domingo, 31 de dezembro de 2017

SIRVAMOS

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SIRVAMOS
Servindo de boa-vontade, como: sendo ao Senhor, e não aos homens.
Paulo. EFÉSIOS, 6:7.
Se legislas, mas não aplicas a Lei, segundo os desígnios do Senhor, que considera as necessidades de todos, caminhas entre perigosos abismos, cavados por tuas criações indébitas, sem recolheres os benefícios de tua gloriosa missão na ordem coletiva.
Se administras, mas não observas os interesses do Senhor, na estrada em que te movimentas na posição de mordomo da vida, sofres a ameaça de soterrar o coração em caprichos escuros, sem desfrutares as bênçãos da função que exerces no ministério público.
Se julgas os semelhantes e não te inspiras no Senhor, que conhece todas as particularidades e circunstâncias dos processos em trânsito nos tribunais, vives na probabilidade de cair, espetacularmente, na mesma senda a que se acolhem quantos precipitadamente aprecies, sem retirares, para teu proveito, os dons da sabedoria que a Justiça conserva em tua inteligência.
Se trabalhas na cor ou no mármore, no verbo ou na melodia, sem traduzires em tuas obras a correção, o amor e a luz do Senhor, guardas a tremenda responsabilidade de quem estabelece imagens delituosas para consumo da mente popular, perdendo, em vão, a glória que te enriquece os sentimentos.
Se foste chamado à obediência, na estruturação de utilidades para o mundo, sem o espírito de compreensão com o Senhor, que ajudou as criaturas, amando-as até o sacrifício pessoal, vives entre os fantasmas da indisciplina e do desânimo, sem fixares em ti mesmo a claridade divina do talento que repousa em tuas mãos.
Amigo, a passagem pela Terra é aprendizado sublime.
O trabalho é sempre o instrutor do aperfeiçoamento.
Sirvamos sem prender-nos.
Em todos os lugares do vale humano, há recursos de ação e aprimoramento para quem deseja seguir adiante. Sirvamos, em qualquer parte, de boa-vontade, como sendo ao Senhor e não às criaturas, e o Senhor nos conduzirá para os cimos da vida.
MINHA REFLEXÃO
Somos instrumentos do Senhor ou Seus servos na construção de uma humanidade madura, espiritualmente falando. Servindo, aprendemos e evoluímos. “Dar sem ostentação”, “dar sem ver a quem”, ‘não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita” [1], são expressões que significam isso. O que temos, recebemos originariamente de Deus, pois a inteligência, nosso atributo primeiro, nos foi dada por Deus, e a partir dela é que criamos nossa riqueza, seja material ou espiritual.
Então, não devemos nos vangloriar do que conquistamos, a não ser para afagar a autoestima e continuarmos a fazer o que fazemos com alegria, caso seja visando o bem do próximo, ou de uma sociedade. Mas isso não deve ser motivo para nos sentirmos melhor que as outras pessoas. Não devemos ostentar, por um mero orgulho, algo que tenhamos feito, ou por estar fazendo um trabalho humanitário, pois não estamos fazendo mais do que nossa obrigação, mais do que um ato de gratidão ao Pai.
Nós, seres espirituais, fomos criados para o trabalho, pois Deus trabalha sem cessar (João, 5:17). É no trabalho que evoluímos espiritualmente[2], pois nele colocamos em prática o que aprendemos no imo da alma. O Cristo nos colocou que podíamos fazer mais que Ele (João, 14:12). Sendo Ele o modelo[3] que Deus nos concedeu para seguirmos visando nosso aperfeiçoamento espiritual, o que podemos mais desejar que ser felizes?
Então, sirvamos, pensando que estamos servindo ao nosso Pai, servindo a Jesus, nosso guia e modelo.
Que Deus nos ajude.
Domício.

Ps.: Deixo uma inspiração poética para nos animarmos a sermos verdadeiros espíritas.

OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
L. Angel                    12/04/2014
Tarefa por demais pesada,
Não mais que o nosso ombro pode suportar,
Ser espírita, ser cristão, é subir a escada
Cujo topo é a felicidade a alcançar.
Trabalhadores da última hora
São os espíritas convictos e pregadores
Da Lei da reencarnação que não demora
Ser também a Lei de seus detratores.
De Moisés ao Espiritismo,
Numa evolução religiosa,
Temos o Cristianismo.
O Espiritismo redivive
As lições do Cristo, elevadas e amorosas,
Pelo verdadeiro espírita, que as vive.



