domingo, 30 de setembro de 2018

MODO DE SENTIR


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MODO DE SENTIR
Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir.
Paulo (EFÉSIOS, 4:23).
Há muitos séculos o homem raciocina, obediente a regras quase inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de observação; rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra, terra e cal.
Nos círculos da natureza externa, em si, as modificações em qualquer aspecto são mínimas, exceção feita ao progresso avançado nas técnicas da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as alterações são profundas.
Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e deliberada, quanto antigamente.
Oriundo do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente em todos os climas do planeta.
O lar e a escola, o templo e o hospital, as instituições de previdência e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá demonstrar altas características de inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto o estômago é máquina de digerir, há milênios.
Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.
Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na cruz, entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguível pela qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou ao sacrifício, influenciando a maneira de sentir das nações e dos séculos.
Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida abundante.
Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade? Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento.
NOSSA REFLEXÃO
Não sabemos o que está por vir, em nossas vidas. Não temos a premonição do nosso futuro, como o Cristo tinha. E mesmo assim, quando foi traído por Judas, ofereceu ao seu escolhido, dentre outros, para ser seu divulgador da Boa Nova, a oportunidade de mudança em relação aos seus propósitos, chamando-o de amigo[1]. Compreendia-o, mesmo sabendo dos seus equivocados sentimentos.
Somos muitas vezes pegos de surpresa com atitudes negativas de amigos ou afetos de modo geral. Cabe a nós sentir de modo misericordioso, apesar da tristeza e angústia que perpassa na alma, o que nos atinge nesses momentos. E continuar considerando amigo o móvel de nossa decepção. Um amigo equivocado, como Judas foi do Mestre. O Cristo que não tinha nada a pagar, o perdoou, o que dizer em relação a nós que somos ainda muito endividados com as Leis Divinas?
Em nossa imperfeição, quantas vezes beijamos a face de um(a) amigo(a) pensando que estávamos a fazer-lhe um bem? Ou então, antecedendo um grande prejuízo a(o) amigo(a) beijado(a)? Quantas vezes nos movemos como traidores? Devemos lembrar disso, quando formos surpreendidos, pois esta será a oportunidade de sermos gratos a Deus por nos perdoar incessantemente através dos milênios.
O Cristo nos ensinou que deveríamos perdoar, não setenta vezes, mas setenta vezes sete vezes (Mateus, 18:15, 21 e 22). Ou seja, como Deus nos perdoa. Pensando nisto, o Espírito Simeão nos exorta:
Prestai, pois, ouvidos a essa resposta de Jesus e, como Pedro, aplicai-a a vós mesmos. Perdoai, usai de indulgência, sede caridosos, generosos, pródigos até do vosso amor. Dai, que o Senhor vos restituirá; perdoai, que o Senhor vos perdoará; abaixai-vos, que o Senhor vos elevará; humilhai-vos, que o Senhor fará vos assenteis à sua direita[2].

Que estejamos atentos a essas orientações do Cristo, retomadas por Allan Kardec e pelos Espíritos Superiores quando da codificação da Doutrina Espírita.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Vide mensagem de Emmanuel, do livro Caminho, Verdade e Vida, sobre este episódio, com a nossa reflexão, em Ensejo ao Bem.

