domingo, 28 de julho de 2019

UM POUCO DE FERMENTO


108
UM POUCO DE FERMENTO
Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?
Paulo (I Coríntios, 5: 6).
Ninguém vive só.
Nossa alma é sempre núcleo de influência para os demais.
Nossos atos possuem linguagem positiva.
Nossas palavras atuam a distância.
Achamo-nos magneticamente associados uns aos outros.
Ações e reações caracterizam-nos a marcha.
É preciso saber, portanto, que espécie de forças projetamos naqueles que nos cercam.
Nossa conduta é um livro aberto.
Quantos de nossos gestos insignificantes alcançam o próximo, gerando inesperadas resoluções!
Quantas frases, aparentemente inexpressivas, arrojadas de nossa boca, estabelecem grandes acontecimentos!
Cada dia, emitimos sugestões para o bem ou para o mal...
Dirigentes arrastam dirigidos.
Servos inspiram administradores.
Qual é o caminho que a nossa atitude está indicando?
Um pouco de fermento leveda a massa toda.
Não dispomos de recursos para analisar a extensão de nossa influência, mas podemos examinar-lhe a qualidade essencial.
Acautela-te, pois, com o alimento invisível que forneces às vidas que te rodeiam.
Desdobra-se-nos o destino em correntes de fluxo e refluxo. As forças que hoje se exteriorizam de nossa atividade voltarão ao centro de nossa atividade, amanhã.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel, nessa mensagem, nos leva à reflexão sobre a nossa participação no conjunto da obra de evolução da humanidade, e, em particular, em relação à nossa evolução e aos dos que sofrem nossa influência, diuturnamente.
Somos influenciados e influenciadores. Influenciamos os Espíritos desencarnados e somos influenciados por eles, “muito mais do que [...][1] imaginamos. Também, no plano físico, influenciamos e somos influenciados por muitos, sem precisar estarmos convivendo o mesmo espaço físico, seja pelo pensamento, seja por uma veiculação dessa, via postagem em uma rede social.
Portanto, devemos ter o cuidado de sermos um levedo positivo, equilibrado e esclarecedor. Devemos pensar um pouco mais do que de costume, antes de responder a uma provocação, seja positiva ou destrutiva. Caso sentirmos, às vezes nem é, que seja destrutiva, devemos nos manter desembainhado, pois

Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra. (EMMANUEL)[2]

Quanto ao nosso cotidiano de relação com os nossos semelhantes, que tenham um pensar diferente do nosso, sobre a vida e a morte, justiça social ou penal, liberdade democrática ou não, entre outros aspectos da vida em sociedade, acadêmica, profissional ou religiosa, Um Espírito Protetor nos aconselha:

Sois chamados a estar em contato com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança[3].

Que tenhamos a vigilância necessária para não cairmos em tentação.
Que Deus nos ajude, hoje e sempre.
Domício.



[1] Questão nº 459 de O Livro dos Espíritos. Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? “Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem”.
[2] Vide mensagem na íntegra e nossa reflexão, em: Renasce agora.
[3] Vide mensagem na íntegra, em: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 17, Item 10.

domingo, 21 de julho de 2019

RENOVEMO-NOS DIA A DIA


107
RENOVEMO-NOS DIA A DIA
Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Paulo (Romanos, 12 :2).
Não adianta a transformação aparente da nossa personalidade na feição exterior.
Mais títulos, mais recursos financeiros, mais possibilidades de conforto e maiores considerações sociais podem ser simples agravo de responsabilidade.
Renovemo-nos por dentro.
É preciso avançar no conhecimento superior, ainda mesmo que a marcha nos custe suor e lágrimas.
Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento.
Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Facilidades materiais costumam estagnar-nos a mente, quando não sabemos vencer os perigos fascinantes das vantagens terrestres.
Renovemos nossa alma, dia a dia, estudando as lições dos vanguardeiros do progresso e vivendo a nossa existência sob a inspiração do serviço incessante.
Apliquemo-nos à construção da vida equilibrada, onde estivermos, mas não nos esqueçamos de que somente pela execução de nossos deveres, na concretização do bem, alcançaremos a compreensão da vida, e, com ela, o conhecimento da "perfeita vontade de Deus", a nosso respeito.
NOSSA REFLEXÃO
Estamos no mundo pra nos lapidar como Espírito. Somos fadados a Perfeição, relativa. Para isso, precisamos estar conscientes de que se faz necessário muito sacrifício e renúncia de nós mesmos. Como diz Emmanuel, nessa mensagem:

