domingo, 1 de abril de 2018

POR UM POUCO


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POR UM POUCO
Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado.
Paulo. (HEBREUS, 11:25.)
Nesta passagem refere-se Paulo à atitude de Moisés, abstendo-se de gozar por um pouco de tempo das suntuosidades da casa do Faraó, a fim de consagrar-se à libertação dos companheiros cativos, criando imagem sublime para definir a posição do espírito encarnado na Terra.
"Por um pouco", o administrador dirige os interesses do povo.
"Por um pouco", o servidor obedece na subalternidade.
"Por um pouco", o usurário retém o dinheiro.
"Por um pouco", o infeliz padece privações.
Ah! se o homem reparasse a brevidade dos dias de que dispõe na Terra! se visse a exiguidade dos recursos com que pode contar no vaso de carne em que se movimenta!...
Certamente, semelhante percepção, diante da eternidade, dar-lhe-ia novo conceito da bendita oportunidade, preciosa e rápida, que lhe foi concedida no mundo.
Tudo favorece ou aflige a criatura terrestre, simplesmente por um pouco de tempo.
Muita gente, contudo, vale-se dessa pequenina fração de horas para complicar-se por muitos anos.
É indispensável fixar o cérebro e o coração no exemplo de quantos souberam glorificar a romagem apressada no caminho comum.
Moisés não se deteve a gozar, "por um pouco", no clima faraônico, a fim de deixar-nos a legislação justiceira.
Jesus não se abalançou a disputar, nem mesmo "por um pouco", e em face da crueldade de quantos o perseguiam, de modo a ensinar-nos o segredo divino da Cruz com Ressurreição Eterna.
Paulo não se animou a descansar "por um pouco", depois de encontrar o Mestre às portas de Damasco, de maneira a legar-nos seu exemplo de trabalho e fé viva.
Meu amigo, onde estiveres, lembra-te de que aí permaneces "por um pouco" de tempo. Modera-te na alegria e conforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extensão do bem, porque é na demonstração do "pouco" que caminharás para o "muito" de felicidade ou de sofrimento.
NOSSA REFLEXÃO
Em comparação com a eternidade, o tempo da vida física é uma fração infinitésima de um centésimo de segundo. Pela nossa irreflexão, ou mesmo reflexão demorada, com consequente tomada de decisão que se toma como racional, o curso da vida tem seus desdobramentos, muitas vezes inesperados.
Todavia, a vida continua, e de modo diminuto, para tomarmos o rumo certo sintonizados com o Cristo. Esta não é a primeira e nem a última vida corpórea de nossa existência espiritual. Mas Emmanuel é enfático em nos alertar que devemos ter mais cuidado com o “pouco” tempo que vivenciamos em cada etapa de nossa vida corpórea.
Aproveitemos cada oportunidade como se fosse a única, que pode ser mesmo, dado que não sabemos a hora de nossa partida/volta para o plano espiritual como Espírito desencarnado.
As oportunidades[1] são poucas, e o Cristo, ainda encarnado, asseverou aos seus Discípulos que o tempo deles estava pronto e que aproveitassem as oportunidades que adviriam a partir dali.
Reportemo-nos também a mensagem de Um Espírito Protetor[2] que nos orientou como deveria ser nosso comportamento nesse mundo.
Então, aproveitemos o pouco de tempo que ainda nos resta e sejamos cristãos até às últimas consequências.
Que Deus, Jesus Cristo, o nosso Anjo Guardião e os bons Espíritos nos ajudem.
Domício.



[1] Vide mensagem de Emmanuel, de número 73, no livro Caminho, Verdade e Vida, refletida por nós em nosso blog.
[2] Vide sua mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17, item 10.

2 comentários:

  1. Muito enriquecedor a reflexão, realmente nos faz refletir sobre a nossa rápida passagem pela terra. Aproveitemos cada instante na pratica do bem, espalhando amor por onde formos. A qualquer momento vamos ser chamados ao retorno da Casa do Pai, nosso verdadeiro Lar.

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