domingo, 1 de setembro de 2019

QUE FAREI?


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QUE FAREI?
Que farei?
Paulo (ATOS, 22:10).
Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo.
Como dominarei? – interrogam alguns.
Como descansarei? – indagam outros.
E os rogos se multiplicam, estranhos, reprováveis, incompreensíveis...
Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para dificultar o serviço da paz e do bem.
A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é padrão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.
O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.
– Que farei? – disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.
E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício.
Se foste chamado à fé, não recorras ao divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual.
Procuremos com o Senhor o serviço que a sua infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vitoriosos, para a sublime renovação.
NOSSA REFLEXÃO
Saulo de Tarso, cioso que era do cumprimento de seus deveres para com a Lei mosaica, detentor das Escrituras, em síntese, um Doutor da Lei, não resistiu à Luz de Jesus. E justamente quem seria o primeiro a procurar em Damasco para eliminar, por ser um divulgador das ideias cristãs, foi quem o recebeu para lhe retornar a vista sã e dar-lhe os primeiros passos de seu apostolado[1]. Nesse encontro, Ananias, assim lhe orientou: “O Deus dos nossos pais escolheu você para saber a vontade dele, para ver e ouvir o Messias falar. Você levará a mensagem dele a toda parte, contando o que tem visto e ouvido” (Atos, 22:14-15)[2]. Paulo, assim o fez.
Desse modo, Saulo, que se tornou Paulo pelo batismo, veio a ser o maior divulgador da doutrina do Cristo. Não só ao povo judeu, mas também aos gentios[3].
Emmanuel, nesta mensagem, no esclarece que um discípulo do Cristo não deve esperar privilégios ou vantagens por se candidatar às hostes cristãs. Como o Cristo, todos os primeiros cristãos foram perseguidos. Atualmente, ainda há perseguições pelo mundo a quem aderem a fé cristã.
Allan Kardec foi perseguido pela Igreja por difundir uma ideia ampliada do amor de Deus. Uma contradição, mas ocorreu isso por ele ter sido o codificador da 3ª Revelação prometida por Cristo[4]. Também, no Brasil, os primeiros espíritas, foram proibidos, por Lei, de se reunirem.
Então, que saibamos fazer nossa parte sem esperar benefícios imediatos, pois nossa entrega a uma obra messiânica, como a do Cristo, não deve ser negociada. Como o Cristo disse na oração dominical: “Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu”.[5]
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] O Espírito Emmanuel conta esse episódio na obra “Paulo e Estêvão”, psicografada por Chico Xavier e publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB).
[2] DUTRA, Haroldo Dutra (trad.). O novo Testamento. 1. ed. 2. imp. Brasília:  FEB, 2013.
[3] “Na época de Jesus e em consequência das ideias acanhadas e materiais então em curso, tudo se circunscrevia e localizava. A casa de Israel era um pequeno povo; os gentios eram outros pequenos povos circunvizinhos” (A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo,.Cap. XXIV, item 9. Por isso, Paulo foi chamado o Apóstolo dos gentios.
[4] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI – O Consolador prometido.
[5] Vide desdobramento desse verso da oração em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII – item 3:III (Oração dominical).

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