sexta-feira, 25 de agosto de 2017

CERTAMENTE

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CERTAMENTE
          Certamente, cedo venho.
APOCALIPSE (22 :20).
Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne jovem, a atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança que desconhece o valor do tempo.
Dias e noites são curtos para a internação em alegrias e aventuras fantasiosas. Engodos mil da ilusão efêmera lhe obscurecem o olhar e as horas se esvaem num turbilhão de anseios inúteis.
Raras pessoas escapam de semelhante perda.
Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma já possui relativo grau de educação, o homem reajusta, apressado, a conceituação do dia.
A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.
Compreende que os mesmos serviços, na posição em que se encontra, se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual ocorre às estações de frio e calor, floração e frutescência para a Natureza.
Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar as suas forças para enriquecer os minutos ou ampliá-los, favorecendo as próprias energias.
E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreendendo nos ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado recuperar os anos perdidos.
Não te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de tua habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno.
No penúltimo versículo do Novo Testamento, que é a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo apóstolo a sua promessa solene: -.Certamente, cedo venho...
Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio na preparação.
NOSSA REFLEXÃO
O Cristo trouxe-nos uma imagem da vida como aquela que tem um objetivo não inteiramente ligado às preocupações terrenas. Sendo assim, a vida futura, a vida espiritual deve ser o alvo de todo cristão. A vida presente tem o objetivo de possibilitar ao Espírito instrumentos para sua evolução espiritual. Por isso ele disse que o Reino dele não era desse mundo, quando foi interpelado por Herodes, quando da sua condenação[1].
Então, devemos viver em função de alcançar esse Reino Divino prometido por Jesus Cristo. O tempo urge e talvez venhamos a sermos pegos de surpresa pela morte do corpo e ficarmos decepcionado por, estando do lado espiritual, não nos sentir dignos, pela própria consciência, do Reino de Deus.
Que sejamos espertos em entender que o Cristo já veio novamente e se encontra entre nós, como sempre esteve; mas agora, retomando sobre o que pudemos fazer por nós mesmos, e pelo semelhante, depois de Sua segunda vinda, com o Advento do Espiritismo.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] João (18: 33, 36 e 37). Vide interpretação de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 2.

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