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SE SOUBÉSSEMOS
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem
- Jesus.
LUCAS (23 :34.)
Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que
a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir
qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe
enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas
com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de
não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas
ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia
feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá,
mais tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda,
nunca se apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais
encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável
à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso
desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
Perdoa, pois, a quem te fere e calunia.
Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do
mal, não sabem o que fazem.
NOSSA REFLEXÃO
Somos Espíritos milenares, e, muito de nós, quem sabe, estivemos
com Jesus e o renegamos, sorrimos de seu padecimento e lhe desejamos a morte. Enquanto
estivermos na Terra, nesse período que se finaliza, de provas e expiações[1], estaremos em contato com
a possibilidade de trair os mais queridos, quando não sermos traídos pelos que
mais queremos bem.
Durante esse tempo, estaremos convidados a perdoar setenta
vezes sete vezes[2]
(Mateus, 18:15, 21 e 22; Mateus, 5:7; Mateus, 6:14 e 15.) como Jesus nos
ensinou. Não só a quem nos fere, mas a todo aquele que observamos no erro.
Oremos por ele como Jesus orou pelos seus algozes nos últimos estertores de sua vida de Luz aqui
na Terra.
Por que devemos agir assim? Porque todos os filhos da
criação estão fadados ao progresso intelectual e moral[3]. Cada Espírito que convive
conosco, amigos ou estranhos, queridos ou desafetos, compreenderá que deve
mudar no seu momento particular. Não adianta sermos intolerantes com sua resistência
em não mudar, por que não mudará por causa de nossa intolerância com sua
maneira de ser. Devemos sim, sermos intolerantes com o nosso modo de ser[4], que também incomoda muito
às pessoas.
Conforme Emmanuel, nessa mensagem, “em verdade, quantos se
rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem”. Isto não se
refere somente aos criminosos, mas também, a nós cristãos, e, em particular,
espíritas, quando caímos em tentação, mesmo sabendo o que nos espera, por ter estudado muito, num momento de puro automatismo espiritual de um Espírito ainda em evolução. Isto se deve porque conhecimento não significa saber.....
Que saibamos lembrar o que já sabemos para não cairmos em
tentação, evitando assim a contingência do ranger de dentes[5].
Que Deus nos ajude.
Domício.
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