domingo, 10 de junho de 2018

SERVIR E MARCHAR


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SERVIR E MARCHAR
Portanto, tornai a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados.
Paulo. (HEBREUS, 12:12.)
Se é difícil a produção de fruto sadio na lavoura comum, para que não falte o pão do corpo aos celeiros do mundo, é quase sacrificial o serviço de aquisição dos valores espirituais que significam o alimento vivo e imperecível da alma.
Planta-se a semente da boa-vontade, mas obstáculos mil lhe prejudicam a germinação e o crescimento.
É a aluvião de futilidades da vida inferior.
A invasão de vermes simbolizados nos aborrecimentos de toda sorte.
A lama da inveja e do despeito.
As trovoadas da incompreensão.
Os granizos da maldade.
Os detritos da calúnia.
A canícula da responsabilidade.
O frio da indiferença.
A secura do desentendimento.
O escalracho da ignorância.
As nuvens de preocupações.
A poeira do desencanto.
Todas as forças imponderáveis da experiência humana como que se conjugam contra aquele que deseja avançar no roteiro do bem.
Enquanto não alcançarmos a herança divina a que somos destinados, qualquer descida é sempre fácil...
A elevação, porém, é obra de suor, persistência e sacrifício.
Não recues diante da luta, se realmente já podes interessar o coração nos climas superiores da vida.
Não obstante defrontado por toda a espécie de dificuldades, segue para a frente, oferecendo ao serviço da perfeição quanto possuas de nobre, belo e útil.
Recorda o conselho de Paulo e não te imobilizes.
Movimenta as mãos cansadas para o trabalho e ergue os joelhos desconjuntados, na certeza de que para a obtenção da melhor parte da vida é preciso servir e marchar, incessantemente.
NOSSA REFLEXÃO
Estamos no mundo para nos elevar na hierarquia espiritual, e elevação, como Emmanuel no diz: “é obra de suor, persistência e sacrifício”.
Aprendizado requer esforço, paciência e muito trabalho. Cada prova passada é um salto na elevação espiritual. Devemos prosseguir, mesmo diante das dificuldades intelectuais e morais de toda sorte, como Emmanuel cita nesta mensagem.
Diante da luta, devemos desenvolver a fé, que, segundo os Espíritos da Codificação, pode ser humana ou divina[1].
Diante das dificuldades, é possível que, em algum momento, podemos vir a nos sentirmos sozinhos, sentindo a falta dos amigos mais próximos. Mas, mesmo assim, devemos compreender que essa hora é a hora de mais compreendermos as dificuldades dos outros. É quando devemos ser amigos de quem nos falta na hora de turbulências. O Cristo passou por esse momento, mas, mesmo assim, perdoou a todos, pois ao descer sabia com quem ia conviver[2]. E hoje, nós temos também consciência, pelo o estudo do Espiritismo, de com quem convivemos: Espíritos, tal qual nós, endividados do passado, inseguros, nas horas dos testemunhos, de exercer a fidelidade fraternal.
Que tenhamos ânimo nas horas difíceis e sigamos com fé.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 12.
[2] Vide mensagem de Emmanuel sobre essa situação em outra mensagem intitulada “Jesus e os amigos” do livro Caminho, Verdade e Vida, que nós refletimos também, em outro blog, de nossa autoria, de mesmo título do livro.

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