domingo, 7 de outubro de 2018

SEMENTEIRA E CONSTRUÇÃO

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SEMENTEIRA E CONSTRUÇÃO
Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
Paulo (I CORÍNTIOS, 3: 9).
Asseverando Paulo a sua condição de cooperador de Deus e designando a lavoura e o edifício do Senhor nos seguidores e beneficiários do Evangelho que o cercavam, traçou o quadro espiritual que sempre existirá na Terra em aperfeiçoamento, entre os que conhecem e os que ignoram a verdade divina.
Se já recebemos da Boa-Nova a lâmpada acesa para a nossa jornada, somos compulsoriamente considerados colaboradores do ministério de Jesus, competindo-nos a sementeira e a construção dele em todas as criaturas que nos partilham a estrada.
Conhecemos, pois, na essência, qual o serviço que a Revelação nos indica, logo nos aproximemos da luz cristã.
Se já guardamos a bênção do Mestre, cabe-nos restaurar o equilíbrio das correntes da vida, onde permanecemos, ajudando aos que se desajudam, enxergando algo para os que jazem cegos e ouvindo alguma coisa em proveito dos que permanecem surdos, a fim de que a obra do Reino divino cresça, progrida e santifique toda a Terra.
O serviço é de plantação e edificação, reclamando esforço pessoal e boa vontade para com todos, porquanto, de conformidade com a própria simbologia do Apóstolo, o vegetal pede tempo e carinho para desenvolver-se e a casa sólida não se ergue num dia.
Em toda parte, porém, vemos pedreiros que clamam contra o peso do tijolo e da areia e cultivadores que detestam as exigências de adubo e proteção à planta frágil.
O ensinamento do Evangelho, contudo, não deixa margem a qualquer dúvida.
Se já conheces os benefícios de Jesus, és colaborador dele, na vinha do mundo e na edificação do espírito humano para a Eternidade.
Avança na tarefa que te foi confiada e não temas. Se a fé representa a nossa coroa de luz, o trabalho em favor de todos é a nossa bênção de cada dia.
NOSSA REFLEXÃO
Grande responsabilidade Emmanuel nos dá, chamando-nos a razão de que se somos detentores do conhecimento espírita, somos trabalhadores da seara do Cristo em potencial. Inicialmente como estagiário que ainda precisa aprender como semear, como edificar. Nos inscrevemos em curso de longa duração, em que o trabalho cooperativo é de fundamental importância, e a paciência no labor é imprescindível, pois como diz Emmanuel: “O serviço é de plantação e edificação, reclamando esforço pessoal e boa vontade para com todos, porquanto, de conformidade com a própria simbologia do apóstolo, o vegetal pede tempo e carinho para desenvolver-se e a casa sólida não se ergue num dia”.
Estamos vivendo momentos críticos em nosso planeta, onde o mal ainda impera. Emmanuel já nos adiantou na década de 1940, quando da publicação do livro “Caminho Verdade e Vida”[1], que, naquela época, pelos motivos decorrentes da 2ª Guerra Mundial, adubava-se “[...] o chão com sangue e lágrimas, para a semeadura do porvir”.
Então, ainda é propícia a afirmação de que nossa humanidade está se reconstruindo, ou mesmo se edificando, visando estabelecer o Reino de Deus neste planeta que agora está no limiar de se transformar em um planeta de regeneração.
Então, todo aquele que já detém o conhecimento cristão se configura como um obreiro do Senhor, e da última hora. E no que diz respeito a nós, espíritas, o Espírito Constantino nos afirma em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 2:

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade – Constantino, Espírito protetor (Bordeaux, 1863).

Então, o que o Apóstolo Paulo nos ensinou foi ratificado pela Doutrina Espírita.
Que possamos corresponder ao chamado para o trabalho, aprendendo e ensinando, com paciência, e voltados para o que mais importa numa vida corpórea, que é praticar as Leis de Deus, se purificando a cada dia, para num século vindouro, ou milênio, sermos chamados Filhos de Deus.
Que o Pai, o Irmão Maior e todos os nossos protetores nos ajudem.
Domício.

Segue uma poesia de L. Angel sobre os trabalhadores da última hora.

OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
L. Angel 
Tarefa por demais pesada,
Não mais que o nosso ombro pode suportar.
Ser espírita, ser cristão, é subir a escada
Cujo topo é a felicidade a alcançar.

Trabalhadores da última hora
São os espíritas convictos e pregadores
Da Lei da reencarnação que não demora
Ser também a Lei de seus detratores.

De Moisés ao Espiritismo,
Numa evolução religiosa,
Temos o Cristianismo.

O Espiritismo redivive
As lições do Cristo, elevadas e amorosas,
Pelo verdadeiro espírita, que as vive.


[1] Vide mensagem em nosso blog Caminho, Verdade e Vida, seguida de nossa reflexão.

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