domingo, 31 de março de 2019

DEMONSTRAÇÕES DO CÉU


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DEMONSTRAÇÕES DO CÉU
Disseram-lhe, pois: Que sinal fazes Tu para que o vejamos e creiamos em ti?
João (6:30).
Em todos os tempos, quando alguém na Terra se refere às coisas do Céu, verdadeira multidão de indagadores se adianta pedindo demonstrações objetivas das verdades anunciadas.
Assim é que os médiuns modernos são constantemente assediados pelas exigências de quantos se colocam à procura da vida espiritual.
Esse é vidente e deve dar provas daquilo que identifica.
Aquele escreve em condições supranormais e é constrangido a fornecer testemunho das fontes de sua inspiração.
Aquele outro materializa os desencarnados e, por isso, é convocado ao teste público.
Todavia, muita gente se esquece de que todas as criaturas do Senhor exteriorizam os sinais que lhes dizem respeito.
O mineral é reconhecido pela utilidade.
A árvore é selecionada pelos frutos.
O firmamento espalha mensagens de luz.
A água dá notícias do seu trabalho incessante.
O ar esparge informações, sem palavras, do seu poder na manutenção da vida.
E entre os homens prevalecem os mesmos imperativos.
Cada irmão de luta é examinado pelas suas características.
O tolo dá-se a conhecer pelas puerilidades.
O entendido revela mostras de prudência.
O melhor demonstra as virtudes que lhe são peculiares.
Desse modo, o aprendiz do Evangelho, ao solicitar revelações do Céu para a jornada da Terra, não deve olvidar as necessidades de revelar-se firmemente disposto a caminhar para o Céu.
Houve dia em que a turba vulgar dirigiu-se ao próprio Salvador que a beneficiava, perguntando: "Que sinal fazes Tu para que o vejamos, e creiamos em ti?"
Imagina, pois, que, se ao Senhor da Vida foi dirigida semelhante interrogativa, que indagação não se fará do Alto a nós outros, toda vez que rogarmos sinais do Céu, a fim de atendermos ao nosso dever?
NOSSA REFLEXÃO
Identificação, disposição para o trabalho cristão, eis o que nos credencia a fazer parte de um Reino de paz, justiça, fraternidade e alegrias, prometido pelo Mestre. Pensando na passagem do Cristo, em nosso planeta, que segundo os Espíritos Superiores, é o seu Governador celeste, a pergunta citada nesta passagem evangélica, aqui refletida por Emmanuel, feita ao Mestre, pode ser considerada pueril, pois ele, antes de falar, fazia, num processo didático incomparável.[1] Se ele fosse mudo, sua missão não teria solução de continuidade, sob alguns aspectos. Mas ele tinha que deixar anotado um “manual” de suas ações (os Evangelhos), que seguindo-os, nós não teríamos problemas em executar suas diretrizes. É certo que o nosso estágio intelectual, adquirido até a sua época, não era suficiente para compreendermos tudo o que dizia. Então, os seus exemplos, para aquele momento, eram suficientes para muitos. E ele compreendia isso, por isso nos prometeu enviar um
outro Consolador [...] a fim de que fique eternamente convosco: O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós. Porém, o Consolador, que é o Santo Espírito, que meu Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará recordar tudo o que vos tenho dito (João, 14:15 a 17 e 26).[2]

Consideramos que a Boa Nova é um curso de longa duração, cujo material didático é constituído dos Evangelhos que podem ser melhor compreendidos e praticados com o suporte que a Doutrina Espírita (o Consolador prometido) oferece, pois essa doutrina não é uma mera interpretação do que Jesus nos disse, quando esteve conosco, de corpo presente. O Espiritismo se constitui em uma continuidade da escolaridade, iniciada com Moisés a ser desenvolvida por nós. Vamos entender, no que diz respeito as fases de escolarização, que consideramos, hoje, que a iniciação ao Cristianismo, com Jesus, foi a nossa escolarização cristã no nível Fundamental maior e médio, dado que Moisés nos iniciou na Pré-Escola e Ensino Fundamental menor, didaticamente falando. Estamos vivendo a Educação Superior com o Espírito de Verdade.[3]
Assim, não nos faltam demonstrações do Céu, particularmente nos dias atuais, de que Jesus é modelo a ser seguido ou acreditado.
Que nós possamos dar sinais de que queremos evoluir, pois, deste modo, as demonstrações celestiais, de que precisamos para darmos sequência a nossa evolução, se apresentarão aos nossos olhos na forma do desenvolvimento da natureza ou na carência material, intelectual ou moral de nossos irmãos. Se tivermos olhos de ver e ouvidos de ouvir, tudo fará sentido para nós[4].
Que Deus nos ajude nessa necessidade nossa.
Domício.


[1] Segundo o Espíritos colaboradores da Codificação Espírita, Jesus é “o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo (questão de nº 625 de O Livro dos Espíritos). Vide anotações de A. Kardec sobre essa questão.
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 6 (O Cristo Consolador).
[3] Vide as três revelações divinas para a humanidade no Cap. I (Não vim destruir a Lei) de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[4] Aproximando-se, disseram-lhe os discípulos: “Por que lhes falas por parábolas?” — Respondendo-lhes, disse Ele: “É porque a vós outros foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus; mas, a eles, isso não lhes foi dado. Porque àquele que já tem, mais se lhe dará e ele ficará na abundância; àquele, entretanto, que não tem, mesmo o que tem se lhe tirará. Falo-lhes por parábolas, porque, vendo, não veem e, ouvindo, não escutam e não compreendem. E neles se cumprirá a profecia de Isaías, que diz: ‘Ouvireis com os vossos ouvidos, e não escutareis; olhareis com os vossos olhos, e não vereis. Porque, o coração deste povo se tornou pesado, e seus ouvidos se tornaram surdos e fecharam os olhos para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, para que seu coração não compreenda e para que, tendo-se convertido, Eu não os cure’” (Mateus, 13:10 a 15.). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, itens 4-7.

2 comentários:

  1. Gratidão pelo estudo, professor Domício!
    Fraternal abraço,
    Marcelo (Brasília-DF)

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    1. Estudar para reformar-se. Eis o nosso intento. "Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". Rs
      Grato pelo retorno, Marcelo!!

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