domingo, 23 de julho de 2017

ACEITA A CORREÇÃO

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ACEITA A CORREÇÃO
E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela. Paulo. (HEBREUS, 12:11).
A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dilacera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.
A árvore, em regime de poda, perde vastas reservas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, todavia, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.
A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.
Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.
A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.
A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e ambientá-la no próprio coração.
O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.
Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.
Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.
Não percas, portanto, a tua preciosa oportunidade de aperfeiçoamento.
A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel faz uma comparação muito interessante. A natureza sofre a ação de si mesma num esforço de servir ao homem o melhor para a sua evolução. Este rasga suas entranhas buscando elementos para a sua sobrevivência e aperfeiçoamento. A natureza, apesar de sofrer a ação de si mesma e do homem, retorna ao seu explorador o melhor de si. A Lei de Deus, que é imparcial, propicia aos seus filhos a corrigenda necessária para produzir neles o melhor, a perfeição espiritual.
Entendendo que o afastamento das Leis de Deus engessa a evolução espiritual, o Pai envia seu Filho, já aprovado em todas as virtudes e designado para acompanhar a evolução dos filhos da Terra. Jesus Cristo, nosso Governador Espiritual, desceu ao nosso orbe para nos chamar a atenção para as Leis. Deixou na Terra um rastro de luz para nós seguirmos em direção à felicidade, ao Reino de Deus. Mostrou-nos, relembrando, através de parábolas e um conjunto de códigos morais, a Lei de Deus já gravada em nossas consciências[1]. Apresentou-nos o porquê de nosso afastamento e/ou desprezo das Leis de Deus. Lembrou-nos que fomos acompanhados pelos missionários que desceram à Terra para nos mostrar o caminho da perfeição e obediência às Leis. Contou-nos o que fizemos com os Profetas e a indiferença às suas exortações. As parábolas do Semeador e do Festim de Núpcias[2] nos dão conta da preocupação de Deus em nos chamar para o seu Reino e como nos comportamos diante disso.
Todavia, o Cristo, nos apresentou o sofrimento como algo esperado num planeta como o nosso, cujo estágio evolutivo de sua humanidade era condizente. Sofrimento resultante do desvio das Leis de Deus, significando o reparo, a nossa depuração espiritual. Para nos consolar deixou-nos as bem-aventuranças[3] que nos consolam e nos direcionam mais rápido ao Reino de Deus.
Como diz Emmanuel, nessa mensagem, “a dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar”.
Que bem soframos nosso afastamento das Leis de Deus e usufruamos da felicidade de vivermos consonantes a Elas.
Domício.



[1] O Livro dos Espíritos. Questão 621. Onde está escrita a lei de Deus? “Na consciência”.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 17 e 18, respectivamente, uma discussão sobre essas duas parábolas.
[3] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 7 ao 10, uma discussão sobre as bem-aventuranças.

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