[1] Vide Caps. XIII, XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[2] Vide Cap. XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[3][3] Vide questão 625 de O Livro dos Espíritos.

domingo, 24 de dezembro de 2017

ALGUMA COISA

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ALGUMA COISA
Não necessitam de médico os que estão sãos, mas sim os que estão enfermos.
Jesus. (LUCAS, 5:31.)
Quem sabe ler, não se esqueça de amparar o que ainda não se alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida, ajude ao companheiro, ensinando-lhe a ciência da frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio espírito, suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu a mínima noção de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das trevas.
Quem possua recursos para trabalhar, não olvide o irmão menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível, a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade, compadeça-se das almas endurecidas, beneficiando-as com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso, conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz, ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria, divida a graça do contentamento com os tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico, mas,’ sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades maiores que as tuas.
A vida não reclama o teu sacrifício integral, em favor dos outros, mas, a benefício de ti mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
NOSSA REFLEXÃO
O maior bem que podemos ter por conhecer o Evangelho de Jesus é o Caminho que ele nos dá para sermos dignos da felicidade reservada aos justos.
Emmanuel nos mostra com suas palavras o significado disso e arremata que o bem que podemos fazer a nós mesmos é nos voltarmos para o outro em qualquer nível espiritual em que ele se encontra. Em particular, os mais desfavorecidos de conhecimento e paz interior, pois foi a esses, em especial, que Jesus dedicou sua vinda, como mostra o versículo de Lucas, que inspirou Emmanuel para fazer essa página reflexiva em torno do Evangelho de Jesus.
Em Lucas (14:12 a 15), Jesus nos adverte
Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. Quando derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na ressurreição dos justos[1].
O importante nessa passagem é a atenção que o Cristo nos chama para o bem sem ostentação. Ou seja, não devemos fazer aos outros esperando algo em troca. Lembro de uma peculiaridade moral nessa passagem. Quando perdoamos alguém, calamos a uma palavra ofensiva, injusta ou ingrata, ou outra ação moral, estaremos fazendo esse bem sem ostentação na medida em que não fazemos para depois cobrarmos que fizemos, ou mesmo dizer para os outros que fizemos. Estamos sendo avaliados pelo Cristo, pelo nosso Anjo da Guarda. Devemos exercer nossa auto-avaliação silenciosa. Não importa os outros, nesse quesito.
Então, que possamos nos atentar para essas reflexões de Emmanuel e lembrar daquela anterior a essa, nesse livro, que em relação à retribuição que podemos ter ao aderir ao Cristianismo pode, segundo Emmanuel, ser expresso no seguinte: Vencemos, em companhia dele, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis[2]Isso pode significar a renúncia, a paciência, a esperança em dias melhores.
Que Deus nos ajude.
Domício.

Deixo uma reflexão poética de L. Angel, nesta data em que se comemora o nascimento do Mestre.

A CARIDADE QUE SE CHAMOU JESUS
L. ANGEL  23/12/11
Um dia qualquer,
Uma Grande Luz na Terra desceu
Para dar curso a um Grande Mister,
Sendo Maria quem o concebeu.

O amor aos semelhantes
E a Deus acima de tudo,
Resumiu o Decálogo num instante,
Deixando os orgulhosos decerto mudos.

Em sua curta passagem orientou a benevolência,
Indulgência para as falhas por outros vividas
E o perdão das ofensas, com consciência.

Ele foi o Exemplo, a Luz,
Que se disse o Caminho, a Verdade e a Vida.
Seu nome? Era para ser CARIDADE, mas preferiu JESUS.




