domingo, 12 de maio de 2019

A PALAVRA DA CRUZ


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A PALAVRA DA CRUZ
Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos é o poder de Deus.
Paulo (I Coríntios, 1:18).
A mensagem da cruz é dolorosa em todos os tempos.
Do Calvário desceu para o mundo uma voz, a princípio desagradável e incompreensível.
No martirológio do Mestre situavam-se todos os argumentos de negação superficialmente absoluta.
O abandono completo dos mais amados.
A sede angustiosa.
Capitulação irremediável.
Perdão espontâneo que expressava humilhação plena.
Sarcasmo e ridículo entre ladrões.
Derrota sem defensiva.
Morte infamante.
Mas o Cristo usa o fracasso aparente para ensinar o caminho da Ressurreição eterna, demonstrando que o "eu" nunca se dirigirá para Deus, sem o aprimoramento e sem a sublimação de si próprio.
Ainda hoje, a linguagem da cruz é loucura para os que permanecem interminavelmente no círculo de reencarnações de baixo teor espiritual; semelhantes criaturas não pretendem senão mancomunar-se com a morte, exterminando as mais belas florações do sentimento. Dominam a muitos, incapazes do próprio domínio, ajuntam tesouros que a imprudência desfaz e tecem fios escuros de paixões obcecantes em que sucumbem, vezes sem conto, à maneira da aranha encarcerada nas próprias teias.
Repitamos a mensagem da cruz ao irmão que se afoga na carne e ele nos classificará à conta de loucos, mas todos nós, que temos sido salvos de maiores quedas pelos avisos da fé renovadora, estamos informados de que, nos supremos testemunhos, segue o discípulo para o Mestre, e o Mestre subiu para o Pai, na glória oculta da crucificação.
NOSSA REFLEXÃO
O Mestre, como a anunciar seu martirológio, anteriormente ao Calvário, já afirmava que a redenção não se faz sem sacrifício, como disse em várias passagens de sua vida messiânica:
“E quem quer que não carregue a sua cruz e me siga, não pode ser meu discípulo. Assim, aquele dentre vós que não renunciar a tudo o que tem não pode ser meu discípulo” (Lucas, 14:27 e 33)[1];
“Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará. — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (Marcos, 8:34 a 36)[2].
Desfazer-se do que é material e espiritual, daquilo que chega a pesar quando a consciência é ouvida, não é nada fácil. É uma cruz pesada. Dói...[3]
Tudo é transitório nessa vida. O objetivo da encarnação é o progresso espiritual[4], e não tão somente o progresso intelectual, que ajuda aquele, ou o acúmulo de propriedades e bens de consumo, que trazem alegrias, segurança e descanso, mas muitas vezes, a tristeza, a decepção e a injustiça da ingratidão.
Como disse Emmanuel, por Chico Xavier:
Valiosa é a escassez, porque traz a disciplina. Preciosa é a abundância, porque multiplica as formas do bem. Uma e outra, contudo, perecerão algum dia. Na esfera carnal, a glória e a miséria constituem molduras de temporária apresentação. Ambas passam. Somente Jesus e a Lei Divina perseveram para nós outros, como portas de vida e redenção[5].
Ou seja, seguir o Mestre Jesus é mais auspicioso, pois ele é o “Caminho, e a Verdade, e a Vida” (João, 14: 6), como Ele mesmo nos falou.
Sigamos, então, tornando a nossa cruz mais leve.
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIII, Item 3.
[2] Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, Item 19.
[3] Uma boa reflexão pode-se fazer a esse respeito na passagem evangélica que o Mestre é perguntado por um jovem rico sobre “o que é preciso fazer para alcançar a vida eterna” (Mateus, 19: 16-22). Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, Item 7.
[4] Vide O Livro dos Espíritos, questão 132.
[5] Extraído da mensagem intitulada “Transitoriedade” que compõe o livro Caminho, Verdade e Vida. Vide-a em sua íntegra, seguida de nossa reflexão.

3 comentários:

  1. JESUS: O SENHOR, MESTRE E CONSOLADOR
    L. Angel 24/11/2014

    Jesus, a Inocência.
    Cristo, o Mestre.
    Messias, a Esperança da Divina Complacência.
    Nosso Irmão, o Professor das aulas campestres. 05/12/13

    “Eu não vim trazer a paz, mas a espada”,
    Disse a Luz do mundo,
    Significando a repercussão de Suas ideias ditadas,
    Nesse planeta de ideário moral não fecundo. 19/12/13

    Na Vinha do Senhor,
    Não trabalha qualquer filho Seu.
    Precisa estar de mãos limpas, sem amargor,
    Como Paulo, um trabalhador digno das maravilhas de Deus. 08/01/14

    Que sejamos os trabalhadores fiéis da última hora.
    Discípulos convictos continuadores de Sua obra.
    Unidos e instruídos, pois a Regeneração não demora.
    Para isso o século não dobra. 18/04/14

    Jesus, és a luz que nos guia.
    CAMINHO iluminado.
    A VERDADE que não temos aceitado.
    Cristo, tu és a VIDA que não se adia. 24/11/2014

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  2. Linda mensagem, professor Domício! Muito inspiradora.
    Receba meu fraternal abraço.
    Marcelo

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