domingo, 11 de novembro de 2018

ESTÍMULO FRATERNAL


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ESTÍMULO FRATERNAL
O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
Paulo (FILIPENSES, 4:19).
Não te julgues sozinho na luta purificadora, porque o Senhor suprirá todas as nossas necessidades.
Ergue teus olhos para o Alto e, de quando em quando, contempla a retaguarda.
Se te encontras em posição de servir, ajuda e segue.
Recorda o irmão que se demora sem recursos, no leito da indigência.
Pensa no companheiro que ouve o soluço dos filhinhos, sem possibilidades de enxugar-lhes o pranto.
Detém-te para ver o enfermo que as circunstâncias enxotaram do lar.
Para um momento, endereçando um olhar de simpatia à criancinha sem teto.
Medita na angústia dos desequilibrados mentais, confundidos no eclipse da razão.
Reflete nos aleijados que se algemam na imobilidade dolorosa.
Pensa nos corações maternos, torturados pela escassez de pão e harmonia no santuário doméstico.
Interrompe, de vez em quando, o passo apressado, a fim de auxiliares o cego que tateia nas sombras.
É possível, então, que a tua própria dor desapareça aos teus olhos.
Se tens braços para ajudar e cabeça habilitada a refletir no bem dos semelhantes, és realmente superior a um rei que possuísse um mundo de moedas preciosas, sem coragem de amparar a ninguém.
Quando conseguires superar as tuas aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura.
Que a enfermidade e a tristeza nunca te impeçam a jornada.
É preferível que a morte nos surpreenda em serviço, a esperarmos por ela numa poltrona de luxo.
Acende, meu irmão, nova chama de estímulo, no centro da tua alma, e segue além. Sê o anjo da fraternidade para os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento.
Quando plantares a alegria de viver nos corações que te cercam, em breve as flores e os frutos de tua sementeira te enriquecerão o caminho.
NOSSA REFLEXÃO
Somos todos necessitados e sofridos das mais diversas mazelas, mas há uma imensidade de irmãos em situações bem piores, doloridas e, até mesmo, desesperadora.
O Cristo nos ensinou que devemos olhar para os doentes (Mateus, 9:10 a 12)[1], e os pobres e estropiados do caminho (Lucas, 14:12 a 15)[2], pois Ele desceu para eles. Podemos nos incluir, dentre estes, e já nos incluímos, nas mais diversas encarnações já vividas; portanto, sabemos o significado de estar numa ou noutra condição. Dentre os doentes, o Cristo abrangeu aqueles do corpo e da alma e, dentre os pobres, abrangeu todo aquele que não tem condição de nos recompensar pelo bem recebido. Está aí a verdadeira caridade.
Então, quando nos sentirmos amargurados, aflitos ou deprimidos, lembremos daqueles que não têm a luz do Evangelho a lhes consolar. E quem é espírita, deve ter um maior comprometimento neste sentido, pois sua compreensão evangélica, que o Espiritismo dá, vai além dos ditados dos Evangelhos.
Que nossas preocupações e compromissos mais urgentes não nos sequem a vontade de olhar o que está a nossa volta. Como Emmanuel nos diz, nesta mensagem, ora refletida por nós: “Quando conseguires superar as tuas aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura. Que a enfermidade e a tristeza nunca te impeçam a jornada”.
Que Deus nos ajude.
Domício.


[1] Vide interpretação de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, Item 12.
[2] Vide interpretação de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, Item 8.

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