domingo, 23 de setembro de 2018

ACORDAR E ERGUER-SE


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ACORDAR E ERGUER-SE
Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.
Paulo (EFÉSIOS, 5:14).
Há milhares de companheiros nossos que dormem, indefinidamente, enquanto se alonga debalde para eles o glorioso dia de experiência sobre a Terra.
Percebem vagamente a produção incessante da Natureza, mas não se recordam da obrigação de algo fazer em benefício do progresso coletivo.
Diante da árvore que se cobre de frutos ou da abelha que tece o favo de mel, não se lembram do comezinho dever de contribuir para a prosperidade comum.
De maneira geral, assemelham-se a mortos preciosamente adornados.
Chega, porém, um dia em que acordam e começam a louvar o Senhor, em êxtase admirável...
Isso, no entanto, é insuficiente.
Há muitos irmãos de olhos abertos, guardando, porém, a alma na posição horizontal da ociosidade.
É preciso que os corações despertos se ergam para a vida, se levantem para trabalhar na sementeira e na seara do bem, a fim de que o Mestre os ilumine.
Esforcemo-nos por alertar os nossos companheiros adormecidos, mas não olvidemos a necessidade de auxiliá-los no soerguimento.
É imprescindível saibamos improvisar os recursos indispensáveis em auxílio dos nossos afeiçoados ou não que precisam levantar-se para as bênçãos de Jesus.
Não basta recomendar.
Quem receita serviço e virtude ao próximo, sem antes preparar-lhe o entendimento, através do espírito de fraternidade, identifica-se com o instrutor exigente, que reclama do aluno integral conhecimento acerca de determinado e valioso livro, sem antes ensiná-lo a ler.
Disse Paulo: - “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e o Cristo te iluminará.”
E nós repetiremos: - “Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das boas obras e o Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros.”
NOSSA REFLEXÃO
A analogia que Emmanuel utiliza nessa mensagem é bem apropriada, pois o ato de levantar-se, no nosso cotidiano, em geral, é antecedido da vontade de ficar deitado, mesmo acordado. Os compromissos povoam nossa mente e, só então, nos motivamos a levantar, com a ajuda de Deus... Acordar para a vida, entendamos, é o ato de abrir os olhos, em reverência a Deus que providencia a labuta, seguido pelo levantar otimista, de modo agradecido e motivado por existir, para ser cada vez mais um verdadeiro Filho de Deus.
A compreensão de nos posicionarmos para o labor espiritual, num contexto corporal, é fundamental para que sejamos aproveitados por Deus, e pelo Cristo, nas Suas Obras, pois só assim aprenderemos a sermos verdadeiros colaboradores na Sua Seara. O Cristo não conta neste mundo só com Espíritos Superiores para dar conta de Sua Obra de humanização de seus habitantes. Aproveita-nos, se estivermos prontos para o serviço, como na Parábola dos Trabalhadores da Última Hora (Mateus, 20:1 a 16).[1]
Neste contexto, como nos diz Emmanuel: “Acordemos para a vida superior e levantemo-nos na execução das boas obras e o Senhor nos ajudará, para que possamos ajudar os outros.”
Importante refletir que nem sempre nos posicionamos para ajudar os outros com o espírito de, tão somente, colaborador. Em geral, nos posicionamos como impositores de ideias, soluções e ensinos, sem deixar que o outro, no seu tempo, assimile as sugestões ditadas, quem sabe, com a ajuda dos Bons Espíritos que nos cercam no momento da ajuda. O bom Professor, o Mestre, não impõe, media conhecimento, aponta soluções oriundas de seu estudo e prática e deixa que o aprendiz reelabore o que tem pensado sobre o que quer aprender. Assim como nós há milênios estamos a fazer com os Ensinos de Jesus Cristo. Que Paciência do Mestre!!
Entrar no campo da necessidade do aprendiz, deixando-o se manifestar para aprender melhor e nos ensinar também, é se despir da autoridade do professorado.
Então, neste planeta, ainda de provas e expiações, que possamos ser aprendizes que desejam ajudar aqueles nos cercam, também querendo aprender, ou pelo menos dispostos, como qualquer um de seus habitantes em fase evolutiva. E ergamo-nos! Pois acordados estamos há muito tempo...
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Veja as orientações dos Espíritos Superiores que trabalharam com apoio irrepreensível de Allan Kardec na codificação da 3ª Revelação (o Espiritismo), acessando O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX (Os Trabalhadores da Última Hora).

