Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para
todo o sempre.
Paulo.
FILIPENSES (4:20).
Quando o vaso se retirou da cerâmica, dizia sem palavras:
- Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.
Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio:
- Bendito seja o malho que me deu forma,
Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamava,
sem voz:
- Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente,
preparando-me a beleza.
Quando a seda luziu, formosa no templo, asseverava no
íntimo:
- Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.
Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu,
apressada:
- Bendita a terra escura que me encheu de perfume.
Quando o enfermo recuperou a saúde, gritou, feliz:
- Bendita seja a dor que me trouxe a lição do equilíbrio.
Tudo é belo, tudo é grande, tudo é santo na casa de Deus.
Agradeçamos a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa,
o sofrimento que ilumina.
A alvorada é maravilha do céu que vem após a noite na
Terra.
Que em
todas as nossas dificuldades e sombras seja nosso Pai glorificado para sempre.
NOSSA REFLEXÃO
Somos criaturas
de Deus fadadas à perfeição[1], pois tudo que Deus faz é
perfeito, mas cada um tem seu tempo próprio para reluzir. Em se tratando de
inteligências, temos a opção de nos tornarmos perfeitos no tempo próprio. Cada um,
então, passa pelos cadinhos particulares, conforme adequação à Lei que está
gravada em nossa consciência, lembrada pelo conhecimento ou pela dor. De alguma
forma somos ou fomos lembrados da Lei, seja diretamente pelos Profetas, pelo
Cristo, ou por termos que vivê-la pelos processos reencarnatórios em que cada um vive a Lei de Causa
e Efeito[2].
Deus nos deu
o modelo de perfeição, senão vejamos, na questão 625 de O Livro dos Espíritos:
Qual o
tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e
modelo? “Jesus.”
Mas para chegarmos a esse topo da evolução, passamos por
vários estágios evolutivos, e o da pureza espiritual é o daquele em que não há
mais necessidade de reencarnarmos, como está gravado, também, em o Livro dos
Espíritos, numa explicação de Allan Kardec à questão 226:
No tocante às
qualidades íntimas, os Espíritos são de diferentes ordens, ou graus, pelos
quais vão passando sucessivamente, à medida que se purificam. Com relação ao
estado em que se acham, podem ser: encarnados,
isto é, ligados a um corpo; errantes,
isto é, sem corpo material e aguardando nova encarnação para se melhorarem; Espíritos puros, isto é, perfeitos,
não precisando mais de encarnação.
Somos frutos de nós mesmos, e a cada reencarnação nos
despojamos do peso de nossa inadequação à Lei de Deus.
Cabe a nós sermos dóceis ao cadinho da Lei e darmos graças
ao nosso Pai pelo o que nos espera, em termos de felicidade espiritual. Isto
faz parte da Lei de Adoração.[3]
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] Vide O Livro dos Espíritos, da questão
96 a 127 que trata das diferentes ordens dos Espíritos e de sua progressão.