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BUSQUEMOS O EQUILÍBRIO
Aquele que diz permanecer nele, deve também
andar como Ele andou.
I JOÃO (2: 6).
Embora devas caminhar sem medo, não te cases à imprudência,
a pretexto de cultivar desassombro.
Se nos devotamos ao Evangelho, procuremos agir segundo os padrões
do divino Mestre, que nunca apresentam lugar à temeridade.
Jesus salienta o imperativo da edificação do reino de Deus,
mas não sacrifica os interesses dos outros em obras precipitadas.
Aconselha a sinceridade do "sim, sim – não, não",
entretanto, não se confia à rudeza contundente.
Destaca as ruínas morais do farisaísmo dogmático, todavia,
rende culto à Lei de Moisés.
Reergue Lázaro do sepulcro, contudo, não alimenta a
pretensão de furtá-lo, em definitivo, à morte do corpo.
Consciente do poder de que se acha investido, não
menospreza a autoridade política que deve reger as necessidades do povo e
ensina que se deve dar "a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".
Preso, e sentenciado ao suplício, não se perde em bravatas
labiais, não obstante reconhecer o devotamento com que é seguido pelas entidades
angélicas.
Atendamos ao Modelo Divino que não devemos esquecer, desempenhando
a nossa tarefa, com lealdade e coragem, mas, evitemos o arrojo desnecessário
que vale por leviandade perigosa.
Um coração medroso congela o trabalho.
Um coração temerário incendeia qualquer serviço,
arrasando-o.
Busquemos,
pois, o equilíbrio com Jesus e fugiremos, naturalmente, ao extremismo, que é
sempre o escuro sinal da desarmonia ou da violência, da perturbação ou da
morte.
NOSSA
REFLEXÃO
O equilíbrio é o que nos faz mais produtivo, mesmo nas
situações mais adversas. O conhecimento adquirido não nos faz detentores de
autoridade para subjugar àqueles que não o alcançaram, ainda.
O Mestre Jesus foi e é o exemplo maior, o modelo para todos
nós, como nos afirmam, em O Livro dos Espíritos[1], os Espíritos Superiores
encarregados de nos revelar o Consolador Prometido por Ele.
Diante das injustiças do dominador, Ele foi reticente em
apaziguar os dominados, visando uma libertação na paz, mostrando que não devíamos
esquecer do Pai. Tempos passaram e ainda temos no mundo dominadores e
dominados. E em nome da Democracia, muito se faz no sentido da libertação de
uma exploração que cada vez mais faz revelar a desigualdade social no planeta.
Movimentos pacíficos têm surgido na contramão da
insensibilidade de muitos que administram as diversas nações. A luta para que
tenhamos uma Educação de qualidade, para que o povo não fique a mercê da falta
de uma voz que questione as injustiças vividas por ele, é justa.
Todavia, é importante frisarmos que devemos ter calma diante
do inaceitável e agir com paz, arte, debates sociais, e nunca partir para o confronto,
buscando sempre o equilíbrio nos momentos mais aguerridos que podem surgir nos
embates políticos e sociais.
Lembramos de Gandhi que lutou pacificamente pela libertação
de seu povo da subjugação do povo inglês. Então, libertar é preciso, guerrear
não.
O equilíbrio é necessário para que vençamos a nós mesmos e
ao que nos incomoda. O extremismo, como Emmanuel nos adverte, jamais será o
caminho para a libertação. O diálogo, a crítica contundente, para despertar os
que se isolam diante da ilusão de uma falsa mudança, podem ajudar a mudar o status
quo de uma sociedade.
De todo modo, lembrando um artista e o parafraseando, que
tenhamos muita calma em qualquer hora.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Bom dia, professor Domício!
ResponderExcluirComo vai o senhor? Espero encontrá-lo em paz e cheio de saúde.
Quão relevante é essa reflexão. Muito obrigado!
Saudoso e fraternal abraço,
- Marcelo
Bom dia, Marcelo!
ExcluirSentimos sua falta! Que estejas, também, gozando saúde e paz interior.
Grato pelo retorno!!
Abraços!