domingo, 29 de julho de 2018

PALAVRAS DA VIDA ETERNA


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PALAVRAS DA VIDA ETERNA
Tu tens as palavras da vida eterna.
Simão Pedro. (JOÃO. 6:68.)
Rodeiam-te as palavras, em todas as fases da luta e em todos os ângulos do caminho.
Frases respeitáveis que se referem aos teus deveres.
Verbo amigo trazido por dedicações que te reanimam e consolam.
Opiniões acerca de assuntos que te não dizem respeito.
Sugestões de variadas origens.
Preleções valiosas.
Discursos vazios que os teus ouvidos lançam ao vento.
Palavras faladas... Palavras escritas...
Dentre as expressões verbalistas articuladas ou silenciosas, junto das quais a tua mente se desenvolve, encontrarás, porém, as palavras da vida eterna.
Guarda teu coração à escuta.
Nascem do amor insondável do Cristo, como a água pura do seio imenso da Terra.
Muitas vezes te manténs despercebido e não lhes assinalas o aviso, o cântico, a lição e a beleza.
Vigia no mundo, isolado de ti mesmo, para que lhes não percas o sabor e a claridade.
Exortam-te a considerar a grandeza de Deus e a viver de conformidade com as Suas Leis.
Referem-se ao Planeta como sendo nosso lar e à Humanidade como sendo a nossa família.
Revelam no amor o laço que nos une a todos.
Indicam no trabalho o nosso roteiro de evolução e aperfeiçoamento.
Descerram os horizontes divinos da vida e ensinam-nos a levantar os olhos para o mais alto e para o mais além.
"Palavras, palavras, palavras..."
Esquece aquelas que te incitam à inutilidade, aproveita quantas te mostram as obrigações justas e te ensinam a engrandecer a existência, mas não olvides as frases que te acordam para a luz e para o bem; elas podem penetrar o nosso coração, através de um amigo, de uma carta, de uma página ou de um livro, mas, no fundo, procedem sempre de Jesus, o Divino Amigo das Criaturas.
Retém contigo as palavras da vida eterna, porque são as santificadoras do espírito, na experiência de cada dia, e, sobretudo, o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações.
NOSSA REFLEXÃO
Filtrar, eis a regra da felicidade e para o trabalho a ser realizado com sucesso. Nós somos bombardeados pelos mais distintos veículos de comunicação, sejam provenientes dos meios empresariais, sejam das redes sociais, sejam daqueles preocupados com o engrandecimento espiritual, na mídia ou nos centros religiosos. Além destes, que se traduzem por sons, vozes, imagens, há os que nos afetam silenciosamente, mas nos falam muito. Como diz Emmanuel, existem aquelas palavras que são despretensiosas, mas estão cheias de expressões de Deus.
Se quisermos ganhar a vida, na vida, devemos valorizar realmente o que nos convém, pois somos inúmeras vezes encantados com as facilidades e desestimulados pelas provas da paciência, fé e esperança que também são palavras da vida eterna. Jesus nos falou: Buscai primeiramente o Reino e a sua Justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o amanhã, pois o amanhã se inquietará consigo mesmo! Basta a cada dia o seu mal[1](Mateus, 6: 33 e 34).
Sejamos, então, mais cuidadosos com o que escutamos e falemos e façamos somente aquilo que contribuirão para a nossa vida eterna, que podem ser, como assegura Emmanuel, nesta mensagem, “o nosso seguro apoio mental nas horas difíceis das grandes renovações”.
Que Deus nos ajude a ser um bom filtro.
Domício.


[1] O Novo Testamento (Tradução de Haroldo Dutra Dias. Brasília: FEB, 2013). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 25, itens 6-8.

