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PROBLEMAS DO AMOR
...que vosso amor cresça cada vez mais no pleno
conhecimento e em todo o discernimento.
Paulo (FILIPENSES, 1:9).
O amor é a força divina do universo.
É imprescindível, porém, muita vigilância para que não a
desviemos na justa aplicação.
Quando um homem se devota, de maneira absoluta, aos seus
cofres perecíveis, essa energia, no coração dele, denomina-se
"avareza"; quando se atormenta, de modo exclusivo, pela defesa do que
possui, julgando-se o centro da vida, no lugar em que se encontra, essa mesma
força converte-se nele em "egoísmo"; quando só vê motivos para louvar
o que representa, o que sente e o que faz, com manifesto desrespeito pelos
valores alheios, o sentimento que predomina em sua órbita chama-se
"inveja".
Paulo, escrevendo à amorosa comunidade filipense, formula
indicação de elevado alcance. Assegura que "o amor deve crescer, cada vez mais,
no conhecimento e no discernimento, a fim de que o aprendiz possa aprovar as
coisas que são excelentes".
Instruamo-nos, pois, para conhecer.
Eduquemo-nos para discernir.
Cultura intelectual e aprimoramento moral são imperativos
da vida, possibilitando-nos a manifestação do amor, no império da sublimação que
nos aproxima de Deus.
Atendamos
ao conselho apostólico e cresçamos em valores espirituais para a eternidade,
porque, muitas vezes, o nosso amor é simplesmente querer e tão-somente com o
"querer" é possível desfigurar, impensadamente, os mais belos quadros
da vida.
NOSSA REFLEXÃO
A conversão da “força divina do universo”, como Emmanuel
nos assinala, em resultados do simples querer, como a avareza, o egoísmo e a
inveja, nos estagna a evolução espiritual. Querer é poder, já diz o ditado popular.
Para poder, primeiro precisa-se querer. Deus nos dá o livre-arbítrio[1] (relacionado ao querer,
refletido ou não), então tudo podemos. No entanto, como disse Paulo aos
coríntios: “Tudo me é permitido, mas
nem tudo me convém" (1 CORÍNTIOS, 6:12).
Nesse sentido, devemos sublimar o nosso querer para que a nossa
potência espiritual seja consonante com as Leis divinas.
A conjugação entre o Amor e a Instrução é um lema deixado
pelo Espírito de Verdade, na sua excelsa lição:
Espíritas! amai-vos, este o primeiro
ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as
verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do
além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: “Irmãos!
nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da
impiedade". – O Espírito de Verdade.[2]
Que saibamos discernir quando o nosso querer não nos
convém. Amemos de modo incondicional, sem o intuito de levar vantagem, pois uma
vantagem irrefletida, que se encerra em nós mesmos, nos afasta de Deus, pois
suas Leis são solidárias, justas e benevolentes.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] Vide questões 121 e 122 de O Livro dos Espíritos.
[2]
Vide íntegra dessa mensagem de O
Espírito de Verdade em O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. VI, Item 5.
Obrigado pelas reflexões, professor Domício!
ResponderExcluirFraternal abraço,
Marcelo (Brasília-DF)
Fico gratificado, Marcelo, por estar contribuindo!
ExcluirAbraços.