domingo, 19 de maio de 2019

COURAÇA DA CARIDADE


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COURAÇA DA CARIDADE
Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade.
Paulo (I TESSALONICENSES, 5:8).
Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz.
Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos confia.
A irritação permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico.
A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude.
A ira frequente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio em que se manifesta.
Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida.
É indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos.
A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível.
NOSSA REFLEXÃO
Quando nos candidatamos ao serviço iluminativo do estudo, explanação da doutrina que abraçamos e aos implicativos da caridade individual e social, nos confrontamos com a barreira da má vontade, da crítica pela crítica, das incompreensões e daquela outra representada por nós mesmos, qual seja a nossa imperfeição.
Parafraseando um jargão novelístico e ampliando o pensamento oriundo dele, dizemos que devemos ter muita calma em qualquer hora. Pois todo trabalho edificante é edificante por ele mesmo, considerando todas as suas implicações para a nossa evolução espiritual. Auxiliamos os irmãos, mas num trabalho de permanente auxilio e autossuperação espiritual. Diríamos que é um aprendizado em serviço. Afinal, o Cristo não conta, na Terra, apenas com Espíritos de alta envergadura espiritual. Em sua maioria, os seus colaboradores são Espíritos que querem assimilar sua Doutrina e praticá-la. Desse modo, no trabalho da caridade, as críticas, positivas ou negativas, proferidas pelos beneficiários, como pelos que auxiliam ou observam o que fazemos, devem ser esperadas. Mas, conforme o Espírito Emmanuel,
Se te encontras em serviço edificante, se tua consciência te aprova, que te importam as opiniões levianas ou insinceras? Cumpre o teu dever e caminha. Examina o material dos ignorantes e caluniadores como proveitosa advertência e recorda-te de que não é possível conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.[1]
Assim, se quisermos ser perfeitos no que fazemos, na seara do Mestre, como espíritas, qual deve ser a nossa postura, senão aquela de um bom espírita para o qual as instruções da Doutrina Espírita “[...] são como a semente que cai em terra boa e dá frutos?[2]
Devemos então, ao nos candidatar ao trabalho cristão, considerar o que Emmanuel nos ensina nessa mensagem, ora refletida: “A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível”.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Extraído do livro Caminho, Verdade e Vida (FEB) de Emmanuel, mensagem de nº 80. Vide a mensagem e nossa reflexão em Opiniões.
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, itens 5 e 6.

2 comentários:

  1. Gostei muto da reflexão. Estou produzindo uma palestra sobre este texto do Fonte Viva, e vou usar essa reflexão na exposição, é claro, citando a fonte.

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    1. Olá, cara Bety. Desejo-lhe uma boa e inspirada palestra e fico grato por NOSSA REFLEXÃO colaborar com ela.

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