domingo, 22 de julho de 2018

DISCÍPULOS


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DISCÍPULOS
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
Jesus. (Lucas. 14:27.)
Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre estivesse circunscrita à problema de palavras.
Na realidade, porém, o Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito.
A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos e para com a Humanidade inteira.
E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas.
Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento, garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.
Sem que nos retifiquemos, não corrigiremos o roteiro em que marchamos.
Árvores tortas não projetam imagens irrepreensíveis.
Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos divinos. Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos com firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação do bem, acompanhando-lhe os passos.
Aprendizes existem que levam consigo o madeiro das provas salvadoras, mas não seguem o Senhor por se confiarem à revolta através do endurecimento e da fuga.
Outros aparecem, seguindo o Mestre nas frases bem-feitas, mas não carregam a cruz que lhes toca, abandonando-a à porta de vizinhos e companheiros.
Dever e renovação.
Serviço e aprimoramento.
Ação e progresso.
Responsabilidade e crescimento espiritual.
Aceitação dos impositivos do bem e obediência aos padrões do Senhor.
Somente depois de semelhantes aquisições é que atingiremos a verdadeira comunhão com o Divino Mestre.
NOSSA REFLEXÃO
Somos todos endividados com a Lei de Deus, mas temos que seguir em frente colaborando e se modificando, paulatinamente, refletindo sobre as nossas ações, como se tivéssemos, e estamos, numa escola de aperfeiçoamento moral.
Então, não galgaremos lugares mais altos na hierarquia espiritual se não nos desfizermos de nossas capas que se acumularam ao longo de nossas vidas sucessivas. Podemos nos prontificar para o trabalho, de boa vontade, mas seremos convidados a nos despir de nossas imperfeiçoes que atrapalharam nosso caminhar em nossa senda espiritual. Ser um discípulo requer iniciação, vontade de mudar interiormente; e para isso, os testes nos alcançam naturalmente, pois os pedimos ao nos candidatar ao discipulado, sabendo que não ia ser simples essa tarefa.
Vejamos os exemplos dos que nos mostraram como é ser Apóstolo, como é o caso de Paulo e tantos outros. Mas Paulo é um exemplo dos mais vivos de mortificação de si mesmo. Outro exemplo foi Madalena que teve uma transformação digna de ser seguida.
Que nós possamos, frente aos nossos deveres diários e às situações as mais tensas possíveis, refletir como nos comportamos como cristãos. Que saibamos reconhecer os momentos de modificações interiores para seguir Jesus como discípulos pequenos, mas autotransformadores[1], eliminando o orgulho e o egoísmo em nós e sendo resistentes a dor, às humilhações, às incompreensões, às injustiças e às calúnias, bem como toda forma de apedrejamentos sem pedras (nosso trabalho já foi melhorado, pois no tempo dos primeiros discípulos eles recebiam pedras de verdade, mesmo).
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1]Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4).

domingo, 15 de julho de 2018

APÓSTOLOS

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APÓSTOLOS
Porque tenho para mim que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.
Paulo (I CORÍNTIOS, 4:9).
O apóstolo é o educador por excelência. Nele residem a improvisação de trabalho e o sacrifício de si mesmo para que a mente dos discípulos se transforme e se ilumine, rumo à Esfera superior.
O legislador formula decretos que determinam o equilíbrio e a justiça na zona externa do campo social.
O administrador dispõe dos recursos materiais e humanos, acionando a máquina dos serviços terrestres.
O sacerdote ensina ao povo as maneiras da fé, em manifestações primárias.
O artista embeleza o caminho da inteligência, acordando o coração para as mensagens edificantes que o mundo encerra em seu conteúdo de espiritualidade.
O cientista surpreende as realidades da Sabedoria divina criadas para a evolução da criatura e revela-lhes a expressão visível ou perceptível ao conhecimento popular.
O pensador interroga, sondando os fenômenos passageiros.
O médico socorre a carne enfermiça.
O guerreiro disciplina a multidão e estabelece a ordem.
O operário é o ativo menestrel das formas, aperfeiçoando os vasos destinados à preservação da vida.
Os apóstolos, porém, são os condutores do espírito.
Em todas as grandes causas da humanidade, são instituições vivas do exemplo revelador, respirando no mundo das causas e dos efeitos, oferecendo em si mesmos a essência do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que acendem ao redor dos outros. Interferem na elaboração dos pensamentos dos sábios e dos ignorantes, dos ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes o modo de crer e de ser, a fim de que o mundo se engrandeça e se santifique. Neles surge a equação dos fatos e das idéias, de que se constituem pioneiros ou defensores, pela doação total de si próprios a benefício de todos. Por isso, passam na Terra, trabalhando e lutando, sofrendo e crescendo sem descanso, com etapas numerosas pelas cruzes da incompreensão e da dor. Representando, em si, o fermento espiritual que leveda a massa do progresso e do aprimoramento, transitam no mundo, conforme a definição de Paulo de Tarso, como se estivessem colocados pela Providência divina nos últimos lugares da experiência humana, à maneira de condenados a incessante sofrimento, pois neles estão condensadas a demonstração positiva do bem para o mundo, a possibilidade de atuação para os Espíritos Superiores e a fonte de benefícios imperecíveis para a humanidade inteira.
NOSSA REFLEXÃO
O Mestre dos Apóstolos, Ele que foi o Apóstolo de Deus, e é, deu o grande exemplo do que significa ser alguém totalmente voltado a uma causa que afeta a resistência dos poderosos de todos os matizes. Ele de fato, falou aos discípulos e, através deles, para nós, que não seria fácil segui-lo. Cada um teria que carregar sua cruz enquanto Evangelizador da humanidade[1].
Então, entre todas as atividades terrenas, todas com seu significado útil e particular, o do Apóstolo é o mais educativo, pois essa é a sua atividade primeira, mas uma atividade educativa que pretende educar o Espírito de cada um dos aprendizes de uma grande Escola chamada por nós de Terra. Os Apóstolos morrem para que os educandos vivam, cada vez mais, um clima de Amor, Justiça e Caridade. Tivemos vários na Terra, e ainda temos, que se identificam como Emmanuel caracteriza

