domingo, 11 de março de 2018

FÉ INOPERANTE


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FÉ INOPERANTE
Assim também a fé., se não tiver as obras, é morta em si mesma.
(TIAGO, 2:17.)
A fé inoperante é problema credor da melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os discípulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem improdutiva.
Que diremos de um motor precioso do qual ninguém se utiliza? De uma fonte que não se movimente para fertilizar o campo? De uma luz que não se irradie?
Confiaremos com segurança em determinada semente, todavia, se não a plantamos, em que redundará nossa expectativa, senão em simples inutilidade? Sustentaremos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispomos a usar o serrote e a plaina, certo a matéria-prima repousará, indefinidamente, a caminho da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase religioso no coração sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação, será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.
NOSSA REFLEXÃO
Todos temos fé. Uns mais, outros menos. Alguém, quando deseja fortemente realizar algo, conta com suas forças físicas, saúde e uma consciência da realização futura. Se baseia em metas e segue passo a passo, confiando que está no caminho certo. Todavia, o fervoroso, de que vai ser bem-sucedido, depara com muitos obstáculos que ativam sua inteligência e as suas virtudes de homem de bem, no sentido evangélico[1]. Então, é necessário ter uma fé robusta, pois ela
(...) dá a perseverança, a energia e os recursos que fazem se vençam os obstáculos, assim nas pequenas coisas, que nas grandes. Da fé vacilante resultam a incerteza e a hesitação de que se aproveitam os adversários que se têm de combater; essa fé não procura os meios de vencer, porque não acredita que possa vencer. Allan Kardec (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, Item 2).
Emmanuel nos faz lembrar a Parábola da Figueira (Marcos, 11:12 a 14 e 20 a 23; O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, itens 8—10). Se somos cristãos (valendo para todas as religiões que tem por base a Doutrina de Jesus Cristo) temos que ser operante em nossa fé. Que, nós espíritas, consigamos, unificados em Allan Kardec, seguir em nosso movimento, seja individual ou coletivo, produzindo obras da fé espírita[2] (raciocinada com base nos princípios espíritas).
Que Deus nos ajude.
Domício.

PS. Sobre a fé robusta e operosa, deixo aqui um poema de L. Angel.

ANDAR COM FÉ
L. ANGEL    30/08/2010
“Andar com fé eu vou”,
Eis a disposição do poeta
Que artisticamente musicou
Uma ideia, uma meta.

A fé pode ser
Divina ou humana.
A humana estar para o conhecer,
Como a Divina está para o ser que ama.

Quem acredita em seu potencial,
Sempre cresce e realiza prodígios.
Para quem acredita no amor celestial,
A desesperança, em sua vida, não tem vestígios.

Feliz é o Espírito fervoroso,
Pois é sempre otimista e paciente.
Nada para ele é oneroso
E tudo conquista de modo consciente.

Andar com fé,
Esperançoso em dias melhores,
Eis a atitude daquele que quer
E não acredita em dias piores.


[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, itens 3 e 4.
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX, itens 6 e 7.

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