domingo, 29 de dezembro de 2019

HUMANIDADE REAL


127
HUMANIDADE REAL
Eis o Homem!
Pilatos (JOÃO, 19:5).
Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre...
Nem banquete, nem púrpura.
Nem aplauso, nem flores.
Jesus achava-se diante da morte.
Terminava uma semana de terríveis flagelações.
Traído, não se rebelara.
Preso, exercera a paciência.
Humilhado, não se entregou a revides.
Esquecido, não se confiou à revolta.
Escarnecido, desculpara.
Açoitado, olvidou a ofensa.
Injustiçado, não se defendeu.
Sentenciado ao martírio, soube perdoar.
Crucificado, voltaria’ à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.
Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: - Eis o condenado, eis a vítima!
Diz simplesmente: - "Eis o Homem!"
Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.
Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a humanidade real.
NOSSA REFLEXÃO
O Mestre foi um grande exemplo de dignidade moral que passou pelo planeta. Melhor dizendo, foi o maior grande exemplo... Tanto que os Espíritos Superiores o reverenciaram como o “[...] tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo [...]”[1].
Toda a sua vida messiânica foi voltada para nos ensinar a retomar o caminho para Deus. Particularmente na hora crucial de sua vida, ele mostrou que o Reino de Deus ainda não é deste mundo. Deu exemplo de fé e amor aos desavisados da hora. Deu o exemplo de um Professor que, ao final da aula, informa as lições da aula seguinte, além dos deveres a cumprir, dizendo: assim que se faz.
Foi paciente, misericordioso e amoroso com todos. Sabia com quem estava tratando, desde sempre.
Aquele que tinha o poder de o libertar não o condenou, enfaticamente, porque não tinha provas contra ele. Apenas o entregou a massa, lavando as mãos, para que ela não tivesse a responsabilidade do fato que estaria para acontecer.
Emmanuel nos recorda que, para atingirmos a “humanidade real”, ou seja, para que nos tornemos dignos do Reino de Deus, devemos ter em mente as “[...] linhas morais do Cristo [...]”.
Depois de tantas investidas no mal, a alma cansa de sofrer e é quando o Mestre e Médico autorizado de Deus estende suas mãos curadoras sobre as feridas daquele que sofreu por livre e espontânea vontade. E Ele faz “Por Amor”[2].
Que saibamos ser corretos quando o homem velho[3] se apresenta em nós. Nem sempre somos.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] Questão de nº 625 de O Livro dos Espíritos.
[2] Vide mensagem de Emmanuel, em “Caminho Verdade e Vida”, refletida por nós.
[3] “Assim, pois, meus queridos filhos, que uma santa emulação vos anime e que cada um de vós se despoje do homem velho. Deveis todos consagrar-vos à propagação desse Espiritismo que já deu começo à vossa própria regeneração. Corre-vos o dever de fazer que os vossos irmãos participem dos raios da sagrada luz. Mãos, portanto, à obra, meus muito queridos filhos! Que nesta reunião solene todos os vossos corações aspirem a esse grandioso objetivo de preparar para as gerações porvindouras um mundo no qual já não seja vã a palavra felicidade. – François-Nicolas-Madeleine, cardeal Morlot. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 20).

