domingo, 27 de outubro de 2019

ASSIM SERÁ


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ASSIM SERÁ
Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.
Jesus (Lucas, 12:21).
Guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas se não fores senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de simples introdução à loucura.
Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria juvenil, entretanto, se não adquirires o conhecimento superior para o roteiro de amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.
Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banhar o coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio por dentro.
Amontoarás riquezas e apetrechos de conforto para a tua casa terrena, imprimindo-lhe perfil dominante e revestindo-a de esplendores artísticos, contudo, se não possuíres na intimidade do lar a harmonia que sustenta a felicidade de viver, o teu domicílio será tão-somente um mausoléu adornado.
Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres não se dilatarem, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em favor dos semelhantes, serás apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas desilusões.
Crescerás horizontalmente, conquistarás o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra, mas, se não trouxeres contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do desencanto.
Assim será "todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico para com Deus".
NOSSA REFLEXÃO
Em tempos de evolução, muito tem se feito para que seja implantado o Reino de Deus na Terra, das formas mais distintas. É o religioso que se devota a estudar, praticar e transmitir os ensinamentos cristãos. É o cientista que, inquieto com algo obsoleto ou impulsionado em descobrir formas de combater doenças ou as desigualdades sociais, contribui com os seus estudos. É o educador que pesquisa formas de proporcionar às crianças e jovens um aprendizado significativo que pode impulsioná-lo a uma boa convivência no mundo em que vive, podendo mais tarde dá sequências aos estudos realizados em vidas passadas.
As descobertas e as contribuições científicas proporcionam aos contribuidores uma certa posição de destaque social e acadêmico. É o reconhecimento das comunidades científicas e sociais. Assim, também, podemos pensar naqueles que, em suas áreas de atuação, como a arte, comércio e administração, entre outras, também recebem seus lauréis pelo o que fazem. São formas de acumulação de riquezas, que, se não estiverem sintonizadas com as Leis de Deus, de nada servirá, espiritualmente para quem as acumulou. Tudo lhe é tirado, como Jesus nos ensinou na Parábola do Rico Insensato (Lucas, 12: 13-21)[1] e que Emmanuel se utilizou do último versículo para compor essa mensagem que ora refletimos.
Somo apenas usufrutuários dos bens materiais e sociais que adquirimos na Terra. É verdade que, quando adquiridos com muita dedicação e esforço, isso nos traz muito orgulho, perante aos homens. Mas estamos na Terra para nos orgulhar, primeiramente, perante a Deus. E quanto mais nós distribuímos o que ganhamos com o nosso esforço e muita ajuda de Deus, que estimula a muitos a nos ajudarem a conquistar os resultados de nosso trabalho, mais adquirimos bens espirituais.
Tenhamos em mente que, segundo o Espirito Pascal,

O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste[2].

Que possamos ser bons usufrutuários dos bens adquiridos por nós, segundo nossos esforços ou não. E se não for pelos nossos esforços, que saibamos multiplicá-los, evangelicamente falando[3].
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Veja interpretações de A. Kardec e dos Espíritos Superiores no Cap. XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo sobre várias passagens evangélicas a partir do Tema “Não se pode servir a Deus e a Mamon”.
[2] In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, Item 9.
[3] Vide sobre o emprego da riqueza em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, itens 11, 12 e 13.

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