domingo, 16 de setembro de 2018

NÃO TE ENGANES


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NÃO TE ENGANES
Olhais para as coisas, segundo as aparências? Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, que assim como ele é do Cristo, também nós do Cristo somos.
Paulo (II Coríntios, 10:7).
Não te enganes, acerca da nossa necessidade comum no aperfeiçoamento.
Muita vez, superestimando nossos valores, acreditamo-nos privilegiados na arte da elevação. E, em tais circunstâncias, costumamos esquecer, impensadamente, que outros estão fazendo pelo bem muito mais que nós mesmos.
O vaga-lume acende leves relâmpagos nas trevas e se supõe o príncipe da luz, mas encontra a vela acesa que o ofusca. A vela empavona-se sobre um móvel doméstico e se presume no trono absoluto da claridade, entretanto, lá vem um dia em que a lâmpada elétrica brilha no alto, embaciando-lhe a chama.
A lâmpada, a seu turno, ensoberbece-se na praça pública, mas o Sol, cada manhã, resplandece no firmamento, clareando toda a Terra e empalidecendo todas as luzes planetárias, grandes e pequenas.
Enquanto perdura a sombra protetora e educativa da carne, quase sempre somos vítimas de nossas ilusões, mas, em voltando o clarão infinito da verdade com a renovação da morte física, verificamos, ao sol da vida espiritual, que a Providência divina é glorioso amor para a Humanidade inteira.
Não troques a realidade pelas aparências.
Respeitemos cada realização em seu tempo e cada pessoa no lugar que lhe é devido.
Todos somos companheiros de evolução e aperfeiçoamento, guardados ainda entre o bem e o mal.
Onde acionarmos a nossa "parte inferior", a sombra dos outros permanecerá em nossa companhia. Da zona a que projetarmos a nossa "boa parte", a luz do próximo virá ao nosso encontro.
Cada alma é sempre uma incógnita para outra alma. Em razão disso, não será lícito erguer as paredes de nossa tranquilidade sobre os alicerces do sentimento alheio.
Não nos iludamos.
Retifiquemos em nós quanto prejudique a nossa paz íntima e estendamos braços e pensamentos fraternos, em todas as direções, na certeza de que, se somos portadores de virtudes e defeitos, nas ocasiões de juízo receberemos sempre de acordo com as nossas obras. E, compreendendo que a bondade do Senhor brilha para todas as criaturas, sem distinção de pessoas, recordemos em nosso favor e em favor dos outros as significativas palavras de Paulo:  "Se alguém confia de si mesmo que é do Cristo, pense outra vez isto consigo, porque tanto quanto esse alguém é do Cristo, também nós do Cristo somos".
NOSSA REFLEXÃO
Num mundo de relações, todos somos compelidos a elevar e abaixar nossa “luz”, de momento a momento. Como cada um de nós se diz cristão, devemos ter a consciência de que cada um pode, em determinado momento, estar bem ou mal. Acertando ou errando. Devemos nos espelhar nas boas ações e não nos determos nas más, para a crítica, na ilusão de que somos melhores de quem estamos a criticar. Estamos todos no mesmo barco. Somos Espíritas! Somos Cristãos! Espíritos endividados com a Lei e, às vezes, ainda acomodados em algumas falhas pessoais.
Aos exercermos a caridade, receberemos caridade. Não bastará dizermos que somos cristãos, para nos colocarmos em situação favorável diante do Cristo, pois como questiona o Espírito Simeão: “Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: “Sou cristão”, para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis pelas suas obras”[1].
Que tenhamos essa consciência no nosso dia a dia de relação.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1]Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII, Item 16.

domingo, 9 de setembro de 2018

SEMEADORES


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SEMEADORES
Eis que o semeador saiu a semear.
Jesus (MATEUS. 13:3).
Todo ensinamento do divino Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a contar a Parábola do Semeador, começa com ensinamento de inestimável importância que vale relembrar.
Não nos fala que o semeador deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu a semear.
Transferindo a imagem para o solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros da boa-vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o velho cárcere do "ponto de vista" para nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do "eu", excursionaremos através do grande continente denominado "interesse geral". E, na infinita extensão dele, encontraremos a "terra das almas", sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças...
Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas inibições e aprendamos com o Cristo a "sair para semear".
NOSSA REFLEXÃO
Entendemos que somos aprendizes de semeadores cristãos. Já temos a boa-vontade de trabalhar no movimento em prol dos que desejam também serem iluminados pela Doutrina Espírita. No entanto, sabemos que o terreno a semear é árido, e uns recebem a Revelação como se estivessem a caminhar sem preocupações; outros parecem um terreno com pedras – até a recebem com alegria, mas as imposições sociais os levam a se afastar; e, por último, há aqueles que parece um terreno espinhoso que não deixa os frutos sobressaírem. Porém, tem aqueles que se constituem em terreno de boa vontade em que se produz bastante frutos[1].
Apesar de nos candidatarmos a sermos semeadores, precisamos refletir em qual estágio nos encontramos em relação aos diversos tipos de terreno em que o Senhor semeia Sua iluminada Boa Nova. Podemos até fazer um bom trabalho de evangelização, participando de grupos de estudos das obras básicas, proferindo palestras, mas não devemos nos descuidar de nos limpar “[...] das nossas inibições [...]” e verdadeiramente nos dispor a aprender o modo cristão de  "[...] ‘sair para semear’", como nos aponta Emmanuel nesta mensagem que estamos a refletir.
O exercício da semeadura, para o aprendiz de cristão, é um verdadeiro aprendizado no esforço de se tornar cristão, pois devemos ter boa vontade com os mais diversos tipos de terrenos a semear, inclusive nós mesmos. Pois é no exercício que vamos, no dia a dia, sendo provados se a Boa Nova já rende frutos em nós.
Que aprendamos aceitar os outros, como devemos aceitar a nós mesmos e nos alegremos com a oportunidade de sermos melhores a cada dia.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Vide interpretação de A. Kardec à Parábola do Semeador em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 6, comparando os sujeitos da parábola com os mais diversos tipos de espíritas.