domingo, 22 de dezembro de 2019

domingo, 8 de dezembro de 2019

AJUDEMOS SEMPRE


126
AJUDEMOS SEMPRE
E quem é o meu próximo?
Lucas (10:29)
O próximo a quem precisamos prestar imediata assistência é sempre a pessoa que se encontra mais perto de nós.
Em suma, é, por todos os modos, a criatura que se avizinha de nossos passos. E como a Lei Divina recomenda amemos o próximo como a nós mesmos, preparemo-nos para ajudar, infinitamente...
Se temos pela frente um familiar, auxiliemo-lo com a nossa cooperação ativa.
Se somos defrontados por um superior hierárquico, exercitemos o respeito e a boa vontade.
Se um subordinado nos procura, ajudemo-lo com atenção e carinho.
Se um malfeitor nos visita, pratiquemos a fraternidade, tentando, sem afetação, abrir-lhe rumos novos na direção do bem.
Se o doente nos pede socorro, compadeçamo-nos de sua posição, qualquer que ela seja.
Se o bom se socorre de nossa palavra, estimulemo-lo a que se faça melhor.
Se o mau nos busca a influência, amparemo-lo, sem alarde, para que se corrija.
Se há Cristianismo em nossa consciência, o cultivo sistemático da compreensão e da bondade tem força de lei em nossos destinos.
Um cristão sem atividade no bem é um doente de mau aspecto, pesando na economia da coletividade.
No Evangelho, a posição neutra significa menor esforço.
Com Jesus, de perto, agindo intensivamente junto dele; ou com Jesus, de longe, retardando o avanço da luz. E sabemos que o Divino Mestre amou e amparou, lutou em favor da luz e resistiu à sombra, até à cruz.
Diante, pois, do próximo, que se acerca do teu coração, cada dia, lembra-te sempre de que estás situado na Terra para aprender e auxiliar.
NOSSA REFLEXÃO
A pergunta, grafada no caput desta mensagem de Emmanuel, se deu no contexto em que Jesus anunciou a Parábola do Bom Samaritano (Lucas, 10: 25-37). Allan Kardec e o Paulo, o Apóstolo, em Espírito, nos ajudam a entender melhor essa parábola[1].
Devemos agir segundo Emmanuel nos adverte, nesta mensagem: [...] como a Lei Divina recomenda amemos o próximo como a nós mesmos, preparemo-nos para ajudar, infinitamente...”
Ou seja, devemos ser As Cartas do Cristo[2] à gleba de sofredores e necessitados para os quais Ele dedicou seu messianato[3].
Emmanuel nos diz aqui que “no Evangelho, a posição neutra significa menor esforço”. Ele corrobora o Espírito Paulo, o Apóstolo, que nos ensina:

Submetei todas as vossas ações ao governo da caridade e a consciência vos responderá. Não só ela evitará que pratiqueis o mal, como também fará que pratiqueis o bem, porquanto uma virtude negativa não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes a inércia e a despreocupação.[4]

Que estejamos sintonizados com o Cristo na hora que Ele estiver assistindo um necessitado, e sejamos ativos, pois quase sempre somos passivos.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, itens 3 e 10, respectivamente.
[2] Emmanuel escreve sobre esse tema no livro Caminho, Verdade e Vida. Vide também nossa reflexão em As Cartas do Cristo.
[3] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, itens 7 e 8 e Cap. XV, itens 1, 3 e 10.

domingo, 1 de dezembro de 2019

RICAMENTE


125
RICAMENTE
"A palavra do Cristo habite em vós, ricamente...
Paulo (Colossenses, 3:16).
Dizes confiar no poder do Cristo, mas, se o dia aparece em cores contrárias à tua expectativa, demonstras deplorável indigência de fé na inconformação.
Afirmas cultivar o amor que o Mestre nos legou, entretanto, se o companheiro exterioriza pontos de vista diferentes dos teus, mostras enorme pobreza de compreensão, confiando-te ao desagrado e à censura.
Declaras aceitar o Evangelho em sua simplicidade e pureza, contudo, se o Senhor te pede algum sacrifício perfeitamente compatível com as tuas possibilidades, exibes incontestável carência de cooperação, lançando reptos e solicitando reparações.
Asseveras procurar a Vontade do celeste Benfeitor, no entanto, se os teus caprichos não se encontram satisfeitos, mostras lastimável miséria de paciência e esperança, arrojando teus melhores pensamentos ao lamaçal do desencanto.
Acenderemos, porém, a luz, permanecendo nas trevas.
Daremos testemunho de obediência, exaltando a revolta?
Ensinaremos a serenidade, inclinando-nos à desesperação?
Proclamaremos a glória do amor, cultivando o ódio?
A palavra do Cristo não nos convida a marchar na fraqueza ou na lamentação, como se fôssemos tutelados da ignorância.
Segundo a conceituação iluminada de Paulo, Boa-Nova deve irradiar-se de nossa vida, habitando a nossa alma, ricamente.
NOSSA REFLEXÃO
Nosso Mestre nos convidou a ser seus discípulos, sem deixar de nos dar os elementos que nos fariam fortes em qualquer situação da vida, e o Apóstolo Paulo nos lembra isso, pois considera que todo o esforço angelical e incomensurável do Cristo não foi à toa.
Não podemos trair a nossa fé em Jesus, como no início do Cristianismo, com Ele ainda entre nós, a exemplo dos próprios Apóstolos. Devemos seguir os exemplos desses mesmos Apóstolos, logo depois da volta de seu Mestre ao plano espiritual, bem como os exemplos testemunhados pelos primeiros cristãos que foram perseguidos e mortos, com requintes de crueldade, como na arena do Coliseu, mas sem perder a fé.
O Cristo não nos enganou quanto à perseguição que sofreriam os seus seguidores e, até hoje, no mundo, temos notícias de perseguição aos cristãos. Isto foi profetizado por Ele (Lucas, 21: 5-28)[1].
Allan Kardec disserta sobre as perseguições aos cristãos interpretando o que nos traz Lucas (6: 22-23):
“Rejubilai-vos”, diz Jesus, “quando os homens vos odiarem e perseguirem por minha causa, visto que sereis recompensados no céu.” Podem traduzir-se assim essas verdades: Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.”[2]

