domingo, 2 de agosto de 2020

NA AUSÊNCIA DO AMOR

158

NA AUSÊNCIA DO AMOR

Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos.

João (I JOÃO, 2:11).

Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó.

Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência.

Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam.

Convidados ao esforço de equipe, asseveram que os homens respiram em bancarrota moral.

Trazidos ao culto da fé, supõem reconhecer, em toda parte, a maldade e a desilusão.

Chamados à caridade, consideram nos irmãos de sofrimento inimigos prováveis, afastando-se irritadiços.

Impelidos a essa ou àquela manifestação de contentamento, recuam, desencantados, crendo surpreender maldade e lama nas menores exteriorizações de beleza festiva.

Caminham no mundo entre a amargura e a desconfiança.

Não há carinho que lhes baste. Vampirizam criaturas por onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando...

Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos da sociedade e da família.

É que, incapazes do amor ao próximo, jornadeiam pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que nos detém tão-somente no círculo estreito de nossas necessidades, sem qualquer expressão de respeito para com as necessidades alheias.

Afirmam-se incompreendidos, porque não desejam compreender.

Ausentes do amor, ressecam a máquina da vida, perdendo a visão espiritual.

Impermeáveis ao bem, fazem-se representantes do mal.

Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na resistência, ante o assalto das trevas.

Aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são bênçãos de esperança.

NOSSA REFLEXÃO

Os irmãos sinalizados nesta mensagem de Emmanuel nos lembra outra dele impressa na obra Caminho, Verdade e Vida, intitulada “Tristeza”. Quem escolhe ser triste, carece de uma mínima vivência no ato de amar. O triste está sempre a reclamar de tudo e de todos, inclusive de si mesmo. É um triste, segundo o mundo. Apresenta uma baixa autoestima e não acredita ou aceita que outros possam ter um mínimo de alegrias. Nele está instalada a ausência uma considerada ausência de amor. Suas características são acentuadas nesta mensagem que ora refletimos.

Devemos nos portar como aquele que consciente de seu dever para com Deus e consigo mesmo, realça aquele para com os outros. Em síntese, destaco trecho final dessa mensagem de Emmanuel, que figuramos como um antídoto contra o pessimismo, o negacionismo, má vontade para consigo mesmo e para com os que convivem conosco no atual momento, independentemente ser familiares ou estranhos na via pública, no comércio ou trabalho:

Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na resistência, ante o assalto das trevas.

Aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são bênçãos de esperança.

Essa assertiva de Emmanuel nos lembra a oração “Pai Nosso”[i] e a “Oração de São Francisco”.

Quando a tristeza, pois a Felicidade não é deste mundo, que sejamos triste segundo Deus e caminhemos assim, buscando a alegria de viver e de estarmos aprendendo com os nossos erros e com os erros dos outros.

Que Deus nos ilumine e que sintamos Sua luz nos banhar em qualquer momento de nossas vidas, como um bom cristão.

Domício.

Ps. Oferecemos uma poesia de L. Angel aos leitores reflexivos deste blog.


TRISTEZA

L. Angel     15/11/2019

A tristeza que vai n´Alma

É a do egoísta que deseja o que não merece.

É o sentimento que tira a calma.

É a consciência dizendo: profanaste o que hoje desmerece.

A tristeza da hora

Traduz-se de modo a lembrar

Que a frustração de agora

É o adiamento de uma alegria sem par.

Ser alegre na tristeza

É o gesto de todo caridoso,

Pois guarda uma grande certeza:

Nem todo caminho é tortuoso.

Nesse mundo de provas e expiações,

O choro é natural, mesmo que não se queira.

Traduz o afloramento de emoções,

Mas que seja como ocorreu no Monte das Oliveiras.


[i] Vide essa oração ampliada segundo os preceitos espíritas em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, itens 2 e 3.

Nenhum comentário:

Postar um comentário