domingo, 9 de dezembro de 2018

PAI – NOSSO


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PAI – NOSSO
Pai – Nosso...Jesus. (MATEUS, 6:9).
A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso... - disse Jesus para começar.
Pai do universo... Nosso mundo...
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
NOSSA REFLEXÃO
O Cristo se preocupou em nos habilitar a uma prece voltada ao Pai de todos nós, com a seguinte característica:
[...] sob a mais singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga, em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si mesmo (ALLAN KARDEC)[1].
Corroborando Allan Kardec, o Espírito Emmanuel, colaborador da Codificação da Doutrina Espírita, traz essas características, para nós, de outro modo. Nos lembra que o Criador está acima de todos nós e de nossas vontades. Antes de tudo, nossa vida deve ser dedicada a Ele. Desse modo, ao nos dedicar a ele, estaremos nos dedicando a nós mesmos e aos nossos semelhantes.
Deus não nos criou para vivermos no isolacionismo. As nossas atividades devem ser executadas com espírito de coletividade. Nós não somos mais importantes que ninguém. Depois de Deus, o semelhante deve ser pensado, quando estivermos pensando em nós, para que não usurpemos seus direitos que queremos para nós. Particularmente, o direito a uma vida digna.
As nossas dificuldades podem ser a do vizinho e vice-versa. Seus erros, podemos já tê-los cometido. Aquele que falha conosco precisa tanto do perdão de Deus como nós; ou seja, devemos perdoá-lo quando falhar conosco.
Ao orarmos a Deus, devemos lembrar que Ele é Pai de todos nós. Além disso, Sua soberana vontade está descrita em Sua Lei. Daí a humildade ao Lhe pedir algo, pois antes de tudo, devemos pedir compreensão de Sua Lei, pois nela está todos os caminhos para a felicidade. Desta forma, sempre teremos bons Espíritos a nos fortalecer na luta do dia a dia.
Quando pedirmos algo a Deus, lembremos do ensinamento do Espírito V. Monod:
A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai-lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé.[2]
Assim, sejamos, na medida de nossa evolução, um filho, antes de tudo, cumpridor de seus deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, Item 2.
[2] In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII, Item 22.

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