Mas não precisamos ser perseguidos para demonstrar a nossa fé em Jesus Cristo, até por que a perseguição é só uma entre inúmeras situações de demonstração de fé (Vide o Sermão do Monte[3]).
Devemos ser cristãos em pensamentos e atos. A caridade é a bandeira, o termômetro de todas nossas ações, independentemente da Religião cristã que professamos.
Então, as situações de conflitos de relacionamento, de carência material, de posicionamentos políticos, etc. se configuram como provas de nossa identidade com o Cristo e de oportunidades de irradiar, ricamente, a Boa-Nova em nossas vidas.
Que sejamos ricamente cristãos.
Que o Senhor nos ajude.
Domício.


[1] Vide mensagem do Espírito Emmanuel, grafada no livro “Caminho, Verdade e Vida”, intitulada Para testemunhar e refletida por nós.
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, Item 19.
[3] Os capítulos 5, 7, 8, 9 e 10 de O Evangelho Segundo o Espiritismo tratam de cada bem-aventurança prometida por Jesus Cristo.

domingo, 24 de novembro de 2019

NÃO TE CANSES

124
NÃO TE CANSES
Não nos cansemos de fazer o bem, pois, a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.
Paulo (Gálatas, 6:9).
Quando o buril começou a ferir o bloco de mármore embrutecido, a pedra, em desespero, clamou contra o próprio destino, mas depois, ao se perceber admirada, encarnando uma das mais belas concepções artísticas do mundo, louvou o cinzel que a dilacerara.
A lagarta arrastava-se com extrema dificuldade, e, vendo as flores tocadas de beleza e perfume, revoltava-se contra o corpo disforme; contudo, um dia, a massa viscosa em que se amargurava converteu-se nas asas de graciosa e ágil borboleta e, então, enalteceu o feio corpo com que a Natureza lhe preparara o voo feliz.
O ferro, colocado na bigorna rubra, espantou-se e sofreu, inconformado; todavia, quando se viu desempenhando importantes funções nas máquinas do progresso, sorriu reconhecidamente para o fogo que o purificara e engrandecera.
A semente lançada à cova escura chorou, atormentada, e indagou por que motivo era confiada, assim, ao extremo abandono; entretanto, vendo-se transformada em arbusto, avançou para o Sol e fez-se árvore respeitada e generosa, abençoando a terra que a isolara no seu seio.
Não te canses de fazer o bem.
Quem hoje te não compreende a boa vontade, amanhã te louvará o devotamento e o esforço.
Jamais te desesperes, e auxilia sempre.
A perseverança é a base da vitória.
Não olvides que ceifarás, mais tarde, em tua lavoura de amor e luz, mas só alcançarás a divina colheita se caminhares para diante, entre o suor e a confiança, sem nunca desfaleceres.
NOSSA REFLEXÃO
A primeira analogia feita por Emmanuel, entre o desenvolvimento das coisas e seres da natureza e o nosso aperfeiçoamento espiritual, para nos ajudar a não desfalecermos diante das dificuldades da vida, lembra o estado de espírito do escultor italiano do séc. XV, Michelangelo, que o levou a pedir para a sua estátua falar, quando terminou a sua obra “Moisés”, de tão perfeita que ela ficou. Foi um trabalho incansável que valeu, por demais, a pena.
A segunda analogia, relativa ao embelezamento da lagarta após sair do casulo/crisálida, lembra a analogia que Allan Kardec fez com o fenômeno da nossa existência corpórea sucedida pela nossa volta à vida espírita[1].
Assim, as outras analogias feitas por Emmanuel nos lembra como é difícil o aperfeiçoamento das coisas, pois tudo começa de modo dolorido ou passa por momentos difíceis para que a essência ou o vir a ser venha a se realizar.
Do mesmo modo, as nossas conquistas têm muito dos nossos méritos, apesar de sempre termos um empurrãozinho daqueles que veem em nós o espírito de empreendimento e a fé humana em um mesmo ser. Como nos diz Um Espírito Protetor:

Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas. – Um Espírito protetor. (Paris, 1863.)[2]

