domingo, 16 de dezembro de 2018

ENXERTIA DIVINA


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ENXERTIA DIVINA
Se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar.
Paulo (Romanos, 11:23.)
Toda criatura, em verdade, é uma planta espiritual, objeto de minucioso cuidado por parte do Divino Semeador.
Cada homem, qual ocorre ao vegetal, apresenta diferenciados períodos na existência.
Sementeira, germinação, adubação, desenvolvimento, utilidade, florescência, frutificação, colheita...
Nas vésperas do fruto, desvela-se o pomicultor, com mais carinho, pelo aprimoramento da árvore.
É imprescindível haja fartura e proveito.
Na luta espiritual, em identidade de circunstâncias, o Senhor adota iguais normas para conosco.
Atingindo o conhecimento, a razão e a experiência, o Pomicultor celeste nos confere precioso recurso de enxertia espiritual, com vistas à nossa sublimação para a vida eterna.
A cada novo dia de tua experiência humana, recebes valioso concurso para que os resultados da presente encarnação te enriqueçam de luz divina pela felicidade que transmites aos outros. És, contudo, uma "árvore consciente", com independência para aceitar ou não os elementos renovadores, com liberdade para registrar a bênção ou desprezá-la.
Repara, atentamente, quantas vezes te convoca o Sublime Semeador ao engrandecimento de ti mesmo.
A enxertia do Alto procura-nos através de mil modos.
Hoje, é na palestra edificante de um companheiro.
Amanhã, será num livro amigo.
Depois, virá por intermédio de uma dádiva aparentemente insignificante da senda.
Se guardas, pois, o propósito de elevação, aproveita a contribuição do Céu, iluminando e santificando o templo íntimo. Mas, se a incredulidade por enquanto te isola a mente, enovelando-te as forças no carretel do egoísmo, o enxerto de sublimação te buscará debalde, porque ainda não produzes, nos recessos do espírito, a seiva que favorece a Vida abundante.
NOSSA REFLEXÃO
Existe em nós, a essência das Leis de Deus, que Ele, ao nos criar, já deixou impresso em nossa consciência[1]. A analogia, que Emmanuel faz em relação ao vegetal e nós, correspondendo-nos a uma “’árvore consciente’”, não poderia ser mais oportuna.
Temos um co-pomicultor que nos acompanha o crescimento durante a nossa vida corpórea, que é o Anjo da Guarda[2]. Ele, à medida que vamos nos deixando iluminar pelo que trazemos em nós (a Lei), que foi nos lembrada, periodicamente, através de Revelações[3], vai nos enxertando, em nome de Deus, ideias engrandecedoras, nos fortalecendo para que as cumpramos com vista a nossa evolução espiritual. Nem sempre dizemos Sim a elas..., pois trazemos ainda, em nós, um forte conteúdo de incredulidade, aliado ao nosso apego às motivações materiais.
Apesar de nosso esforço, um tanto diminuto, Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, não desiste de nós, seres imperfeitos, pois Ele nos criou para sermos Espíritos Puros[4], independentes da matéria.
Que sejamos dóceis à enxertia divina, contribuindo, assim, pelo nosso melhoramento, como também ao de nossos semelhantes.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] Vide questão de nº 621 de O Livro dos Espíritos: Onde está escrita a lei de Deus? Resp.: “Na consciência.”
[2] Vide questões de nº 489, 490 e 491 de O Livro dos Espíritos.
[4] “[...] “Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconsequências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos”. In: Introdução, p. 32, de O Livro dos Espíritos. Vide também a questão de nº 115, da mesma obra.

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