Em todas as grandes causas da Humanidade, são instituições vivas do exemplo revelador, respirando no mundo das causas e dos efeitos, oferecendo em si mesmos a essência do que ensinam, a verdade que demonstram e a claridade que acendem ao redor dos outros. Interferem na elaboração dos pensamentos dos sábios e dos ignorantes, dos ricos e dos pobres, dos grandes e dos humildes, renovando-lhes o modo de crer e de ser, a fim de que o mundo se engrandeça e se santifique. Neles surge a equação dos fatos e das ideias, de que se constituem pioneiros ou defensores, pela doação total de si próprios a benefício de todos.
São missionários que devemos seguir para que, aprendendo como fazem, possamos futuramente fazer o mesmo. Enquanto não somos escalados para um trabalho de tamanha monta, que tenhamos a consciência que não estamos no mundo para ser o primeiro, mas aquele que deseja, mesmo em posição de liderança, ser aquele que se motiva a servir a todos, não esperando ser correspondido pelo o que faz[2].
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1]E quem quer que não carregue a sua cruz e me siga, não pode ser meu discípulo. Assim, aquele dentre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo.” (Lucas, 14: 27). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 23, item 3.
[2] Vide mensagem de Emmanuel do livro O Espírito da Verdade para a qual também fizemos uma reflexão pessoal.

domingo, 8 de julho de 2018

RENASCE AGORA

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RENASCE AGORA
Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.
Jesus (JOÃO, 3:3).
A própria natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de 365 ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?
Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.
Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.
Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.
Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.
Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em nossos passos, a escura fermentação da guerra.
Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.
Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres.
Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.
Não olvides a assertiva do Mestre: "Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.
Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...
Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.
NOSSA REFLEXÃO
Todos os dias temos a oportunidade de renascer, em Espírito. Somos Espíritos reencarnados com a missão de evoluir. Trouxemos, para mais uma convivência social, um leque de instruções, reflexões feitas no plano espiritual, para dar mais um passo na nossa escalada espiritual, rumo a perfeição[1].
Contudo essa viagem pode ser muito longa, mas tão rápida quanto desejarmos. Só depende de nós. Somos Espíritos ainda doentes da alma e precisamos dar conta de nossa própria cura, sem nos prendermos demais aos aleijões dos outros. Como disse Emmanuel, em outra obra: “A cura de nossos espíritos doentes e paralíticos é mais importante, porquanto se efetua com vistas à eternidade[2]. Isso não significa que não devamos nos preocupar e agir em favor dos aleijados de toda sorte. Apenas não devemos esquecer que temos aleijões graves, e espirituais, para curar em nós mesmos, pela nossa reforma íntima.
Esta mensagem nos faz lembrar dos momentos difíceis da vida, em que foi comum sairmos em nossa defesa, atacando os outros. Isto não é nada caridoso, pois todo ataque a nós é oportunidade de elevação. A misericórdia[3] que deve se desenvolver em nós, como um dos atos de amar (ser caridoso) nos ajuda a passar pelos momentos de incompreensões e injustiças (que não são nada fáceis de passar; mas se não passarmos por eles, como seremos justos e misericordiosos com os outros?)[4]. Sobre isso, nesta mensagem que ora refletimos, Emmanuel nos ajuda também a passar por esses momentos:
Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a ideia de acordo substitui, dentro de nós e em nossos passos, a escura fermentação da guerra”.

