domingo, 22 de julho de 2018

DISCÍPULOS


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DISCÍPULOS
E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo.
Jesus. (Lucas. 14:27.)
Os círculos cristãos de todos os matizes permanecem repletos de estudantes que se classificam no discipulado de Jesus, com inexcedível entusiasmo verbal, como se a ligação legítima com o Mestre estivesse circunscrita à problema de palavras.
Na realidade, porém, o Evangelho não deixa dúvidas a esse respeito.
A vida de cada criatura consciente é um conjunto de deveres para consigo mesma, para com a família de corações que se agrupam em torno dos seus sentimentos e para com a Humanidade inteira.
E não é tão fácil desempenhar todas essas obrigações com aprovação plena das diretrizes evangélicas.
Imprescindível se faz eliminar as arestas do próprio temperamento, garantindo o equilíbrio que nos é particular, contribuir com eficiência em favor de quantos nos cercam o caminho, dando a cada um o que lhe pertence, e servir à comunidade, de cujo quadro fazemos parte.
Sem que nos retifiquemos, não corrigiremos o roteiro em que marchamos.
Árvores tortas não projetam imagens irrepreensíveis.
Se buscamos a sublimação com o Cristo, ouçamos os ensinamentos divinos. Para sermos discípulos dele é necessário nos disponhamos com firmeza a conduzir a cruz de nossos testemunhos de assimilação do bem, acompanhando-lhe os passos.
Aprendizes existem que levam consigo o madeiro das provas salvadoras, mas não seguem o Senhor por se confiarem à revolta através do endurecimento e da fuga.
Outros aparecem, seguindo o Mestre nas frases bem-feitas, mas não carregam a cruz que lhes toca, abandonando-a à porta de vizinhos e companheiros.
Dever e renovação.
Serviço e aprimoramento.
Ação e progresso.
Responsabilidade e crescimento espiritual.
Aceitação dos impositivos do bem e obediência aos padrões do Senhor.
Somente depois de semelhantes aquisições é que atingiremos a verdadeira comunhão com o Divino Mestre.
NOSSA REFLEXÃO
Somos todos endividados com a Lei de Deus, mas temos que seguir em frente colaborando e se modificando, paulatinamente, refletindo sobre as nossas ações, como se tivéssemos, e estamos, numa escola de aperfeiçoamento moral.
Então, não galgaremos lugares mais altos na hierarquia espiritual se não nos desfizermos de nossas capas que se acumularam ao longo de nossas vidas sucessivas. Podemos nos prontificar para o trabalho, de boa vontade, mas seremos convidados a nos despir de nossas imperfeiçoes que atrapalharam nosso caminhar em nossa senda espiritual. Ser um discípulo requer iniciação, vontade de mudar interiormente; e para isso, os testes nos alcançam naturalmente, pois os pedimos ao nos candidatar ao discipulado, sabendo que não ia ser simples essa tarefa.
Vejamos os exemplos dos que nos mostraram como é ser Apóstolo, como é o caso de Paulo e tantos outros. Mas Paulo é um exemplo dos mais vivos de mortificação de si mesmo. Outro exemplo foi Madalena que teve uma transformação digna de ser seguida.
Que nós possamos, frente aos nossos deveres diários e às situações as mais tensas possíveis, refletir como nos comportamos como cristãos. Que saibamos reconhecer os momentos de modificações interiores para seguir Jesus como discípulos pequenos, mas autotransformadores[1], eliminando o orgulho e o egoísmo em nós e sendo resistentes a dor, às humilhações, às incompreensões, às injustiças e às calúnias, bem como toda forma de apedrejamentos sem pedras (nosso trabalho já foi melhorado, pois no tempo dos primeiros discípulos eles recebiam pedras de verdade, mesmo).
Que Deus nos ajude.
Domício.

[1]Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más” (Allan Kardec in O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 4).

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