domingo, 18 de novembro de 2018

QUANDO HÁ LUZ


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QUANDO HÁ LUZ
         O amor do Cristo nos constrange.
Paulo (II CORÍNTIOS, 5:14.)
Quando Jesus encontra santuário no coração de um homem, modifica-se-lhe a marcha inteiramente.
Não há mais lugar dentro dele para a adoração improdutiva, para a crença sem obras, para a fé inoperante.
Algo de indefinível na terrestre linguagem transtorna-lhe o espírito.
Categoriza-o a massa comum por desajustado, entretanto, o aprendiz do Evangelho, chegando a essa condição, sabe que o Trabalhador Divino como que lhe ocupa as profundidades do ser.
Renova-se-lhe toda a conceituação da existência.
O que ontem era prazer, hoje é ídolo quebrado.
O que representava meta a atingir, é roteiro errado que ele deixa ao abandono.
Torna-se criatura fácil de contentar, mas muito difícil de agradar.
A voz do Mestre, persuasiva e doce, exorta-o a servir sem descanso.
Converte-se-lhe a alma num estuário maravilhoso, onde os padecimentos vão ter, buscando arrimo, e por isso sofre a constante pressão das dores alheias.
A própria vida física afigura-se-lhe um madeiro, em que o Mestre se aflige. É-lhe o corpo a cruz viva em que o Senhor se agita crucificado.
O único refúgio em que repousa é o trabalho perseverante no bem geral.
Insatisfeito, embora resignado; firme na fé, não obstante angustiado; servindo a todos, mas sozinho em si mesmo, segue, estrada afora, impelido por ocultos e indescritíveis aguilhões...
Esse é o tipo de aprendiz que o amor do Cristo constrange, na feliz expressão de Paulo. Vergasta-o a luz celeste por dentro até que abandone as zonas inferiores em definitivo.
Para o mundo, será inadaptado e louco.
Para Jesus, é o vaso das bênçãos.
A flor é uma linda promessa, onde se encontre.
O fruto maduro, porém, é alimento para Hoje.
Felizes daqueles que espalham a esperança, mas bem-aventurados sejam os seguidores do Cristo que suam e padecem, dia a dia, para que seus irmãos se reconfortem e se alimentem no Senhor!
NOSSA REFLEXÃO
Eis o nosso futuro. Deixar-se iluminar pela Luz do Cristo. Mudança assim, podemos citar a de Paulo e de Maria de Magdala[1]. A nossa transformação ainda é lenta, mas acredito que constante. A instrução e o amor aos semelhantes, e, em particular, aos que nos são afins, no que diz respeito a Doutrina Espírita, é a força que nos fará, cada vez mais, aberto a Luz do Senhor. Há sempre luz no estudo e na comunhão com o próximo, pensando em transformação coletiva.
Devo depor minha experiência com o primeiro contato com o Espiritismo. Para mim, foi uma luz que me abriu as possibilidades de fé e trabalho. Foi uma adesão sem vacilação. Contudo, o processo de transformar a Luz do Conhecimento em Luz da Moral, devo confessar, não foi automático. Ainda está como a passos de tartaruga (ela não tem pressa...), mas sei que vou chegar lá.
Devemo-nos sentir gratificados por termos nos deixado iluminar pela Doutrina Espírita, pois tal qual o trabalhador da última hora, nos dispomos, agora, a servir numa seara de engrandecimento espiritual. Acreditemos, a hora chegou e tenhamos a certeza que seremos aproveitados naquilo que temos de aptidão, respeitado o nosso estágio evolutivo, para ajudar no trabalho do Mestre. Como disse Constantino, Espírito protetor:

Bons espíritas[2], meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.[3]
Que tenhamos vontade, estudos e muito desejo de nos melhorar, nos deixando iluminar pelo Cristo. Deixemo-nos constranger...
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1] Vide mensagem de Emmanuel e nossa reflexão, sobre a Madalena, no nosso blog “Caminho, Verdade e Vida”.
[2] Segundo Allan Kardec, “Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam” (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 4.
Para Paulo, o Apóstolo: “Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam” (In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV, Item 10.
[3] In: O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, Item 2.

Um comentário:

  1. Sugiro assistir um vídeo de Haroldo Dutra Dias sobre a Transformação in: https://www.youtube.com/watch?v=I_5gB4JdRXI&t=17s

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