domingo, 15 de março de 2020

O JUSTO REMÉDIO


138
O JUSTO REMÉDIO
Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais que vos escreva, porque já vós mesmos estais instruídos por Deus a que vos ameis uns aos outros.
Paulo (I Tessalonicenses, 4:9).
Em sua missão de Consolador, recebe o Espiritismo milhares de consultas partidas de almas ansiosas, que imploram socorro e solução para diversos problemas.
Aqui, é um pai que não compreende e confia-se a sistemas cruéis de educação.
Ali, é um filho rebelde e ingrato, que foge à beleza do entendimento.
Acolá, é um amigo fascinado pelas aparências do mundo, e que abandona os compromissos com o ideal superior.
Além, é um irmão que se nega ao concurso fraterno.
Noutra parte, é o cônjuge que deserta do lar.
Mais adiante, é o chefe de serviço, insensível e contundente.
Contudo, o remédio para a extinção desses velhos enigmas das relações humanas está indicado, há séculos, nos ensinamentos da Boa Nova.
A caridade fraternal é a chave de todas as portas para a boa compreensão.
O discípulo do Evangelho é alguém que foi admitido à presença do Divino Mestre para servir.
A recompensa de semelhante trabalhador, efetivamente, não pode ser aguardada no imediatismo da Terra.
Como colocar o fruto na fronde verde da plantinha nascente?
Como arrancar a obra-prima do mármore com o primeiro golpe do cinzel?
Quem realmente ama, em nome de Jesus, está semeando para a colheita na Eternidade.
Não procuremos orientação com os outros para assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço.
Sabemos que não adianta desesperar ou amaldiçoar...
Cada espírito possui o roteiro que lhe é próprio.
Saibamos caminhar, portanto, na senda que a vida nos oferece, sob a luz da caridade fraternal, hoje e sempre.
NOSSA REFLEXÃO
Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, enfatiza, sobre a caridade fraternal, que seria desnecessário replicar o que o Mestre já havia ensinado, quando, na última ceia, anunciou um novo mandamento: “Um novo mandamento vos dou: ‘que vos ameis uns aos outros’; assim como vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (João, 13:34). Mais tarde, com a 3ª Revelação – O Espiritismo, Ele, se identificando como o Espírito de Verdade, ampliou esse ensinamento: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”[1].
Paulo, retorna, também, compondo a equipe da codificação espírita, para enfatizar o que Allan Kardec tão bem explicou sobre o Maior Mandamento (Mateus, 22:34 a 40) concluindo, em sua dissertação, que: “Fora da Caridade não há Salvação”[2]. Nesse contexto, Paulo nos aponta que “[...] o verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, pois todos aqueles que praticam a caridade são discípulos de Jesus, qualquer que seja o culto a que pertençam”[3].
A caridade fraternal, como o Espírito Emmanuel nos assinala, nesta mensagem, ora refletida, “[...] é a chave de todas as portas para a boa compreensão”. A boa convivência entre semelhantes é um princípio a ser adotado em todas os níveis de relação, seja no lar, no trabalho ou no passeio. Isto nos aponta para a relação entre pais e filhos[4], superiores e inferiores no trabalho[5], bem como nas atividades comerciais, de estudos e de entretenimento[6].
Emmanuel, também, nos lembra, que nada que façamos por nós ou pelo semelhante implica em recompensas imediatas na presente vida. Isto é coerente com o ponto de vista da vida futura que Allan Kardec tão bem explana em O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. II – Meu reino não é deste mundo).
Deste modo, temos um roteiro para sermos felizes, mesmo que no caminho encontremos espinhos ou mesmo muitas flores. Como estamos ainda em um mundo de Provas e Expiação, é mais provável que encontremos mais espinho que flores, mas tudo é válido para nos aperfeiçoarmos.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[4] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV (Honrar vosso Pai e vossa Mãe).
[5] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII (Sede Perfeitos).
[6] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII (Sede Perfeitos).

Nenhum comentário:

Postar um comentário