Sobre a questão da justiça do mérito, Emmanuel nos assevera que “é necessário compreenda o homem que Deus concede os auxílios; entretanto, cada Espírito é obrigado a talhar a própria glória.”[3]
Então, não deixemos de fazer a nossa parte, tanto quando se tratar de um empreendimento nosso, mesmo as duras penas, quanto se tratar de nossa relação com os seres que Deus nos chamou a conviver, não importando as incompreensões em relação a nossa boa vontade.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] Vide Questão nº 158 de O Livro dos Espíritos.
[2] Vide Cap. XIX, Item 12 de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[3] Vide mensagem na íntegra em “Coisas terrestres e celestiais”, refletida por nós.

domingo, 17 de novembro de 2019

VIVER EM PAZ


123
VIVER EM PAZ
Vivei em paz.
Paulo (II Coríntios, 13:11).
Mantém-te em paz.
É provável que os outros te guerreiem gratuitamente, hostilizando-te a maneira de viver; entretanto, podes avançar em teu roteiro, sem guerrear a ninguém.
Para isso, contudo – para que a tranquilidade te banhe o pensamento –, é necessário que a compaixão e a bondade te sigam todos os passos.
Assume contigo mesmo o compromisso de evitar a exasperação.
Junto da serenidade, poderás analisar cada acontecimento e cada pessoa no lugar e na posição que lhes dizem respeito.
Repara, carinhosamente, os que te procuram no caminho...
Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços... Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e identificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem ultrajadas ou contundidas.
Uns acusam, outros choram.
Ajuda-os, enquanto podes.
Pacificando-lhes a alma, harmonizarás, ainda mais, a tua vida.
Aprendamos a compreender cada mente em seu problema.
Recorda-te de que a Natureza, sempre divina em seus fundamentos, respeita a lei do equilíbrio e conserva-a sem cessar.
Ainda mesmo quando os homens se mostram desvairados, nos conflitos abertos, a Terra é sempre firme e o Sol fulgura sempre.
Viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.
NOSSA REFLEXÃO
Nós precisamos manter aquela tranquilidade quando os petardos, torpedos mentais vindos de alguém em desequilíbrio, sofredor por algum motivo que lhe atinge a alma, quem sabe a milênios, nos atingem inesperadamente ou mesmo de modo esperado.
Como nos adverte o Espírito Emmanuel, nessa mensagem que ora refletimos, “viver de qualquer modo é de todos, mas viver em paz consigo mesmo é serviço de poucos.”
Tenhamos a consciência que vivemos em um ambiente, em que fomos colocados a conviver com outros, para que cresçamos, também, na arte de manter a nossa paz interior. Só os equilibrados podem, de fato, auxiliar os que ainda estão em desequilíbrios. Não podemos fugir a essa realidade. Como nos ensina Um Espírito Protetor em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 10:

Sois chamados a estar em contato com espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes. Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.

Assim, devemos pensar um pouco mais antes de responder a uma ofensa, a um desequilíbrio manifestado por alguém. Antes que reclamar ou responder, com desequilíbrio, a um desequilíbrio, lembremos de que é um momento de exercer uma paz interior e ajudar quem precisa. Isto é, como o Espírito Emmanuel nos faz lembrar, nesta mensagem:

Todos os que surgem, aflitos ou desesperados, coléricos ou desabridos, trazem chagas ou ilusões. Prisioneiros da vaidade ou da ignorância, não souberam tolerar a luz da verdade e clamam irritadiços... Unge-te de piedade e penetra-lhes os recessos do ser, e identificarás em todos eles crianças espirituais que se sentem ultrajadas ou contundidas.

Sejamos tal qual um Paramédico ou Enfermeiro de plantão, pois esses auxiliam emergencialmente para depois tomar as devidas informações do paciente para auxiliar mais.
Que estejamos prontos para não perder a nossa serenidade, em qualquer situação que seja. Sejamos brandos e pacíficos em qualquer momento, pois conforme Um Espírito amigo:
A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.[1]

Que Deus nos ajude.
Domício.

