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SIGAMO-LO
Aquele
que me segue não andará em trevas.
Jesus (JOÃO, 8:12).
Há
quem admire a glória do Cristo. Mas a admiração pura e simples pode
transformar-se em êxtase inoperante.
Há
quem creia nas promessas do Senhor. Todavia, a crença só por si pode gerar o
fanatismo e a discórdia.
Há
quem defenda a revelação de Jesus. Entretanto, a defesa considerada
isoladamente pode gerar o sectarismo e a cegueira.
Há
quem confie no Divino Mestre. Contudo, a confiança estagnada pode ser uma força
inerte.
Há quem
espere pelo eterno Benfeitor. No entanto, a expectativa sem trabalho pode ser
ansiedade inútil.
Há
quem louve o Salvador. Louvor exclusivo, porém, pode coagular a adoração
improdutiva.
A
palavra do Enviado celeste, entretanto, é clara e incisiva: "Aquele que me
segue não andará em trevas."
Se te
afeiçoaste ao Evangelho não te situes por fora do serviço cristão.
Procuremos
o Senhor, seguindo-lhe os passos.
Somente assim estaremos com o Cristo,
recebendo-lhe a excelsa luz.
NOSSA
REFLEXÃO
Admiração, crença, defesa, confiança, espera, adoração
e louvor a Jesus são expressões cultivadas por todo cristão. A passagem encarnada
do Mestre pela Terra se constituiu um divisor histórico para a humanidade.
Somos devedores de sua excelsa compaixão por nós.
Contudo, devemos ter em mente que Ele
incentivou, por atos, a não nos prendermos a Palavra, mas à ação em favor do
próximo e de nós mesmos.
Então, se quisermos a Sua companhia, devemos
estar em ação caritativa, não só social, mas sobretudo moral, pois há muitos
que estão na condição só de receber, materialmente falando[i]. Mesmo nessa condição,
podemos estar com Jesus, se considerarmos o Sermão da Montanha[ii] e trabalharmos em nossa
reforma íntima[iii]
e em favor do próximo.
Que sejamos seguidores de Suas ações quando
esteve conosco, pois elas representam toda a Palavra que Ele nos deixou.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[i]
Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, itens 9 e 10 e Cap. XV.
[ii] Vide a sua interpretação em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, VII, VIII, IX e X.
[iii] “Reconhece-se o verdadeiro espírita
pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas
inclinações más” (Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4.