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UM POUCO DE FERMENTO
Não sabeis que um pouco de fermento leveda a
massa toda?
Paulo (I Coríntios, 5:
6).
Ninguém vive só.
Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.
Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras atuam a distância.
Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam-nos a marcha.
É preciso saber, portanto, que espécie de forças projetamos
naqueles que nos cercam.
Nossa conduta é um livro aberto.
Quantos de nossos gestos insignificantes alcançam o
próximo, gerando inesperadas resoluções!
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, arrojadas de
nossa boca, estabelecem grandes acontecimentos!
Cada dia, emitimos sugestões para o bem ou para o mal...
Dirigentes arrastam dirigidos.
Servos inspiram administradores.
Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?
Um pouco de fermento leveda a massa toda.
Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência,
mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.
Acautela-te, pois, com o alimento invisível que forneces às
vidas que te rodeiam.
Desdobra-se-nos
o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam
de nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel, nessa mensagem, nos leva à reflexão sobre a nossa
participação no conjunto da obra de evolução da humanidade, e, em particular,
em relação à nossa evolução e aos dos que sofrem nossa influência, diuturnamente.
Somos influenciados e influenciadores. Influenciamos os
Espíritos desencarnados e somos influenciados por eles, “muito mais do que [...][1] imaginamos. Também,
no plano físico, influenciamos e somos influenciados por muitos, sem precisar
estarmos convivendo o mesmo espaço físico, seja pelo pensamento, seja por uma
veiculação dessa, via postagem em uma rede social.
Portanto, devemos ter o cuidado de sermos um levedo
positivo, equilibrado e esclarecedor. Devemos pensar um pouco mais do que de
costume, antes de responder a uma provocação, seja positiva ou destrutiva. Caso
sentirmos, às vezes nem é, que seja destrutiva, devemos nos manter
desembainhado, pois
Enquanto
nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as
munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas
disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de
nossos passos, a escura fermentação da guerra. (EMMANUEL)[2]
Quanto ao nosso cotidiano de relação com os nossos
semelhantes, que tenham um pensar diferente do nosso, sobre a vida e a morte,
justiça social ou penal, liberdade democrática ou não, entre outros aspectos da
vida em sociedade, acadêmica, profissional ou religiosa, Um Espírito Protetor
nos aconselha:
Sois
chamados a estar em contato com espíritos de naturezas diferentes, de
caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede
joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma
consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias
que faltam para entrar na posse da sua herança[3].
Que tenhamos a vigilância necessária para não cairmos
em tentação.
Que Deus nos ajude, hoje e sempre.
Domício.
[1] Questão nº 459 de O Livro dos Espíritos. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? “Muito
mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos
dirigem”.
[2] Vide mensagem na íntegra e nossa
reflexão, em: Renasce agora.
[3] Vide mensagem na íntegra, em: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 10.