domingo, 4 de março de 2018

SE SOUBÉSSEMOS


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SE SOUBÉSSEMOS
Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem - Jesus.
LUCAS (23 :34.)
Se o homicida conhecesse, de antemão, o tributo de dor que a vida lhe cobrará, no reajuste do seu destino, preferiria não ter braços para desferir qualquer golpe.
Se o caluniador pudesse eliminar a crosta de sombra que lhe enlouquece a visão, observando o sofrimento que o espera no acerto de contas com a verdade, paralisaria as cordas vocais ou imobilizaria a pena, a fim de não se confiar à acusação descabida.
Se o desertor do bem conseguisse enxergar as perigosas ciladas com que as trevas lhe furtarão o contentamento de viver, deter-se-ia feliz, sob as algemas santificantes dos mais pesados deveres.
Se o ingrato percebesse o fel de amargura que lhe invadirá, mais tarde, o coração, não perpetraria o delito da indiferença.
Se o egoísta contemplasse a solidão infernal que o aguarda, nunca se apartaria da prática infatigável da fraternidade e da cooperação.
Se o glutão enxergasse os desequilíbrios para os quais encaminha o próprio corpo, apressando a marcha para a morte, renderia culto invariável à frugalidade e à harmonia.
Se soubéssemos quão terrível é o resultado de nosso desrespeito às Leis Divinas, jamais nos afastaríamos do caminho reto.
Perdoa, pois, a quem te fere e calunia.
Em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem.

NOSSA REFLEXÃO
Somos Espíritos milenares, e, muito de nós, quem sabe, estivemos com Jesus e o renegamos, sorrimos de seu padecimento e lhe desejamos a morte. Enquanto estivermos na Terra, nesse período que se finaliza, de provas e expiações[1], estaremos em contato com a possibilidade de trair os mais queridos, quando não sermos traídos pelos que mais queremos bem.
Durante esse tempo, estaremos convidados a perdoar setenta vezes sete vezes[2] (Mateus, 18:15, 21 e 22; Mateus, 5:7; Mateus, 6:14 e 15.) como Jesus nos ensinou. Não só a quem nos fere, mas a todo aquele que observamos no erro. Oremos por ele como Jesus orou pelos seus algozes nos últimos estertores de sua vida de Luz aqui na Terra.
Por que devemos agir assim? Porque todos os filhos da criação estão fadados ao progresso intelectual e moral[3]. Cada Espírito que convive conosco, amigos ou estranhos, queridos ou desafetos, compreenderá que deve mudar no seu momento particular. Não adianta sermos intolerantes com sua resistência em não mudar, por que não mudará por causa de nossa intolerância com sua maneira de ser. Devemos sim, sermos intolerantes com o nosso modo de ser[4], que também incomoda muito às pessoas.
Conforme Emmanuel, nessa mensagem, “em verdade, quantos se rendem às sugestões perturbadoras do mal, não sabem o que fazem”. Isto não se refere somente aos criminosos, mas também, a nós cristãos, e, em particular, espíritas, quando caímos em tentação, mesmo sabendo o que nos espera, por ter estudado muito, num momento de puro automatismo espiritual de um Espírito ainda em evolução. Isto se deve porque conhecimento não significa saber.....
Que saibamos lembrar o que já sabemos para não cairmos em tentação, evitando assim a contingência do ranger de dentes[5].
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 13.
[2] Vide interpretação Kardequiana em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, itens 1, 2,3 e 4.
[3] Vide O Livro dos Espíritos, Parte 4, cap. VII, questões 779 a 793.
[4] Vide o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, itens 9 e 10.
[5] Vide o Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVIII, itens 3, 4 e 5.

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