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NA PRESENÇA DO AMOR
Aquele
que ama a seu irmão está na luz e nele não há escândalo.
João. (I João, 2:10).
Quem
ama o próximo sabe, acima de tudo, compreender. E quem compreende sabe livrar
os olhos e ouvidos do venenoso visco do escândalo, a fim de ajudar, ao invés de
acusar ou desservir.
É
necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira fraternidade, para
reconhecer que somos irmãos uns dos outros, filhos de um só Pai.
Enquanto
nos demoramos na escura fase do apego exclusivo a nós mesmos, encarceramo-nos
no egoísmo e exigimos que os outros nos amem. Nesse passo infeliz, não sabemos
querer senão a nós próprios, tomando os semelhantes por instrumentos de nossa satisfação.
Mas se
realmente amamos os companheiros de caminho, a paisagem de vida se modifica, de
vez que a claridade do amor nos banhará a visão.
Ama,
pois, e assim como a lama jamais ofende a luz, a ofensa não mais te alcançará.
Saberás
que a miséria é fruto da ignorância e auxiliarás a vítima do mal, nela
encontrando o próprio irmão necessitado de apoio e entendimento.
Aprenderás
a ouvir sem, revolta, ainda mesmo que o
crime te procure os ouvidos, e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo
quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos golpes
recebidos surgirá espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância aparece
natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.
Ama e
compreenderás.
Compreende
e servirás sempre mais cada dia, porque então permanecerás sob a glória da luz,
inacessível a qualquer incursão das trevas.
NOSSA REFLEXÃO
Estar
na presença do Amor e senti-lo é o que faz a diferença na nossa vida em curso.
Emmanuel, nesta mensagem, ora refletida, nos convida a sermos perfeitos, dentro
de nossas possibilidades. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, temos um capítulo, o de ordem XVII, que
trata dessa necessidade que todos devemos priorizar. O frontispício do capítulo
é a passagem evangélica grafada em Mateus (5: 44, 46 a 48). Racionalmente, é
impossível sermos perfeitos absolutamente, pois assim, somente Deus o é.
Entretanto, há algumas características, citadas nesse capítulo que, reunidas,
dão o perfil de um homem de bem ou de um bom espírita. Este capítulo, ora
citado, é um compêndio de como devemos nos comportar em sociedade. A compreensão
das assertivas de Allan Kardec e das instruções do Espíritos Superiores nos
garantirá momentos de paz e amor indescritível, cremos.
Emmanuel,
nos lembra, nesta mensagem que, estando na presença do amor:
Aprenderás
a ouvir sem revolta, ainda mesmo que o crime te procure os ouvidos, e
cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo quando te vejas dilacerado,
porque o perdão com esquecimento absoluto dos golpes recebidos surgirá
espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância aparece natural na fonte
que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.
Eis o nosso
grande desafio e, também, o antídoto ao sofrimento egoístico de querermos sempre
ser bem tratados, reverenciados por bons feitos que não foram senão nosso dever
em realização, ser alvos de agradecimentos e nunca de ingratidões. É um chamado
à reforma íntima, disciplinada e focada na perfeição futura. Entretanto, como
isto não é fácil e por isso estamos na estrada há séculos sendo chamados para festa
de núpcias que pede uma credencial especial, a túnica nupcial[i],
é que Allan Kardec nos alivia a preocupação em sermos perfeitos da noite para o
dia, quando nos fala: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas
inclinações más” (grifos nossos)[ii].
Que procuremos
a luz do Amor nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois nem sempre a
procuramos, caindo na tentação do revide, da satisfação do prazer temporário e
do orgulho de ter pessoas sempre gratas ao que fizemos por elas, algum dia.
Que
Deus nos ajude.
Domício
Ps.: Ofereço uma poesia
de L. Angel sobre a reforma íntima.
A A DIFICULDADE DE MUDAR (L.
Angel 27/09/2018)
Por
que é difícil mudar,
Se
isso é o que queremos?
É que
o nosso homem velho está a nos cobrar
Fidelidade
aos comportamentos que outrora tivemos.
Assim,
o bem que eu quero fazer,
Esse,
eu não faço.
Mas o
mal que não quero cometer,
Eu o realizo,
não o rechaço*.
O
esforço da reforma íntima
É o
que nos torna verdadeiros cristãos,
Neste
planeta de prova e expiação.
Mas
desejar ser uma alma boníssima
É um
passo para a perfeição espiritual,
Nossa
meta, nosso ideal.
· * Paulo (Romanos 7:19)
[i] “Então, disse a seus servos: ‘O festim
das bodas está inteiramente preparado; mas os que para ele foram chamados não
eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos
quantos encontrardes.’ — Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os
que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se
puseram à mesa. Capítulo XVIII 244 Entrou, em seguida, o rei para ver os que
estavam à mesa, e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial
disse-lhe: ‘Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial?’
O homem guardou silêncio. Então, disse o rei à sua gente: ‘Atai-lhe as mãos e
os pés e lançai-o nas trevas exteriores: aí é que haverá prantos e ranger de
dentes, porquanto, muitos há chamados, mas poucos escolhidos.’” (Mateus, 22:1 a
14, grifos nossos).
[ii] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 4.
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