domingo, 2 de setembro de 2018

DIFERENÇAS


63
DIFERENÇAS
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. Jesus. (JOÃO, 13:35).
Nas variadas escolas do Cristianismo, vemos milhares de pessoas que, de alguma sorte, se ligam ao Mestre e Senhor.
Há corações que se desfazem nos louvores ao grande Médico, exaltando-lhe a intercessão divina nos acontecimentos em que se reconheceram favorecidos, mas não passam das afirmativas espetaculares, qual se vivessem indefinidamente mergulhados em maravilhosas visões.
São os simplesmente beneficiários e sonhadores.
Há temperamentos ardorosos que impressionam da tribuna, através de preleções eruditas e comoventes, em que relacionam a posição do grande Renovador, na religião, na filosofia e na história, não avançando, contudo, além dos discursos preciosos.
São os simplesmente sacerdotes e pregadores.
Há inteligências primorosas que vazam páginas sublimes de crença consoladora, arrancando lágrimas de emoção aos leitores ávidos de conhecimento revelador, todavia, não ultrapassam o campo do beletrismo religioso.
São os simplesmente escritores e intelectuais.
Todos guardam recursos e méritos especializados.
Existe, no entanto, nos trabalhos da Boa-Nova, um tipo de cooperador diferente.
Louva o Senhor com pensamentos, palavras e atos, cada dia.
Distribui o tesouro do bem, por intermédio do verbo consolador, sempre que possível.
Escreve conceitos edificantes, em torno do Evangelho, toda vez que as circunstâncias lho permitem.
Ultrapassa, porém, toda pregação falada ou escrita, agindo incessantemente na sementeira do bem, em obras de sacrifício próprio e de amor puro, nos moldes de ação que o Cristo nos legou.
Não pede recompensa, não pergunta por resultados, não se sintoniza com o mal. Abençoa e ajuda sempre.
Semelhante companheiro é conhecido por verdadeiro discípulo do Senhor, por muito amar.
NOSSA REFLEXÃO
É de grande importância o estudo. O movimento espírita se caracteriza por ter o estudo como base da evolução espiritual[1]. Também, a divulgação espírita, tanto pelo livro, como pela fala (as palestras) é um princípio basilar do movimento. Encontro de esclarecimentos gerais são realizados visando a confraternização e esclarecimentos mais aprofundados da Doutrina por estudiosos de destaque[2].
Esta mensagem do Cristo aos seus discípulos vai encontrar sua similar na Doutrina Espirita, O Consolador Prometido, dita por O Espírito de Verdade: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo”.[3] Então, temos um compromisso com o Cristo, não só de estudar, divulgar a Doutrina, mas também de nos amarmos, nos unirmos em torno de Sua Doutrina, agora esclarecida pelo Espiritismo.
Então, as atitudes que Emmanuel cita como aquelas que caracterizam “[...] um tipo de cooperador diferente” vai encontrar respaldo nas características do Homem de Bem apresentadas por Allan Kardec quando discutiu as características da perfeição espiritual[4].
Que as nossas imperfeições sejam minimizadas pela nossa vontade de ser melhor a cada dia e possamos, cada vez mais, ampliar nossa capacidade de nos amar, uns aos outros, independentemente de credo, ou não credo, como Jesus continua nos amando.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Nas casas espíritas se estimula os estudos em grupo e tem O Estudo Sistematizado da Doutrina (ESDE)como um estudo orientado pela Federação Espírita Brasileira. Além, do ESDE, tem estudos das obras básicas em separado.
[2] Vide o canal do Youtube de Haroldo Dutra Dias, onde são postadas as suas palestras em eventos espíritas.
[3] O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 6 (O Cristo Consolador), item 5.
[4] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, item 3.