98
COURAÇA DA CARIDADE
Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé
e da caridade.
Paulo (I TESSALONICENSES, 5:8).
Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça
da caridade aos trabalhadores da luz.
Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos
propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração.
E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações
do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência
santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na
tarefa que o Senhor nos confia.
A irritação permanente, diante da ignorância, adia as
vantagens do ensino benéfico.
A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os
germes frágeis da virtude.
A ira frequente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os
inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos.
A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas
aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes
por escassez de educação do meio em que se manifesta.
Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro
estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação
intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade
destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por
sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida.
É indispensável armar o coração de infinito entendimento
fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos.
A
convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para
continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da
caridade paciente, benigna e invencível.
NOSSA REFLEXÃO
Quando nos candidatamos ao serviço iluminativo do estudo,
explanação da doutrina que abraçamos e aos implicativos da caridade individual
e social, nos confrontamos com a barreira da má vontade, da crítica pela crítica,
das incompreensões e daquela outra representada por nós mesmos, qual seja a
nossa imperfeição.
Parafraseando um jargão novelístico e ampliando o
pensamento oriundo dele, dizemos que devemos ter muita calma em qualquer hora.
Pois todo trabalho edificante é edificante por ele mesmo, considerando todas as
suas implicações para a nossa evolução espiritual. Auxiliamos os irmãos, mas
num trabalho de permanente auxilio e autossuperação espiritual. Diríamos que é
um aprendizado em serviço. Afinal, o Cristo não conta, na Terra, apenas com
Espíritos de alta envergadura espiritual. Em sua maioria, os seus colaboradores
são Espíritos que querem assimilar sua Doutrina e praticá-la. Desse modo, no
trabalho da caridade, as críticas, positivas ou negativas, proferidas pelos beneficiários,
como pelos que auxiliam ou observam o que fazemos, devem ser esperadas. Mas, conforme o Espírito
Emmanuel,
Se te encontras em serviço edificante,
se tua consciência te aprova, que te importam as opiniões levianas ou
insinceras? Cumpre o teu dever e caminha. Examina o material dos ignorantes e
caluniadores como proveitosa advertência e recorda-te de que não é possível
conciliar o dever com a leviandade, nem a verdade com a mentira.[1]
Assim, se quisermos ser perfeitos no que fazemos, na seara
do Mestre, como espíritas, qual deve ser a nossa postura, senão aquela de um
bom espírita para o qual as instruções da Doutrina Espírita “[...] são como a
semente que cai em terra boa e dá frutos?[2]
Devemos então, ao nos candidatar ao trabalho cristão, considerar
o que Emmanuel nos ensina nessa mensagem, ora refletida: “A convicção e o
entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o
serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade
paciente, benigna e invencível”.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Gostei muto da reflexão. Estou produzindo uma palestra sobre este texto do Fonte Viva, e vou usar essa reflexão na exposição, é claro, citando a fonte.
ResponderExcluirOlá, cara Bety. Desejo-lhe uma boa e inspirada palestra e fico grato por NOSSA REFLEXÃO colaborar com ela.
Excluir