154
NINGUÉM VIVE PARA SI
Porque nenhum de nós vive para si.
Paulo (ROMANOS, 14:7).
A árvore que plantas produzirá não somente para a tua fome,
mas para socorrer as necessidades de muitos.
A luz que acendes clareará o caminho não apenas para os
teus pés, mas igualmente para os viajores que seguem ao teu lado.
Assim como o fio de água influencia a terra por onde passa,
as tuas decisões inspiram as decisões alheias.
Milhares de olhos observam-te os passos, milhares de
ouvidos escutam-te a voz e milhares de corações recebem-te os estímulos para o
bem ou para o mal.
“Ninguém vive para si...” – assevera-nos a divina Mensagem.
Queiramos ou não, é da Lei que nossa existência pertença às
existências que nos rodeiam.
Vivemos para nossos familiares, nossos amigos, nossos
ideais...
Ainda mesmo o usurário exclusivista, que se julga sem
ninguém, está vivendo para o ouro ou para as utilidades que restituirá a outras
vidas superiores ou inferiores para as quais a morte lhe arrebatará o tesouro.
Compreendendo semelhante realidade, observa o teu próprio caminho.
Sentindo, pensas.
Pensando, realizas.
E tudo aquilo que constitui tuas obras, através das
intenções, das palavras e dos atos, representará influência de tua alma,
auxiliando-te a libertação para glória da luz ou agravando-te o cativeiro para sofrimento
nas sombras.
Vigia,
pois, o teu mundo íntimo e faze o bem que puderes, ainda hoje, porquanto,
segundo a sábia conceituação do apóstolo Paulo, "ninguém vive para
si".
NOSSA
REFLEXÃO
O ser humano é um ser social, por natureza. Deus o criou
para viver em sociedade. Para progredir, é necessário que esteja em convívio
com inferiores e superiores em Ciência e Moral. “[...] Sozinho, ele não pode
[evoluir] porque não tem todas as faculdades; é-lhe preciso o contato [...]”
com os seus semelhantes[i]. O isolamento o embruteceria.
É muito comum nos inspirarmos em determinadas pessoas para
fazer o que entendemos ser útil para nós, independentemente de ser o melhor
para a nossa evolução. Reunir-se em ideias com afins é natural. Isto reforça
nossas inclinações para o bem ou para o mal.
Emmanuel, por isso, nos chama a atenção para que não sejamos
influenciadores para o mal ou para uma perturbação social, mesmo que simples.
Que façamos o justo, baseados em princípios cristãos. Isto é, usando uma linguagem
própria das redes sociais, que sejamos bons influencer, digitais ou não,
dos nossos seguidores, caso tenhamos ou venhamos a ter. Isto é, não sejamos
tais quais os falsos profetas, que se afiguram a uma árvore que dá maus frutos[ii]. Nesta mensagem, que ora
refletimos, ele nos lembra: “milhares de olhos observam-te os passos, milhares
de ouvidos escutam-te a voz e milhares de corações recebem-te os estímulos para
o bem ou para o mal”.
Atentos a esse chamamento, devemos ter cuidado em não sermos
um tipo diferente de materialista, mesmo sendo espiritualistas. Segundo Irmão
José, um tipo de materialismo diferente encontrado em alguns religiosos,
Trata-se da atitude inconsequente daqueles que,
dizendo-se espiritualistas, se rendem às Ilusões da vida imediatista, não
receando que a Divina Justiça, um dia, possa alcançá-los pelos seus desmandos.
Assíduos frequentadores dos mais diversos
templos religiosos e, por vezes, inclusive, neles oficiando, mostram-se
profundamente incoerentes entre o que fazem e o que dizem acreditar, em
pregações eloquentes ou exteriores demonstrações de fé.
Este
tipo de incrédulos, infelizmente, se encontra, no mundo todo, muito mais
disseminado do que se imagina, atuando sobre o inconsciente das massas que,
influenciadas pelos seus exemplos negativos, vão, cada vez mais, se
distanciando da sinceridade com que o criador deve ser referenciado[iii].
Temos ainda o recado de Um Espírito Protetor sobre a nossa
conduta como seres humanos no mundo, enquanto ser social, nos conclamando a
sermos boas árvores, que, por sua natureza, só pode dar bons frutos:
Purificai,
pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento
mundano ou fútil. Elevai o vosso espírito àqueles por quem chamais, a fim de
que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a
semente que é preciso germine em vossas almas e dê frutos de caridade e justiça[iv]
Que Deus nos ajude a não sair do propósito do bem e a
sermos bons influencer sociais, fazendo ou não o uso das redes sociais.
[i] Questão nº 768 de O Livro dos Espíritos.
[ii] Lucas (6:43 a 45). Vide discussão sobre
essa passagem evangélica em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXI.
[iii] José, Irmão (Espírito). Amai-vos uns
aos outros. Psicografia de Carlos A. Baccelli. Uberaba: Livraria Espírita
Edições “Pedro e Paulo”, 2015.
[iv] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 10.
Amigo, gratidão por ter encontrado o seu blog.
ResponderExcluirTrata-se uma preciosa ajuda para os meus estudos e conhecimentos.
Agradeço a indicação no fim da reflexão, de bibliografia com referência ao assunto tratado.
O meu bem haja, pelo seu excelente trabalho.
Gratidão
Olá, Mário.
ResponderExcluirFico gratificado em poder ajudá-lo em seus estudos, a partir de nossas reflexões.
O nosso objetivo, além de refletir as mensagens de Emmanuel, é relacioná-las com as obras básicas, com mais frequência O Evangelho Segundo o Espiritismo, dado a natureza das mensagens ser de cunho, notadamente, moral e religioso.
Aqui e ali, reporto-me ao O Livro dos Espíritos.
Fique à vontade para comentar e perguntar!
Paz, alegrias e saúde!!