[1] Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 8.
[2] Vide Mensagem e Nossa Reflexão em A Retribuição.

domingo, 17 de dezembro de 2017

DESTRUIÇÃO E MISÉRIA

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DESTRUIÇÃO E MISÉRIA
Em seus caminhos há destruição e miséria.
Paulo. (ROMANOS 3:16).
Quando o discípulo se distancia da confiança no Mestre e se esquiva à ação nas linhas do exemplo que o seu divino apostolado nos legou, preferindo a senda vasta de infidelidade à própria consciência, cava, sem perceber, largos abismos de destruição e miséria por onde passa.
Se cristaliza a mente na ociosidade, elimina o bom ânimo no coração dos trabalhadores que o cercam e estrangula as suas próprias oportunidades de servir.
Se desce ao desfiladeiro da negação, destrói as esperanças tenras no sentimento de quantos se abeiram da fé e tece vasta rede de sombras para si mesmo.
Se transfere a alma para a residência escura do vício, sufoca as virtudes nascentes nos companheiros de jornada e adquire débitos pesados para o futuro.
Se asila o desespero, apaga o tênue clarão da confiança na alma do próximo e chora inutilmente, sob a tormenta de lágrimas destrutivas.
Se busca refúgio na casa fria da tristeza, asfixia o otimismo naqueles que o acompanham e perde a riqueza do tempo, em lamentações improfícuas.
A determinação divina para o aprendiz do Evangelho é seguir adiante, ajudando, compreendendo e servindo a todos.
Estacionar é imobilizar os outros e congelar-se.
Revoltar-se é chicotear os irmãos e ferir-se.
Fugir ao bem é desorientar os semelhantes e aniquilar-se.
Desventurados aqueles que não seguem o Mestre que encontraram, porque conhecer Jesus Cristo em espírito e viver longe dele será espalhar a destruição, em torno de nossos passos, e conservar a miséria dentro de nós mesmos.
NOSSA REFLEXÃO
Infeliz, essa possibilidade de além de não contribuir com a obra do Mestre, reter a si mesmo na senda espiritual.
Somos, conhecedores do Espiritismo, e, particularmente, do Evangelho Segundo o Espiritismo. Então, muito somos compromissados com o nosso conhecimento. Como Emmanuel nos esclarece sobre a nossa invigilância, quando nos lembra da invigilância de Pedro, nas últimas horas do Cristo entre nós[1], somos cotidianamente pegos traindo nossos princípios adquiridos, desatendendo ao que esses princípios nos norteiam. É o momento da prova e de crescimento, fortalecimento da fé. Todos somos chamados ao fogo da fé. No aprendizado, somos graduados na escala espiritual. O Cristo não conta somente com Espíritos Superiores para levar a cabo sua missão de conduzir seu rebanho ao Reino do Senhor. Nossa aprendizagem é colaborativa. Em sua mensagem, como O Espírito de Verdade, ele nos afirmou: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram.”[2] Este recado tem uma advertência em relação aos trabalhadores espíritas para não dar curso aos descaminhos que foram dados a sua Boa Nova ao longo dos tempos e ainda está se dando. Recado para o movimento espirita, já que ele é desenvolvido por humanos.
Que sejamos vigilantes para não cairmos na tentação de trabalhar contra o Mestre. Que sejamos fiéis às suas advertências por trás de seus ensinamentos, lembrando sempre que os trabalhadores são chamados (homens de boa fé podem ser chamados na última hora – essa é a nossa hora[3]), e todos, indistintamente, são chamados para as festas do Reino, mas pouco são escolhidos na passagem pela porta estreita do mesmo[4].
Que Deus nos ajude a manter a vigilância e a fé no Mestre.
Domício.



[1] Vide em http://caminhovvida.blogspot.com.br/2014/04/o-fracasso-de-pedro.html.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.VI, item 5.
[3] Vide Capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[4] Vide capítulo XVIII de o Evangelho Segundo o Espiritismo.

