domingo, 8 de abril de 2018

LINGUAGEM

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LINGUAGEM
Linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós.
Paulo. (TITO, 2 :8.)
Pela linguagem o homem ajuda-se ou se desajuda.
Ainda mesmo que o nosso íntimo permaneça nevoado de problemas, não é aconselhável que a nossa palavra se faça turva ou desequilibrada para os outros.
Cada qual tem o seu enigma, a sua necessidade e a sua dor e não é justo aumentar as aflições do vizinho com a carga de nossas inquietações.
A exteriorização da queixa desencoraja, o verbo da aspereza vergasta, a observação do maldizente confunde...
Pela nossa manifestação malconduzida para com os erros dos outros, afastamos a verdade de nós.
Pela nossa expressão verbalista menos enobrecida, repelimos a bênção do amor que nos encheria do contentamento de viver.
Tenhamos a precisa coragem de eliminar, por nós mesmos, os raios de nossos sentimentos e desejos descontrolados.
A palavra é canal do "eu".
Pela válvula da língua, nossas paixões explodem ou nossas virtudes se estendem.
Cada vez que arrojamos para fora de nós o vocabulário que nos é próprio, emitimos forças que destroem ou edificam, que solapam ou restauram, que ferem ou balsamizam.
Linguagem, a nosso entender, se constitui de três elementos essenciais: expressão, maneira e voz.
Se não aclaramos a frase, se não apuramos o modo e se não educamos a voz, de acordo com as situações, somos suscetíveis de perder as nossas melhores oportunidades de melhoria, entendimento e elevação.
Paulo de Tarso fornece a receita adequada aos aprendizes do Evangelho.
Nem linguagem doce demais, nem amarga em excesso. Nem branda em demasia, afugentando a confiança, nem áspera ou contundente, quebrando a simpatia, mas sim "linguagem sã e irrepreensível para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós".

NOSSA REFLEXÃO
Esta mensagem é da hora. Num momento de turbulência política. Onde observamos as falas, expressões sem base e reflexões mais aprofundadas do momento político em que vivemos.
Vivemos entre o Eu e o Cristo, reprimindo a fala e a escrita. A luta interior é grande. No entanto, não podemos ficar calados. A omissão é mais danosa que a fala que busca um entendimento, uma conciliação, um esclarecimento. E falando, podemos sim, nos comprometer com a Luz do Cristo. É um aprendizado. Temos que praticar até aprendermos a falar/escrever sem emoções desequilibradas.
Compreender o estágio evolutivo e de compreensão das pessoas se constitui em um salto no nosso progresso espiritual. Tenho um sonho de saber ouvir, quem quer que seja, e não alterar meu tônus vibratório. Tenho certeza que é possível. Não podemos ser intolerantes por que as pessoas não pensam como nós, não entendem as coisas como nós. Haja visto que talvez nem estejamos pensando corretamente. E mesmo que tenhamos certeza que o nosso pensamento é o correto, ainda assim, devemos respeitar o pensar, mesmo que tosco, do nosso semelhante. Os Espíritos superiores[1], nosso Anjo-de-Guarda[2], o Cristo e Deus nos perdoam incessantemente. E tem sido assim, há milênios.
Então, que saibamos falar, antes para esclarecer que escarnecer, para acalmar que perturbar mais ainda quem se encontra em desalinho. Sejamos indulgentes e misericordiosos antes de tudo.
Que Deus nos ajude, meros aprendizes do escutar para falar, silenciar para falar melhor.
Domício.



[1][1] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, cap. I, Escala Espírita, itens 111-113. Vide o capítulo inteiro.
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, cap. IX, questões 489-521.

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