domingo, 21 de junho de 2020

VEM!

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VEM!
E quem o ouve, diga: Vem. – E quem tem sede, venha.
Apocalipse (22:17).
A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades.
Se atingiste o nível das grandes experiências, não te inquiete a incessante extensão do trabalho.
Não enxergues inimigos nos semelhantes de entendimento imperfeito.
Muitos deles não saíram ainda do jardim de infância espiritual.
Dá sempre o bem pelo mal, a verdade pela mentira e o amor pela indiferença...
A inexperiência e a ignorância dos corações que se iniciam na luta fazem, frequentemente, grande algazarra em torno do espírito que procura a si mesmo.
Por isso, padecerás muitas vezes aflição e desânimo.
Não te perturbes, porém.
Se as ilusões e os brinquedos da maioria não mais te satisfazem, é que a madureza te inclina a horizontes mais vastos.
Recorda que somente Jesus é bastante sábio e bastante forte para acalmar-te.
Ouve-lhe o apelo divino, formulado nas derradeiras palavras do seu Testamento de Amor: – “Vem!"
Ninguém te pode impedir o acesso à fonte da luz infinita.
O Mestre é o Eterno Amigo que nos rompe as algemas e nos abre portas renovadoras...
Entretanto, é preciso saibas querer.
O Senhor jamais nos fará violência.
Sofres? Estás fatigado? Tropeças sob os fardos do mundo?
Vem!
Jesus reserva-te os braços abertos.
Vem e atende-o ainda hoje. É verdade que sempre alcançaste ensejos de serviço, que o Mestre sempre foi abnegado e misericordioso para contigo, mas não te esqueças de que as circunstâncias se modificam com as horas e de que nem todos os dias são iguais.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel nos mostra o quanto o Cristo se dispôs e se dispõe a todos e todas que passam por situações de sofrimento ou de redenção. Ninguém é abandonado. O Cristo não desiste de ninguém, como nenhum Mestre o faz. Como Emmanuel nos coloca, nessa mensagem, ora refletida: “A Terra é a grande escola das almas em que se educam alunos de todas as idades”. E idade, aqui, na nossa compreensão, deve ser entendida como o estágio evolutivo do Espírito.
Lembremo-nos do seguinte convite de Jesus Cristo:
“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo (Mateus, 11:28 a 30).

Allan Kardec disserta sobre essa mensagem do Cristo:
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação na fé no futuro, na confiança na Justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que Eu vos aliviarei.”
Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por Ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.[i]
Esses consolos espirituais são antecedidos por outros, como bem-aventuranças, em Mateus (5:4, 6 e 10) e em Lucas (6:20 e 21), que trazem a medida com que o Mestre cuidava de consolar a todos os sofredores, não importando classe social, raça ou gênero. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V (Bem-aventurados os aflitos), temos discorrida uma ampla discussão sobre os mais diversos matizes do sofrimento humano e Allan Kardec pontua, um a um, consolando aos leitores sobre a necessidade de bem sofrer. Acrescentando à dissertação de A. Kardec, os Espíritos Superiores dão belíssimas instruções a respeito. Em particular, levando em conta o momento acirrado de dor por qual a humanidade terrestre passa no momento, ocasionado pela COVID-19, busquemos em Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris (Item 21), o consolo pela “perda” dos entes queridos.
Vós que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu.

De qualquer sorte, precisamos ter em mente que o sofrimento é o encontro conosco mesmo e significa uma oportunidade de retorno à Lei de Deus.
Quanto à análise sobre o comportamento dos irmãos que seguem totalmente contrário aos ensinamentos do Cristo, mesmos aqueles que se consideram cristãos, Emmanuel nos lembra, nessa mensagem, que não os enxerguemos como inimigos, mas como “[...] semelhantes de entendimento imperfeito”. Isto é um antídoto para a nossa indignação, característica de seres imperfeitos, como qualquer um de nós.
Emmanuel finaliza sua mensagem, como sempre de forma magistral, nos apontando que precisamos aproveitar o tempo que nos é dado, enquanto está a correr, pois podemos estar construindo todo um contexto para futuras dificuldades mais difíceis de serem resolvidas. Ou seja, atender ao convite do Mestre é humanamente inteligente.
Que Deus nos ajude a termos consolidadas essas verdades em nossas vidas.
Domício.
PS.
Ofereço aos irmãos e irmãos, leitores e leitoras, desse blog, uns versos de L. Angel sobre a temática.

Nesse mundo de provas e expiações,
O choro é natural, mesmo que não se queira.
Traduz o afloramento de emoções,
Mas que seja como ocorreu no Monte das Oliveiras.
L. Angel       01/02/2016

A vida física se extenua,
Como mostra o ocaso de um dia.
Mas o dia continua,
E a vida espiritual, também, numa nova moradia.
L. Angel     08/05/2020

E a vida espiritual continua...
Nesse ou em outro plano solar.
Ela nunca se extenua
E uma de nossas moradas é o Nosso Lar.   
L. Angel    20/06/2015

Bom dia!
Que Deus te dê muita paz e alegria!
Mas se, hoje, algo não dê certo,
Não se preocupe, pois Deus está por perto.
L. Angel       27/10/2017


[i] Vide mais em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI. Este capítulo apresenta o advento do Espírito de Verdade, prometido por Jesus Cristo em João (14:15 a 17 e 26), que se constitui no Consolador Prometido, que, para os Espíritos Superiores que assistiram Allan Kardec, é o Espiritismo.

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