domingo, 17 de março de 2019

VARONILMENTE

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VARONILMENTE
Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes.
Paulo (I CORÍNTIOS, 16:13).
Vigiai na luta comum.
Permanecei firmes na fé, ante a tempestade.
Portai-vos varonilmente em todos os lances difíceis.
Sede fortes na dor, para guardar-lhe a lição de luz.
Reveste-se o conselho de Paulo aos coríntios, ainda hoje, de surpreendente oportunidade.
Para conquistarmos os valores substanciais da redenção, é imprescindível conservar a fortaleza de ânimo de quem confia no Senhor e em si mesmo.
Não vale a chuva de lágrimas despropositadas, ante a falta cometida.
Arrependermo-nos de qualquer gesto maligno é dever, mas pranteá-lo indefinidamente é roubar tempo ao serviço de retificação.
Certo, o mal deliberado é um crime, todavia, o erro impensado é ensinamento valioso, sempre que o homem se inclina aos desígnios do Senhor.
Sem resistência moral, no turbilhão de conflitos purificadores, o coração mais nobre se despedaça.
Não nos cabe, portanto, repousar no serviço de elevação.
É natural que venhamos a tropeçar muitas vezes.
É compreensível que nos firamos frequentemente nos espinhos da senda.
Lastimável, contudo, será a nossa situação toda vez que exigirmos rede macia de consolações indébitas, interrompendo a marcha para o Alto.
O cristão não é aprendiz de repouso falso. Discípulo de um Mestre que serviu sem acepção de pessoas até à cruz, compete-lhe trabalhar na sementeira e na seara do infinito Bem, vigiando, ajudando e agindo varonilmente.
NOSSA REFLEXÃO
Somos todos falíveis, ou fadados a cair, pois ainda não adquirimos a perfeição. No entanto, não perecemos com os erros cometidos, pois aprendemos com eles o que não devemos fazer. De outro modo, ao “fracassar”, abrimos os olhos para outras perspectivas não pensadas quando optamos por uma ação motivada por um pensamento que, a princípio, seria vantajoso para nós e até mesmo para aqueles mais próximo de nós. Thomas Alva Edson, um dos gênios da humanidade, era um incansável. De espírito empreendedor, nunca desistia ante um “fracasso” (ele não entendia desse modo), deixando-nos palavras de estímulo e perseverança, como a seguinte: “De fato, não fracassei ao tentar, cerca de 10.000 vezes, desenvolver um acumulador. Simplesmente, encontrei 10.000 maneiras que não funcionam”[1].
Emmanuel nos traz o tema da fé, quando nos faz pensar que: “Para conquistarmos os valores substanciais da redenção, é imprescindível conservar a fortaleza de ânimo de quem confia no Senhor e em si mesmo”. Este pensar sintoniza-se com a orientação de Um Espírito Protetor que nos ensinou que a fé pode ser divina ou humana[2]. Essas duas perspectivas, se reunidas, podem dar ao ser humano um poder de um deus (JOÃO, 10:34 e 35).
Sendo falíveis, cairemos tantas vezes quantas forem necessárias para descobrimos o caminho certo. Isto varia de Espírito para Espírito, mas todos chegarão no cume da Escala Espírita da evolução espiritual.[4]
Que possamos ser varonis na luta pelo nosso aperfeiçoamento espiritual, lembrando que o Cristo veio para os que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir[5]. Não foi à toa que nos citou a Parábola do Filho Pródigo[6].
Que Deus nos ajude.
Domício.


[2] “A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer” (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 12).
[4] Vide em O Livro dos Espíritos, Livro Segundo, Cap. I (Os Espíritos), itens 101-113.
[5] Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: “Por que lhes falas por parábolas?” — Respondendo-lhes, disse Ele: “É porque a vós outros foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado. Porque àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvireis com os vossos ouvidos, e não escutareis; olhareis com os vossos olhos, e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, Eu não os cure’” (Mateus, 13:10 a 15.). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, itens 4-7.

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