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NA PREGAÇÃO
Eu de muito boa vontade gastarei e me deixarei
gastar pelas vossas almas, ainda que, amando-vos cada vez mais, seja menos amado.
Paulo (II CORÍNTIOS,
12:15).
Há numerosos companheiros da pregação salvacionista que, de
bom grado, se elevam a tribunas douradas, discorrendo preciosamente sobre os
méritos da bondade e da fé, mas, se convidados a contribuir nas boas obras,
sentem-se feridos na bolsa e recuam apressados, sob disparatadas alegações.
Impedimentos mil lhes proíbem o exercício da caridade e
afastam-se para diferentes setores, onde a boa doutrina lhes não constitua incômodo
à vida calma.
Efetivamente, no entanto, na prática legítima do Evangelho
não nos cabe apenas gastar o que temos, mas também dar do que somos.
Não basta derramar o cofre e solucionar questões ligadas à experiência
do corpo.
E imprescindível darmo-nos, através do suor da colaboração
e do esforço espontâneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as
nossas obrigações primárias, à frente do Cristo.
Quem, de algum modo, não se empenha a benefício dos companheiros,
apenas conhece as lições do Alto nos círculos da palavra.
Muita gente espera o amor alheio, a fim de amar, quando tal
atitude somente significa dilação nos empreendimentos santificadores que nos
competem.
Quem ajuda e sofre por devoção à Boa-Nova, recolhe
suprimentos celestes de força para agir no progresso geral.
Lembremo-nos de que Jesus não só cedeu, em favor de todos, quanto
poderia reter em seu próprio benefício, mas igualmente fez a doação de si mesmo
pela elevação comum.
Pregadores
que não gastam e nem se gastam pelo engrandecimento das idéias redentoras do
Cristianismo são orquídeas do Evangelho sobre o apoio problemático das
possibilidades alheias; mas aquele que ensina e exemplifica, aprendendo a
sacrificar-se pelo erguimento de todos, é a árvore robusta do eterno Bem,
manifestando o Senhor no solo rico da verdadeira fraternidade.
NOSSA REFLEXÃO
Nosso Mestre Jesus deu-se por completo para nós, como
podemos refletir na mensagem de Emmanuel, intitulada “Jesus e
os amigos”, de seu livro Caminho, Verdade e Vida, psicografada por Chico
Xavier. Nesta, referente à Pregação, podemos pensar o quanto nos comprometemos
ao ir para frente do público, na Casa Espírita, para pregar a Doutrina do
Cristo, repaginada de modo racional pelo Espiritismo[1].
Ao nos expor, nos colocamos como seguidores do Cristo,
mesmo ainda, ou muito menos evoluídos que os seus Apóstolos, que, na sua
simplicidade, tiveram que dar continuidade à grande obra de evangelização terrena.
Estamos no país propício – pois para cá o Mestre transplantou a árvore de seu
Evangelho[2] – para arregaçar as mangas e não só falar a nossa compreensão da Boa
Nova.
Lembremos, conforme Emmanuel, nesta mensagem, “(...) de que
Jesus não só cedeu, em favor de todos, quanto poderia reter em seu próprio
benefício, mas igualmente fez a doação de si mesmo pela elevação comum”.
Sejamos, também, tarefeiros nas atividades mais simples, ou
mesmo de peso, na Casa Espírita, como também na vida pública, em casa, conforme
a nossa capacidade de se doar, e sigamos fazendo o que possamos fazer pelos os
outros, fazendo por nós mesmos.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1]
“(...) A fé raciocinada, por se
apoiar nos fatos e na lógica, nenhuma obscuridade deixa. A criatura então crê,
porque tem certeza, e ninguém tem certeza senão porque compreendeu. Eis por que
não se dobra. Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as
épocas da Humanidade.” (Allan
Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 6.)
[2] Vide a obra “Brasil,
Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, do Espírito Humberto de Campos,
psicografada por Chico Xavier.
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