domingo, 10 de dezembro de 2017

OBREIRO SEM FÉ

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OBREIRO SEM FÉ
E eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
TIAGO (2:18).
Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo.
Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando: "Para quê? O mundo não presta."
Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário de obrigações edificantes, alegando:  - Não nasci para o servilismo desonroso.”
Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando: - "Tudo isto é mentira e complicação."
Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho: - "Não mereço! Sou indigno!..."
Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta: - “Quem me ofende assim?”
E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.
Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição.
Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.
O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.
Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.
NOSSA REFLEXÃO
Qualquer filho de Deus é potencialmente um trabalhador de Sua Seara. A sua vinha é o laboratório prático dos ensinamentos recebidos com vistas a evolução espiritual. Como Seus filhos são aprendizes, decerto que muitos não são persistentes no labor e no aprendizado. É o que Emmanuel nos diz nessa mensagem. Estudar e praticar é o lema máximo da Doutrina do Cristo. Este lema parafraseado por nós tem sua originalidade na máxima ditada pelo Espírito de Verdade: “(...) Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. (...)”[1] O trabalho é a essência da vida espiritual, como nos afirma o Espirito de Verdade:
(...) “Obreiros, traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas, porém, não estão esquecidas; e Eu, o Jardineiro divino, as cultivo no silêncio dos vossos pensamentos. Quando soar a hora do repouso, e a trama da vida se vos escapar das mãos e vossos olhos se fecharem para a luz, sentireis que surge em vós e germina a minha preciosa semente. (...)”[2]
Então, que tenhamos fé ao nos dedicarmos a uma labuta cristã, pois nossas obras serão fartas e fortalecedoras de nossa fé.
Que o Pai e Seu Filho amado nos ajudem.
Domício.



[1] Vide mensagem completa em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5.
[2] Idem, item 6.

domingo, 3 de dezembro de 2017

NOS DONS DO CRISTO

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NOS DONS DO CRISTO
Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom do Cristo.
Paulo. (EFÉSIOS, 4:7.)
A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista dos valores iluminativos.
O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritual idade.
Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.
E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte, renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em cada um de nós.
Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos, regulares ou enormes nela se possam expressar.
Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura das plantas preciosas, ao pé do lar.
Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou para o mal.
Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que se o "solo consciente" do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada migalha de nossa boa-vontade será convertida em canal milagroso para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das graças do Senhor, ao redor de nós.
Observa a tua "boa parte" e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.
Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.
Vale-te do esforço de autoaperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.
Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo.
NOSSA REFLEXÃO
Este texto de Emmanuel, pautado no versículo de Paulo, em carta aos Efésios, é consolador. Somos todos carentes da compreensão de todos e, em particular, de nós mesmos. Nossa evolução tem se dado lentamente, mas pode tomar uma velocidade maior, se quisermos.
Somos aprendizes da Boa Nova e o Curso do Cristianismo, em sua periodicidade, é diferente para cada um que tenha se matriculado nele. Tem aulas teóricas (estudos, reuniões, cultos, sacramentos, ...) e práticas (serviço no bem social, na relação com familiares, amigos e desconhecidos, e no serviço profissional). O importante é o esforço na própria mudança, ou aprendizagem[1]. A autoavaliação, nesse caso, é o instrumento avaliativo por excelência. A formatividade da avaliação se dá nas constantes e repetidas provas oferecida pelo Pai/Mestre. Ninguém deve julgar o outro, nem se comparar com os demais irmãos de curso, mas ajudá-los quando cair em erro. Cada vida é uma jornada ou ciclo de aprendizagem em que repetimos algumas atividades ou provas em que não fomos bem sucedidos em vida passada. As atividades podem ser individuais ou grupais. Os trabalhos aparecem quando estamos prontos para realizar. Devemos crer na nossa potencialidade interior e buscar força na Grande Fonte, que é o Evangelho, quando a dúvidas surgirem. As provas podem ser com consulta.
Na Escola Espírita estuda-se os cinco livros da Doutrina Espírita (Espiritismo) codificada por Allan Kardec, além das Revistas Espíritas editadas por ele[2]. Além das obras de Allan Kardec, conta-se com outras obras, consideradas complementares,  escritas por estudiosos da Doutrina ou psicografadas por médiuns idôneos. Essas obras devem ser estudadas após ou concomitantemente com as obras básicas.
O Centro Espírita é o local privilegiado para reunir os aprendizes da Doutrina Espírita. Mas o estudo e a prática não devem se restringir ao círculo propiciado pela Casa Espírita. Somos espíritas no mundo[3].
Que Deus, Jesus, os bons Espíritos, nosso Anjo da Guarda[4] e os espíritas mais experientes nos ajudem.
Domício.



