3
NA GRANDE ROMAGEM
Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo
para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
Paulo. HEBREUS 11:8.
Pela fé, o aprendiz do Evangelho é chamado, como Abraão, à
sublime herança que lhe é destinada.
A conscrição atinge a todos.
O grande patriarca hebreu saiu sem saber para onde ia...
E nós, por nossa vez, devemos erguer o coração e partir
igualmente. Ignoramos as estações de contato na caminhada enorme, mas estamos
informados de que o nosso objetivo é Cristo Jesus.
Quantas vezes seremos constrangidos a pisar sobre espinheiros
da calúnia? Quantas vezes transitaremos pelo trilho escabroso da incompreensão?
Quantos aguaceiros de lágrimas nos alcançarão o espírito? Quantas nuvens
estarão interpostas, entre o nosso pensamento e o Céu, em largos trechos da
senda?
Insolúvel a resposta. Importa, contudo, marchar sempre, no
caminho interior da própria redenção, sem esmorecimento.
Hoje, é o suor intensivo; amanhã, é a responsabilidade;
depois, é o sofrimento e, em seguida, é a solidão...
Ainda assim, é indispensável seguir sem desânimo.
Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos
para diante, pelo menos, alguns milímetros...
Abre-se a vanguarda em horizontes novos de entendimento e bondade,
iluminação espiritual e progresso na virtude.
Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada:
Vencendo desertos...
Superando dificuldades...
Varando nevoeiros...
Eliminando obstáculos...
Abraão obedeceu, sem saber para onde ia, e encontrou a
realização da sua felicidade.
Obedeçamos,
por nossa vez, conscientes de nossa destinação e convictos de que o Senhor nos
espera, além da nossa cruz, nos cimos resplandecentes da eterna
ressurreição.
NOSSA REFLEXÃO
A fé transporta montanhas, disse Jesus[1]. Então, quando estamos
imbuídos de algo justo e nobre, devemos ter fé para remover os obstáculos que
com certeza encontraremos. São esses obstáculos que provam a fé que temos em
alcançar o nosso objetivo.
Em se tratando de nosso progresso espiritual, somos
chamados antes de tudo a ajudar o progresso dos nossos semelhantes, sabedores
que temos o nosso a dar encaminhamento. Ou seja, passaremos pelas provas e
expiações que devemos passar para podermos galgar o cume da montanha que
representa nossa perfeição espiritual.
Devemos ter a fé em nós e também em Deus (vide mensagem de José,
Espírito protetor.)[2],
bem como em seus emissários/colaboradores, particularmente, Jesus Cristo. Esta
fé tem que ser robusta e racionada, pois segundo Allan Kardec, “fé inabalável só o é a que pode encarar de
frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”[3].
Sejamos firmes, em nossa fé, como foram os profetas citados
Paulo em Cartas aos Hebreus (Cap. 11). Sigamos os conselhos do Cristo, sobre a
fé, que professou em várias passagens de Sua vida entre nós.
Tenhamos fé que Deus sempre nos ajudará. Todavia, como
lembra Emmanuel: “Subamos, sem repouso, pela montanha escarpada: vencendo
desertos... superando dificuldades... varando nevoeiros... eliminando
obstáculos... [...] Quando não seja possível avançar dois passos por dia, desloquemo-nos
para diante, pelo menos, alguns milímetros...”.
Que assim seja...
Domício.
[1] “[...] E tendo Jesus ameaçado o demônio, este
saiu do menino, que no mesmo instante ficou são. Os discípulos vieram então ter
com Jesus em particular e lhe perguntaram: “Por que não pudemos nós outros
expulsar esse demônio?” — Respondeu-lhes Jesus: “Por causa da vossa
incredulidade. Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um
grão de mostarda, diríeis a esta montanha: ‘Transporta-te daí para ali e ela se
transportaria, e nada vos seria impossível’” (Mateus, 17:14 a 20.).
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.
XIX, item 12)
Nenhum comentário:
Postar um comentário