domingo, 22 de novembro de 2020

MÃOS ESTENDIDAS

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MÃOS ESTENDIDAS

Estende a tua mão. E ele a estendeu e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra (MARCOS, 3:5).

Em todas as casas de fé religiosa, há crentes de mãos estendidas, suplicando socorro...

Almas aflitas revelam ansiedade, fraqueza, desesperança e enfermidades do coração.

Não seremos todos nós, encarnados e desencarnados, que algo rogamos à Providência divina, semelhantes ao homem que trazia a mão seca?

Presos ao labirinto criado por nós mesmos, eís-nos a reclamar o auxílio do divino Mestre...

Entretanto, convém ponderar a nossa atitude.

É justo pedir e ninguém poderá cercear quaisquer manifestações da humildade, do arrependimento, da intercessão.

Mas é indispensável examinar o modo de receber.

Muita gente aguarda a resposta materializada de Jesus.

Esse espera o dinheiro, aquele conta com a evidência social de improviso, aquele outro exige a imediata transformação das circunstâncias no caminho terrestre...

Observemos, todavia, o socorro do Mestre ao paralítico.

Jesus determina que ele estenda a mão mirrada e, estendida essa, não lhe confere bolsas de ouro nem fichas de privilégio. Cura-a. Devolve-lhe a oportunidade de serviço.

A mão recuperada naquele instante permanece tão vazia quanto antes.

É que o Cristo restituía-lhe o ensejo bendito de trabalhar, conquistando sagradas realizações por si mesmo; recambiava-o às lides redentoras do bem, nas quais lhe cabia edificar-se e engrandecer-se.

A lição é expressiva para todos os templos da comunidade cristã.

Quando estenderes tuas mãos ao Senhor, não esperes facilidades, ouro, prerrogativas... Aprende a receber-lhe a assistência, porque o divino Amor te restaurará as energias, mas não te proporcionará qualquer fuga às realizações do teu próprio esforço.

NOSSA REFLEXÃO

Sabemos que, pelas informações contidas nas Obras Básicas do Espiritismo, somos devedores da Lei Maior. Portanto, devemos saber que precisamos daquilo que nos acontece involuntariamente, particularmente o que nos faz sofrer ou nos impede de atuar livremente onde nos situamos socialmente.

Jesus nos disse que se buscássemos, acharíamos[i]. Esta busca do dia a dia é um processo demorado. Às vezes, requer humildade, perseverança e muita fé em Deus e em si mesmo.[ii]

Não somos privilegiados por isenção do trabalho quando solicitamos a ajuda espiritual, como Emmanuel nos deixa evidente nesta mensagem que ora refletimos. Mas não devemos deixar de procurar ajuda. O Cristo ou um de seus prepostos nos dará condições físicas ou intuitivas para realizarmos o que temos que realizar. A gente sente quando isso se dá.

Que nós estejamos sempre altivos e ativos para fazer a nossa parte. Isto significará sempre a mão estendida à Jesus. Devemos, também, ser o instrumento de Jesus para dar o que os outros precisam para continuar sua caminhada, com saúde e oportunidade para fazerem sua parte. Pois, muitas vezes somos ajudados dessa forma. Estejamos prontos para tal fim.

Que Deus nos ampare sempre, seja para pedir como para ser a resposta de Jesus aos nossos irmãos e às nossas irmãs.

Domício.


[i] Isto significa que devemos nos ajudar para que o Céu nos ajude. Ou seja, devemos fazer a nossa parte. Vide explanação de A. Kardec sobre este tema em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV, Item 2. Recomendo a leitura de todo o Capítulo.
[ii] Vide sobre “A fé humana e a divina” em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, Item 12. 


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