Aceitar os problemas do mundo e superá-los, à força de nosso trabalho e de nossa serenidade, é a fórmula justa de aquisição do discernimento. Dor e sacrifício, aflição e amargura, são processos de sublimação que o Mundo Maior nos oferece, a fim de que a nossa visão espiritual seja acrescentada.
Precisamos nos desvincular de nossos caprichos e pensar na vida futura. O Cristo foi bem afirmativo, quando nos disse que seu Reino não era deste mundo (João, 18:33, 36 e 37). Conforme Allan Kardec, a respeito desse dizer do Cristo:

Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que Ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não creem na vida futura, imaginando que Ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.[1]
Desta forma, é importante frisar que muitos ainda não compreendem essa máxima de Jesus Cristo. A decorrência disso é que, chegando ao plano espiritual, depois da morte física, a alma, recém libertada do corpo físico, pode se deparar com uma situação incompreensível, angustiando-se. Essa angústia, que pode ser sofredora, não é nenhum demérito para uma alma recentemente desencarnada. Por que a vida continua. E não é um erro pecaminoso, no que tange à evolução espiritual, pensar que só vivemos, num corpo físico, apenas uma vez. Pois, pensando a Doutrina Cristã, a partir da concepção de uma única vida, não desvirtua, moralmente, ninguém. Isto se dá, porque conforme Allan Kardec, a partir de seus achados no seu trabalho de codificação da Doutrina Espírita: Fora da Caridade não Salvação. Isto é, não é a Religião que liberta, ou, como muitos possam querer dizer, salva.
Então, precisamos conhecer a vontade de Deus, e isto só é possível pela nossa renovação, conforme Emmanuel nos diz.
Esse pensamento é coerente com o ensinamento dos Espíritos Superiores a respeito da nossa possibilidade de ver a Deus. Eles nos esclareceram que isso só é possível quando atingimos o estado de pureza espiritual. Por enquanto, nós só o sentimos ou o advinhamos.[2]
Então, devemos, diuturnamente, além de nos informar sobre a Doutrina de Jesus, seja pela Doutrina Espírita ou outra Religião[3], nos renovar espiritualmente através de nossa reforma íntima. Só conhecer a Doutrina Cristã, não é suficiente para nos tornar melhor ou, mesmo, nos considerar totalmente convertido a ela. Emmanuel nos lembra, como foi a conversão de Pedro, apesar de ter convivido com o Cristo e presenciado as maravilhas de sua grandeza espiritual.[4]
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide, na íntegra, a dissertação de Allan Kardec sobre essa passagem evangélica em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II, Item 2.
[2] O Livro dos Espíritos, Questão nº 244. Os Espíritos veem a Deus? “Só os Espíritos superiores o veem e compreendem. Os inferiores o sentem e adivinham”.
[3] “Meus amigos, agradecei a Deus o haver permitido que pudésseis gozar a luz do Espiritismo. Não é que somente os que a possuem hajam de ser salvos; é que, ajudando-vos a compreender os ensinos do Cristo, ela vos faz melhores cristãos. Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam. – Paulo, o apóstolo. (Paris, 1860). (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, Item 10).
[4] Vide mensagem de Emmanuel, intitulada “Conversão” In “Caminho, Verdade e Vida (FEB).

domingo, 14 de julho de 2019

SIRVAMOS AO BEM


106
SIRVAMOS AO BEM
A luz resplandece nas trevas.
João (1:5).
Não te aflijas porque estejas aparentemente só no serviço do bem.
Jesus era sozinho, antes de reunir os companheiros para o serviço apostólico. Sozinho, à frente do mundo vasto, à maneira de um lavrador, sem instrumentos de trabalho, diante da selva imensa...
Nem por isso o Cristianismo deixou de surgir por templo vivo do amor, ainda hoje em construção na Terra, para a felicidade humana.
Jesus, porém, não obstante conhecer a força da verdade que trazia consigo, não se prevaleceu da sua superioridade para humilhar ou ferir.
Acima de todas as preocupações, buscou invariavelmente o bem, através de todas as situações e em todas as criaturas.
Não perdeu tempo em reprovações descabidas.
Não se confiou a polêmicas inúteis.
Instituiu o reinado salvador de que se fizera mensageiro, servindo e amando, ajudando sempre e alicerçando cada ensinamento com a sua própria exemplificação.
Continuemos, pois, em nossa marcha regenerativa para a frente, ainda mesmo quando nos sintamos a sós.
Sirvamos ao bem, acima de tudo, entretanto, evitemos discussões e agitações em que o mal possa expandir-se.
Foge a sombra ao fulgor da luz.
Não nos esqueçamos de que milhares de quilômetros de treva, no seio da noite, não conseguem apagar alguns milímetros da chama brilhante de uma vela, contudo, basta um leve sopro de vento para extingui-la.
NOSSA REFLEXÃO
A solidão pacífica ou solidária nos traz muitos bens espirituais. Mesmo estando sozinhos na multidão, ainda podemos espargir, pequenos fachos de luz, ao modo do vaga-lume. Desta forma, contribuímos para a paz dos outros. Isto não significa ficar calado às injustiças que podem ocorrer onde estamos. Não podemos é deixar apagar a luz da compreensão, da fé em Deus e perder a paciência.
Em se tratando da seara cristã, e, no nosso caso, espírita, devemos evitar contendas e preciosismos particulares. O nosso Eu[1] não deve prevalecer, a não ser que, o que defendemos, sem vaidades, seja de entendimento da maioria. Sobre isso, o Espírito de Verdade nos deixou o seguinte ensinamento:

Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado”.[2]

Desse modo, que possamos, e consigamos, seguir em frente, servindo ao Bem, com espírito de boa vontade e disposição para aprender, cada vez mais, com os outros, estando sempre sintonizados com os mentores do Bem, que se encontram entre nós, onde estivermos.
Que Deus nos ajude a não deixarmos o “homem velho” nos vencer.
Domício.


[1] Vide Mensagem de Emmanuel (nº 101 – A Cortina do “Eu”), neste blog.

domingo, 7 de julho de 2019

SOIS A LUZ


105
SOIS A LUZ
Vós sois a luz do mundo.
Jesus (Mateus, 5:14).
Quando o Cristo designou os seus discípulos, como sendo a luz do mundo, assinalou-lhes tremenda responsabilidade na Terra.
A missão da luz é clarear caminhos, varrer sombras e salvar vidas, missão essa que se desenvolve, invariavelmente, à custa do combustível que lhe serve de base.
A chama da candeia gasta o óleo do pavio.
A iluminação elétrica consome a força da usina.
E a claridade, seja do Sol ou do candelabro, é sempre mensagem de segurança e discernimento, reconforto e alegria, tranquilizando aqueles em torno dos quais resplandece.
Se nos compenetramos, pois, da lição do Cristo, interessados em acompanhá-lo, é indispensável a nossa disposição de doar as nossas forças na atividade incessante do bem, para que a Boa-Nova brilhe na senda de redenção para todos.
Cristão sem espírito de sacrifício é lâmpada morta no santuário do Evangelho.
Busquemos o Senhor, oferecendo aos outros o melhor de nós mesmos.
Sigamo-lo, auxiliando indistintamente.
Não nos detenhamos em conflitos ou perquirições sem proveito.
"Vós sois a luz do mundo" – exortou-nos o Mestre –, e a luz não argumenta, mas sim esclarece e socorre, ajuda e ilumina.
NOSSA REFLEXÃO
Iluminar o mundo, pelas claridades evangélicas, como nos diz Emmanuel, nesta mensagem, é a maior responsabilidade dada a todo aquele ou aquela que se dispõe a seguir o Mestre, com vista a sua própria iluminação.
Temos um combustível mínimo para começar esse serviço. Fomos criados simples e ignorantes, mas fadados a pureza espiritual[1]. À medida que gastamos nosso combustível, traduzido em nossa boa vontade de aprender e na alegria de transmitir esse aprendizado aos nossos semelhantes, sem espírito de vanglória, nós recebemos mais combustível, pois, moralmente, quem tem recebe mais[2]. A moral equilibrada é a única riqueza que aumenta quando é distribuída.
É verdade que essa alegria é precedida, muitas vezes, pela tristeza da incompreensão, da ingratidão, como também pela renúncia de bens materiais e sociais[3].
Que tenhamos fé na vida futura, pois descemos, novamente, a esse vale de lágrimas, chamado Terra, para voltarmos ao Pai, como nos fala a Parábola do Filho Pródigo. Como foi alegre a volta daquele filho... Tanto para ele, como para o seu Pai.
Que a alegria seja uma constante em nossas vidas, apesar das dificuldades e mazelas que poderemos ainda passar até voltar ao Reino de Deus.
Que Deus, o Mestre Jesus, nosso Anjo Guardião e amigos espirituais nos ajudem.
Domício.


[1] “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi assinada. Outros, só a suportam murmurando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade”. Respostas dos Espíritos Superiores à questão de nº 115, feita por Allan Kardec e grafada no O Livro dos Espíritos.
[2] “Pois àquele que tem lhe será dado, e terá com abundância; mas àquele que não tem até o que tem será tirado dele (Mateus, 13: 12) (O Novo Testamento – Haroldo Dutra Dias (FEB)). Vide explicação desse versículo, por Allan Kardec, no Item 15 do Cap. XVIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[3] Vide o que Emmanuel nos fala sobre isso na mensagem “Alegria Cristã”, parte do livro “Caminho,Verdade e Vida” (Psicografado por Chico Xavier).