Então, reunamos forças para renascer agora, com todos os comprometimentos evangélicos que advém dessa tomada de decisão.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide O Livro dos Espíritos, Livro Segundo, Cap. 1, Escala Espírita (itens 100 – 112)
[2] Vide mensagem e Minha Reflexão em A cada um (Emmanuel in Caminho Verdade e Vida (Chico Xavier – FEB)
[3] O modo como recebemos as ações do próximo.
[4] Em se tratando de uma incompreensão ou uma injustiça de um(a) amigo(a) (que pode ser um parente, também), Paulo (Apóstolo) nos ajuda a passar por esse momento: “Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era. Perdoai, pois, meus amigos, a fim de que Deus vos perdoe, porquanto, se fordes duros, exigentes, inflexíveis, se usardes de rigor até por uma ofensa leve, como querereis que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tendes de indulgência? In: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. X, item 15.

domingo, 1 de julho de 2018

ELUCIDAÇÕES


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ELUCIDAÇÕES
Porque não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.
Paulo. (II CORÍNTIOS, 4 :5.)
Nós, os aprendizes da Boa Nova, quando em verdadeira comunhão com o Senhor, não podemos desconhecer a necessidade de retraimento da nossa individualidade, a fim de projetarmos para a multidão, com o proveito desejável, os ensinamentos do Mestre.
Em assuntos da vida cristã, propriamente considerada, as únicas paixões justificáveis são as de aprender, ajudar e servir, porquanto sabemos que o Cristo é o Grande Planificador das nossas realizações.
Se recordarmos que a supervisão dele age sempre em favor de quanto possamos produzir de melhor, viveremos atentos ao trabalho que nos toque, convencidos de que a sua pronunciação permanece invariável nas circunstâncias da vida.
A nossa preocupação fundamental, em qualquer parte, portanto, deve ser a da prestação de serviço em Seu Nome, compreendendo que a pregação de nós mesmos, com a propaganda dos particularismos peculiares à nossa personalidade, será a simples interferência do nosso "eu" em obras da vida eterna que se reportam ao Reino de Deus.
Escrevendo aos coríntios, Paulo define a posição dele e dos demais apóstolos, como sendo a de servidores da comunidade por amor a Jesus. Não existe indicação mais clara das funções que nos cabem.
A chefia do Divino Mestre está sempre mais viva e a programação geral dos serviços reservados aos discípulos de todas as condições permanece estruturada em seu Evangelho de Sabedoria e de Amor.
Procuremos as bases do Cristo para não agirmos em vão.
Ajustemo-nos à consciência do grande Renovador, a fim de não sermos tentados pelos nossos impulsos de dominação, porque, em todos os climas e situações, o companheiro da Boa-Nova é convidado, chamado e constrangido a servir.
NOSSA REFLEXÃO
Essa mensagem deve ser lida por qualquer cristão, como um trabalhador de uma seara cujo Administrador é o Senhor Jesus. Neste caso, consideramos que a Seara é qualquer lugar em que o trabalhador-cristão se encontre. Como diz Emmanuel, nesta exortação: “Ajustemo-nos à consciência do grande Renovador, a fim de não sermos tentados pelos nossos impulsos de dominação, porque, em todos os climas e situações (grifos nossos), o companheiro da Boa-Nova é convidado, chamado e constrangido a servir”.
Então, há uma administração divina em todos os setores da vida humana. Os cristãos, e, em particular, nós espíritas, devemos estar a postos para o serviço, como trabalhadores da última hora[1],porque a qualquer momento somos chamados ao serviço da Justiça, do Amor e da Caridade.[2]
Que Deus faça calar em nós a vaidade, o personalismo, em toda as nossas atividades humanas. Em nome de Jesus.
Domício.


[1] “O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade. Tem ele direito ao salário, porque desde a alvorada esperava com impaciência aquele que por fim o chamaria para o trabalho. Laborioso, apenas lhe faltava o labor”. Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XX, item 2.
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Livro Terceiro, Cap. XII – Da Lei de Justiça, de Amor e de Caridade.