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QUE FAREI?
Que farei?
Paulo (ATOS, 22:10).
Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o
culto inveterado ao comodismo.
Como dominarei? – interrogam alguns.
Como descansarei? – indagam outros.
E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis...
Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame
afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos
para dificultar o serviço da paz e do bem.
A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê
agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores
da Boa Nova.
O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da
Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo
pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.
– Que farei? – disse a Jesus, compreendendo o impositivo do
esforço que lhe cabia.
E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira
de luz e de amor, através do próprio sacrifício.
Se foste chamado à fé, não recorras ao divino Orientador
suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação
espiritual.
Procuremos
com o Senhor o serviço que a sua infinita Bondade nos reserva e caminharemos,
vitoriosos, para a sublime renovação.
NOSSA REFLEXÃO
Saulo de
Tarso, cioso que era do cumprimento de seus deveres para com a Lei mosaica,
detentor das Escrituras, em síntese, um Doutor da Lei, não resistiu à Luz de
Jesus. E justamente quem seria o primeiro a procurar em Damasco para eliminar,
por ser um divulgador das ideias cristãs, foi quem o recebeu para lhe retornar
a vista sã e dar-lhe os primeiros passos de seu apostolado[1]. Nesse encontro, Ananias,
assim lhe orientou: “O Deus dos nossos pais escolheu você para saber a vontade dele, para ver e ouvir o Messias falar. Você levará a mensagem dele a toda parte, contando o que tem visto e ouvido” (Atos, 22:14-15)[2]. Paulo, assim o fez.
Desse modo,
Saulo, que se tornou Paulo pelo batismo, veio a ser o maior divulgador da
doutrina do Cristo. Não só ao povo judeu, mas também aos gentios[3].
Emmanuel,
nesta mensagem, no esclarece que um discípulo do Cristo não deve esperar
privilégios ou vantagens por se candidatar às hostes cristãs. Como o Cristo,
todos os primeiros cristãos foram perseguidos. Atualmente, ainda há
perseguições pelo mundo a quem aderem a fé cristã.
Allan Kardec
foi perseguido pela Igreja por difundir uma ideia ampliada do amor de Deus. Uma
contradição, mas ocorreu isso por ele ter sido o codificador da 3ª Revelação
prometida por Cristo[4]. Também, no Brasil, os
primeiros espíritas, foram proibidos, por Lei, de se reunirem.
Então, que
saibamos fazer nossa parte sem esperar benefícios imediatos, pois nossa entrega
a uma obra messiânica, como a do Cristo, não deve ser negociada. Como o Cristo
disse na oração dominical: “Faça-se a tua vontade, assim na
Terra como no Céu”.[5]
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] O Espírito Emmanuel conta esse episódio
na obra “Paulo e Estêvão”, psicografada por Chico Xavier e publicada pela Federação
Espírita Brasileira (FEB).
[2] DUTRA, Haroldo Dutra (trad.). O novo Testamento.
1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[3] “Na época de Jesus e em consequência
das ideias acanhadas e materiais então em curso, tudo se circunscrevia e
localizava. A casa de Israel era um pequeno povo; os gentios eram outros
pequenos povos circunvizinhos” (A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo,.Cap. XXIV, item 9. Por isso, Paulo foi
chamado o Apóstolo dos gentios.
[4] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI – O Consolador prometido.
[5] Vide desdobramento desse verso da
oração em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII – item 3:III (Oração
dominical).
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