domingo, 10 de novembro de 2019

ENTENDAMO-NOS

122
ENTENDAMO-NOS
Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros.
Pedro (I PEDRO, 4:8).
Não existem tarefas maiores ou menores. Todas são importantes em significação.
Um homem será respeitado pelas leis que implanta, outro será admirado pelos feitos que realiza. Mas o legislador e o herói não alcançariam a evidência em que se destacam, sem o trabalho humilde do lavrador que semeia o campo e sem o esforço apagado do varredor que contribui para a higiene da via pública.
Não te isoles, pois, no orgulho com que te presumes superior aos demais.
A comunidade é um conjunto de serviço, gerando a riqueza da experiência. E não podemos esquecer que a harmonia dessa máquina viva depende de nós.
Quando pudermos distribuir o estímulo do nosso entendimento e de nossa colaboração com todos, respeitando a importância do nosso trabalho e a excelência do serviço dos outros, renovar-se-á a face da Terra, no rumo da felicidade perfeita.
Para isso, porém, é necessário nos devotemos à assistência recíproca, com ardente amor fraterno...
Amemos a nossa posição na ordem social, por mais singela ou rudimentar, emprestando ao bem, ao progresso e à educação as nossas melhores forças.
Seremos compreendidos na medida de nossa compreensão.
Vejamos nosso próximo, no esforço que despende, e o próximo identificar-nos-á nas tarefas a que nos dedicamos.
Estendamos nossos braços aos seres que nos cercam e eles nos responderão com o melhor que possuem.
O capital mais precioso da vida é o da boa-vontade. Ponhamo-lo em movimento e a nossa existência estará enriquecida de bênçãos e alegrias, hoje e sempre, onde estivermos.
NOSSA REFLEXÃO
Belíssimo convite, este, do Emmanuel, mostrando-nos a necessidade de cada um de nós em sermos gratos com todos que nos ajudaram a chegar onde estamos. A amizade incondicional é a marca principal do Mestre Jesus. O Espírito Emmanuel a traduz muito bem em outro livro de sua série, psicografada por Chico Xavier: “Caminho, Verdade e Vida”[1].
Somos todos devedores dos favores de muitos que contribuem ou contribuíram com a nossa jornada até aqui. Daí, devermos ser gratos, e sempre simpáticos, aos que nos rodeiam, nos colocando à disposição para contribuir com as necessidades dos outros, pois, assim, somos ajudados em nossas necessidades de progresso, seja profissional ou espiritual.
Essa mensagem nos faz lembrar, também, que estamos em tempos de antagonismos políticos, entre os espíritas, no “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho[2]. Essa mensagem de Emmanuel, ora refletida por nós, deve nos chamar a atenção para o seguinte ponto: nenhuma pessoa pode exigir de outra o mesmo diapasão de pensamentos. Como esse Espírito nos ensina: “Pedir que os outros pensem com a nossa cabeça seria exigir que o mundo se adaptasse aos nossos caprichos, quando é nossa obrigação adaptar-nos com dignidade, ao mundo, dentro da firme disposição de ajudá-lo”[3].
Compreendamos que somos todos ignorantes da Lei Maior, mas temos os mesmos objetivos, que é o progresso espiritual. Daí os ensinamentos do Espírito de Verdade:

Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis 108 o nada, vozes vos clamam: “Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade.” – O Espírito de Verdade. (Paris, 1860)[4].

Que nós tenhamos isso em mente quando vier em nossa mente um certo estranhamento quanto à postura dos outros diante da atual realidade pátria e planetária. Sejamos unidos, apesar da diversidade de entendimento, como muito bem nos proclamou o Espírito Bezerra de Menezes, corroborando o Espírito de Verdade:

Dois mil anos depois, frequentemente ressurgem questões palpitantes e graves que ameaçam a estrutura do programa espírita de implantação na Terra, tornando-se necessário que a inspiração do Mestre verta do Alto asserenando os ânimos exaltados, estabelecendo a linha básica da verdadeira fraternidade. Não nos esqueçamos de que devemos preservar os valores da Doutrina Espírita acima de quaisquer interesses mundanos de proselitismo, de arrastamento, conforme os herdamos de Allan Kardec e dos Mensageiros que o conduziram na elaboração da Codificação, a herança que deve permanecer inviolável através dos milênios.[5]

Que tenhamos o espírito de fraternidade e respeito, uns com os outros, e, particularmente, com o esforço do Cristo, Allan Kardec e os Espíritos da Codificação Espírita, bem como tanto outros que trabalharam depois para o bom entendimento da Doutrina Espírita e implantação do Reino de Deus na Terra.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide mensagem “Jesus e os amigos”, refletida por nós no blogCaminho,Verdade e Vida”, de nossa autoria.
[2] Vide livro “Brasil, “Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” do Espírito Humberto de Campos, psicografado por Chico Xavier (Editora FEB).
[3] Emmanuel em: “Pensamento e Vida” (Tolerância), psicografado por Chico Xavier (FEB).
[5] Vide, na íntegra, uma mensagem do Espírito Bezerra de Menezes In: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2018/11/2000-Na-transi%c3%a7%c3%a3o-do-mil%c3%aanio.pdf