domingo, 9 de agosto de 2020

NA PRESENÇA DO AMOR

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NA PRESENÇA DO AMOR

Aquele que ama a seu irmão está na luz e nele não há escândalo.

João. (I João, 2:10).

Quem ama o próximo sabe, acima de tudo, compreender. E quem compreende sabe livrar os olhos e ouvidos do venenoso visco do escândalo, a fim de ajudar, ao invés de acusar ou desservir.

É necessário trazer o coração sob a luz da verdadeira fraternidade, para reconhecer que somos irmãos uns dos outros, filhos de um só Pai.

Enquanto nos demoramos na escura fase do apego exclusivo a nós mesmos, encarceramo-nos no egoísmo e exigimos que os outros nos amem. Nesse passo infeliz, não sabemos querer senão a nós próprios, tomando os semelhantes por instrumentos de nossa satisfação.

Mas se realmente amamos os companheiros de caminho, a paisagem de vida se modifica, de vez que a claridade do amor nos banhará a visão.

Ama, pois, e assim como a lama jamais ofende a luz, a ofensa não mais te alcançará.

Saberás que a miséria é fruto da ignorância e auxiliarás a vítima do mal, nela encontrando o próprio irmão necessitado de apoio e entendimento.

Aprenderás a ouvir sem,  revolta, ainda mesmo que o crime te procure os ouvidos, e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos golpes recebidos surgirá espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância aparece natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.

Ama e compreenderás.

Compreende e servirás sempre mais cada dia, porque então permanecerás sob a glória da luz, inacessível a qualquer incursão das trevas.

NOSSA REFLEXÃO

Estar na presença do Amor e senti-lo é o que faz a diferença na nossa vida em curso. Emmanuel, nesta mensagem, ora refletida, nos convida a sermos perfeitos, dentro de nossas possibilidades. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, temos um capítulo, o de ordem XVII, que trata dessa necessidade que todos devemos priorizar. O frontispício do capítulo é a passagem evangélica grafada em Mateus (5: 44, 46 a 48). Racionalmente, é impossível sermos perfeitos absolutamente, pois assim, somente Deus o é. Entretanto, há algumas características, citadas nesse capítulo que, reunidas, dão o perfil de um homem de bem ou de um bom espírita. Este capítulo, ora citado, é um compêndio de como devemos nos comportar em sociedade. A compreensão das assertivas de Allan Kardec e das instruções do Espíritos Superiores nos garantirá momentos de paz e amor indescritível, cremos.

Emmanuel, nos lembra, nesta mensagem que, estando na presença do amor:

Aprenderás a ouvir sem revolta, ainda mesmo que o crime te procure os ouvidos, e cultivarás a ajuda ao adversário, ainda mesmo quando te vejas dilacerado, porque o perdão com esquecimento absoluto dos golpes recebidos surgirá espontâneo em teu espírito, assim como a tolerância aparece natural na fonte que acolhe no próprio seio as pedras que lhe atiram.

Eis o nosso grande desafio e, também, o antídoto ao sofrimento egoístico de querermos sempre ser bem tratados, reverenciados por bons feitos que não foram senão nosso dever em realização, ser alvos de agradecimentos e nunca de ingratidões. É um chamado à reforma íntima, disciplinada e focada na perfeição futura. Entretanto, como isto não é fácil e por isso estamos na estrada há séculos sendo chamados para festa de núpcias que pede uma credencial especial, a túnica nupcial[i], é que Allan Kardec nos alivia a preocupação em sermos perfeitos da noite para o dia, quando nos fala: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (grifos nossos)[ii].

Que procuremos a luz do Amor nos momentos mais difíceis de nossas vidas, pois nem sempre a procuramos, caindo na tentação do revide, da satisfação do prazer temporário e do orgulho de ter pessoas sempre gratas ao que fizemos por elas, algum dia.

Que Deus nos ajude.

Domício

Ps.: Ofereço uma poesia de L. Angel sobre a reforma íntima.

 A DIFICULDADE DE MUDAR (L. Angel     27/09/2018)
Por que é difícil mudar,
Se isso é o que queremos?
É que o nosso homem velho está a nos cobrar
Fidelidade aos comportamentos que outrora tivemos.


Assim, o bem que eu quero fazer,
Esse, eu não faço.
Mas o mal que não quero cometer,
Eu o realizo, não o rechaço*.


O esforço da reforma íntima
É o que nos torna verdadeiros cristãos,
Neste planeta de prova e expiação.


Mas desejar ser uma alma boníssima
É um passo para a perfeição espiritual,
Nossa meta, nosso ideal.
·        * 
Paulo (Romanos 7:19)


[i] “Então, disse a seus servos: ‘O festim das bodas está inteiramente preparado; mas os que para ele foram chamados não eram dignos dele. Ide, pois, às encruzilhadas e chamai para as bodas todos quantos encontrardes.’ — Os servos então saíram pelas ruas e trouxeram todos os que iam encontrando, bons e maus; a sala das bodas se encheu de pessoas que se puseram à mesa. Capítulo XVIII 244 Entrou, em seguida, o rei para ver os que estavam à mesa, e, dando com um homem que não vestia a túnica nupcial disse-lhe: ‘Meu amigo, como entraste aqui sem a túnica nupcial?’ O homem guardou silêncio. Então, disse o rei à sua gente: ‘Atai-lhe as mãos e os pés e lançai-o nas trevas exteriores: aí é que haverá prantos e ranger de dentes, porquanto, muitos há chamados, mas poucos escolhidos.’” (Mateus, 22:1 a 14, grifos nossos).

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