[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, item 4, intitulado “Os Bons Espíritas”.
[2] Acesse http://www.febnet.org.br/blog/geral/divulgacao/downloads-divulgacao/obras-basicas/ e baixe as obras básicas e as revistas. Em qualquer Centro Espírita podem ser encontradas para venda ou empréstimo.
[3] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, itens 4 e 10.
[4][4] Vide a importância do Anjo da Guarda em nossa vida em O Livro dos Espíritos, questões 489-521.

domingo, 26 de novembro de 2017

PELAS OBRAS

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PELAS OBRAS
E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra.
Paulo. (I Tessalonicenses, 5:13).
Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.
Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.
Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.
Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.
É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.
NOSSA REFLEXÃO
É certo que estamos no mundo para aprender uns com os outros. Daí, não podemos nos arvorar que só os outros têm que aprender conosco. Devemos ouvir de modo sempre desarmado quanto ao que os outros têm a nos dizer. Tudo tem seu valor e nosso modo de ver, como o de terceiros, pode sim ter significado para o outro, considerando que pode ser um outro olhar sobre o mesmo objeto de análise.
Entretanto, nem tudo é assimilado instantaneamente, nem por nós e nem pelos outros. Então, ao ouvir, sejamos pacientes e analistas sobre o que ouvimos e demos o tempo para que os outros também analisem, no seu tempo, o que falamos para eles.
Emmanuel nos considera que é importante o contrário. E, educacionalmente, é na dialética dos contrários que aprendemos. Refletindo sobre o que nos apresentam, de modo sereno, é que crescemos, seja por que nossa argumentação pode ser feita de modo mais sustentado, seja por que passamos a ver algo analisado de um outro ângulo que antes não víamos. Dessa forma valorizamos a vida em sociedade. Somos sociais para crescermos em comunhão, aprendendo com o outro. De modo amável, seja no serviço, na rua ou em casa, devemos receber o que nos apresenta no sentido de ser colaboradores de uma vida fraterna. Como disse o Espirito Lázaro[1]: Aquele cuja afabilidade e doçura não são fingidas nunca se desmente: é o mesmo, tanto em sociedade, como na intimidade.
Em se tratando de buscar sempre aqueles que concordam conosco, nos lembremos que mesmo que tenhamos uma formação acadêmica relevante, não devemos enaltecê-la como se não tivéssemos mais nada a aprender. Ferdinando, Espírito Protetor, nos adverte: Não vos ensoberbeis do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito tendes de envaidecer-vos[2]. Além disso, respeitemos a experiência e o trabalho, em prol da obra do Senhor, daquele nos fala.
Que Deus nos ajude.
Domício.




[1] Vide em o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 9, Item 6.
[2] Idem, Cap. 7, Item 13.

domingo, 19 de novembro de 2017

ANTE O SUBLIME

23
ANTE O SUBLIME
Não faças tu comum o que Deus purificou.
ATOS, 10:15.
Existem expressões no Evangelho que, à maneira de flores a se salientarem num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos ante o seu brilho e perfume peculiares.
A voz celeste, que se dirige a Simão Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito mais vastos que o problema individual do apóstolo.
O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto, considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam.
Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento, tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço dos séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção dos valores que o rodeiam.
Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?
Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de sol?
Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?
Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos animais?
Quantos séculos terá empregado a Paciência do Céu na estruturação complexa da máquina orgânica em que o Espírito encarnado se manifesta?
A razão é luz gradativa, diante do sublime.
Não te esqueças, meu irmão, de que o Senhor te situou a experiência terrestre num verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicação dos Tesouros eternos.
Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas e com os dons divinos.
Pensa, estuda, trabalha e serve.
Não suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu.
NOSSA REFLEXÃO
Tudo na Terra tem um fim útil, pois é criatura de Deus. Os mais insignificantes vermes têm seu lugar na harmonia da natureza. Inclusive nós. Quantos séculos para atingir a perfeição que hoje nos apresenta na forma de frutos, vegetações as mais diversas possíveis. Nada foi feito de um dia para a noite. A Gênese se deu em eras que passaram uma após a outra, conforme consta em A Gênese (Allan Kardec)
Devemos agradecer toda a criação e sermos cuidadosos com ela, para que possamos usufruir de toda a sua peculiaridade.
Hoje em dia há movimentos ativistas e científicos apontando para o fim dos recursos naturais que mantém a própria natureza, incluindo nossos corpos, instrumentos de nossa evolução espiritual.
A natureza nos dá as mais diversas respostas ao desprezo do que nos é sagrado, que conforme Emmanuel assinala, foi “[...] o que Deus purificou e engrandeceu”.
Que sejamos conscientes e ambientalistas, na medida de nosso conhecimento.
Que Deus nos ajude.

Domício.