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EIA AGORA
Eia agora, vós que dizeis... amanhã...
Tiago (4:13).
Agora é o momento decisivo para fazer o bem.
Amanhã, provavelmente...
O amigo terá desaparecido.
A dificuldade estará maior.
A moléstia terá ficado mais grave.
A ferida, possivelmente, mostrar-se-á mais crescida de
extensão.
O problema talvez surja mais complicado.
A oportunidade de ajudar não se fará repetida.
A boa semente plantada agora é uma garantia da produção
valiosa no porvir.
A palavra útil pronunciada sem detença, será sempre uma luz
no quadro em que vives.
Se, desejas ser desculpado de alguma falta, aproxima-te
agora daqueles a quem feriste e revela o teu propósito de reajustamento.
Se te propões auxiliar o companheiro, ajuda-o sem demora
para que a benção de teu concurso fraterno responda às necessidades de teu irmão,
com a desejável eficiência.
Não durmas sobre a possibilidade de fazer o melhor.
Não te mantenhas na expectativa inoperante, quando podes contribuir
em favor da alegria e da paz.
A dádiva tardia tem gosto de fel.
"Eia agora" – diz-nos o Evangelho, na palavra
apostólica.
Adiar
o bem que podemos realizar é desaproveitar o tempo e furtar ao Senhor.
NOSSA REFLEXÃO
A vida carnal é fluida e pode nos escapar a qualquer
momento. Seja quem feriu ou quem foi ferido. O adiamento da reconciliação por
parte do ofensor pode ser um aumento da mágoa do ofendido. Há quem perdoe sem
que o ofensor precise pedir perdão, mas há outros que necessitam de uma
retratação para perdoar. O importante é que a reconciliação tem que acontecer,
pois como disse o Cristo:
Reconciliai-vos
o mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a
caminho, para que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao
ministro da justiça e não sejais metido em prisão. Digo-vos, em verdade, que
daí não saireis, enquanto não houverdes pago o último ceitil (Mateus, 5:25 -
26)[1].
Como diz Emmanuel, nessa mensagem, ora refletida por nós,
amanhã pode ser tarde e A. Kardec nos lembra que o que
Importa,
conseguintemente, do ponto de vista da tranquilidade futura, que cada um
repare, quanto antes, os agravos que haja causado ao seu próximo, que perdoe
aos seus inimigos, a fim de que, antes que a morte lhe chegue, esteja apagado
qualquer motivo de dissensão, toda causa fundada de ulterior animosidade[2].
Entretanto, temos que compreender a dificuldade de um
magoado, por nós, em nos perdoar. Afinal, quem não tem dificuldade em perdoar?
Devemos pedir perdão. Se o perdão do ofendido não acontecer de pronto,
esperemos o seu momento espiritual para que ocorra. Já precisamos, com certeza,
desse tempo para perdoar alguém. Quantos em sua história de vida esperam um
perdão?
Emmanuel, em Vidas Sucessivas, discutindo sobre
a necessidade da reencarnação, nos ajuda a entender que, em qualquer processo
doloroso de vida e morte, neste planeta, ninguém é totalmente algoz e ninguém é
integralmente vítima.
Que Deus nos ajude a perdoar aqueles que um dia nos
magoaram e a pedir perdão para aqueles que um dia nós os magoamos.
Domício.
Ps.
Deixo aos leitores uns versos de L. Angel a respeito.
Não há perdão mais caridoso,
Para aquele que magoou,
Que perdoar, de modo venturoso,
O ofendido que um perdão lhe negou.
L. Angel
PERDÃO DAS OFENSAS:
NOSSA NECESSIDADE
L.
Angel
Somos, de perdão, carentes.
Devemos então, praticar o perdão.
Isto devemos ter em mente
Quando injuriado for o nosso coração.
Quanta
maldade já fizemos...
Quantas ofensas praticamos...
Pelos nossos magoadores, oremos,
Pois só merecemos o que damos.
Amigos
ou inimigos,
Todos temos.
Eles merecem o nosso abrigo.
Sejamos
misericordiosos.
Só assim mereceremos
O perdão do Pai, infinitamente amoroso.
[1] Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X (Bem-aventurados os
misericordiosos), Item 6.
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X (Bem-aventurados os
misericordiosos), Item 6. Recomendo assistir ao filme “Divaldo – o mensageiro
da paz” que conta a história do médium baiano Divaldo Pereira Franco. Ele foi
perseguido, nesta encarnação, por 30 anos, mas essa perseguição tinha séculos
de existência e só foi encerrada quando o Divaldo adotou uma criança, cujo
Espírito fora mãe do obsessor na última existência dele.
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