domingo, 10 de maio de 2020

SAIBAMOS COOPERAR


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SAIBAMOS COOPERAR
Porque sem mim nada podeis fazer.
Jesus (João, 15:5).
O divino poder do Cristo, como representante de Deus, permanece latente em todas as criaturas.
Todos os homens receberam dele sagrados dons, ainda que muitos se mantenham afastados do campo religioso.
Referimo-nos aqui, porém, aos cultivadores da fé, que iniciam o esforço laborioso e longo da descoberta dos valores sublimes que vibram em si mesmos.
Grande parte suspira por espetaculares demonstrações de Jesus em seus caminhos, e companheiros incontáveis acreditam que apenas cooperam com o Senhor os que se encontram no ministério da palavra, no altar ou na tribuna de variadas confissões religiosas.
Urge, entretanto, retificar esse erro interpretativo.
O Senhor está conosco em todas as posições da vida. Nada poderíamos realizar sem o influxo de sua vontade soberana.
Diz-nos o Mestre com clareza: - "Eu sou a videira, vós as varas."
Como produzir alguma coisa sem a seiva essencial?
Efetivamente, os aprendizes arguciosos poderão objetar que, nesse critério, também encontraremos os que praticam o mal, alicerçados nas mesmas bases. Respondendo, consideraremos somente que semelhantes infelizes enxertam cactos infernais na Videira divina, por conta própria, pagando elevado preço, perante o Governo do Universo.
Reportamo-nos aos companheiros tímidos e vacilantes, embora bem intencionados, para concluir que, em todas as tarefas humanas, podemos sentir a presença do Senhor, santificando o trabalho que nos foi cometido. Por isso, não podemos olvidar a lição evangélica de que seria abençoado qualquer esforço no bem, ainda que fosse apenas o de ministrar um copo de água pura em seu nome.
O Mestre não se encontra tão somente no serviço daqueles que ensinam a Revelação divina, através da palavra acadêmica instrutiva ou consoladora. Acompanha os que administram os bens do mundo e os que obedecem às ordenanças do caminho, concorrendo na edificação do futuro melhor, nas organizações materiais e espirituais. Permanece ao lado dos que revolvem o chão do Planeta, cooperando na estruturação da Terra aperfeiçoada, como inspira os missionários da inteligência na evolução dos direitos humanos.
Saibamos cooperar, desse modo, nos círculos de serviço a que fomos chamados para o concurso cristão.
Faze, tão bem quanto esteja em tuas possibilidades, a obra parcial confiada às tuas mãos.
Por hoje, talvez te enganes, supondo servir às autoridades terrestres, no entanto, chegará o minuto revelador no qual reconhecerás que permaneces a serviço do Senhor. Une-te, pois, ao divino Artífice, em espírito e verdade, porque o problema fundamental de nossa paz é justamente o de saber se vivemos nele tanto quanto Ele vive em nós.
NOSSA REFLEXÃO
Cooperar faz parte do fazer humano, quando nasce nele um sentimento de empatia em relação ao outro, contribuindo com suas experiências/conhecimento adquirido ao longo de sua vida. Cooperando, o cristão segue ao preceito: “Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas”. (MATEUS, 7:12.)[i].
Cabe a todos nós, que nos candidatamos ao trabalho espontâneo na seara do Senhor, lembrar que temos uma diretriz apontada por quem conta conosco. Ela está gravada nos Evangelhos e nas obras espíritas que lhe dão sentido, com relevância para O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Cada pessoa, em qualquer nível intelecto-moral, pode cooperar nessa seara. O primeiro pré-requisito é a boa vontade. Interpretando a parábola do “Trabalhador da Última Hora”, o Espírito Constantino, Espírito protetor, faz a seguinte introdução em sua instrução: “O obreiro da última hora tem direito ao salário, mas é preciso que a sua boa vontade o haja conservado à disposição daquele que o tinha de empregar e que o seu retardamento não seja fruto da preguiça ou da má vontade (grifos nossos).[ii]
Então, estando a postos, todo o momento é um momento inspirador do Mestre para fazer um bem, ou seja, conforme o Espírito Emmanuel nessa mensagem, que ora refletimos: “Por isso, não podemos olvidar a lição evangélica de que seria abençoado qualquer esforço no bem, ainda que fosse apenas o de ministrar um copo de água pura em seu nome”. Emmanuel, também, em Ajudemos sempre, mensagem desta mesma obra, nos aponta: “No Evangelho, a posição neutra significa menor esforço. [...] Diante, pois, do próximo, que se acerca do teu coração, cada dia, lembra-te sempre de que estás situado na Terra para aprender e auxiliar”.
De modo mais amplo, Emmanuel nos traz, nesta mensagem, ora em questão, a possibilidade de qualquer um contribuir com a evolução da humanidade terrena, como segue:
O Mestre não se encontra tão somente no serviço daqueles que ensinam a Revelação divina, através da palavra acadêmica instrutiva ou consoladora. Acompanha os que administram os bens do mundo e os que obedecem às ordenanças do caminho, concorrendo na edificação do futuro melhor, nas organizações materiais e espirituais. Permanece ao lado dos que revolvem o chão do Planeta, cooperando na estruturação da Terra aperfeiçoada, como inspira os missionários da inteligência na evolução dos direitos humanos.
De qualquer modo, devemos ter em mente que a cooperação com o Cristo deve seguir suas orientações. Isto é, ao terminar qualquer tarefa, ou durante a realização, de iniciativa particular, que pensamos seja no bem, devemos nos autoavaliar quanto a coerência com os preceitos evangélicos.
Que Deus nos ajude a colaborar com fidelidade aos preceitos cristãos.
Domício.


[i] Vide interpretação espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI. Item 4.

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