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CERTAMENTE
Certamente, cedo venho.
APOCALIPSE (22 :20).
Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne
jovem, a atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança
que desconhece o valor do tempo.
Dias e noites são curtos para a internação em alegrias e
aventuras fantasiosas. Engodos mil da ilusão efêmera lhe obscurecem o olhar e as
horas se esvaem num turbilhão de anseios inúteis.
Raras pessoas escapam de semelhante perda.
Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma
já possui relativo grau de educação, o homem reajusta, apressado, a conceituação
do dia.
A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.
Compreende que os mesmos serviços, na posição em que se encontra,
se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual
ocorre às estações de frio e calor, floração e frutescência para a Natureza.
Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar
as suas forças para enriquecer os minutos ou ampliá-los, favorecendo as próprias
energias.
E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreendendo
nos ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado
recuperar os anos perdidos.
Não te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de
tua habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno.
No penúltimo versículo do Novo Testamento, que é a Carta do
Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo apóstolo
a sua promessa solene: -.Certamente, cedo venho...
Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio
na preparação.
NOSSA
REFLEXÃO
O
Cristo trouxe-nos uma imagem da vida como aquela que tem um objetivo não
inteiramente ligado às preocupações terrenas. Sendo assim, a vida futura, a
vida espiritual deve ser o alvo de todo cristão. A vida presente tem o objetivo
de possibilitar ao Espírito instrumentos para sua evolução espiritual. Por isso
ele disse que o Reino dele não era desse mundo, quando foi interpelado por
Herodes, quando da sua condenação[1].
Então,
devemos viver em função de alcançar esse Reino Divino prometido por Jesus
Cristo. O tempo urge e talvez venhamos a sermos pegos de surpresa pela morte do
corpo e ficarmos decepcionado por, estando do lado espiritual, não nos sentir
dignos, pela própria consciência, do Reino de Deus.
Que
sejamos espertos em entender que o Cristo já veio novamente e se encontra entre
nós, como sempre esteve; mas agora, retomando sobre o que pudemos fazer por nós
mesmos, e pelo semelhante, depois de Sua segunda vinda, com o Advento do
Espiritismo.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
[1]
João (18: 33, 36 e 37). Vide interpretação de Allan Kardec em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 2.
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