domingo, 13 de maio de 2018

DIANTE DO SENHOR


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DIANTE DO SENHOR
Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. Jesus. (JOÃO, 8:43.)
A linguagem do Cristo sempre se afigurou a muitos aprendizes indecifrável e estranha.
Fazer todo o bem possível, ainda quando os males sejam crescentes e numerosos.
Emprestar sem exigir retribuição.
Desculpar incessantemente.
Amar os próprios adversários.
Ajudar aos caluniadores e aos maus.
Muita gente escuta a Boa Nova, mas não lhe penetra os ensinamentos.
Isso ocorre a muitos seguidores do Evangelho, porque se utilizam da força mental em outros setores.
Creem vagamente no socorro celeste, nas horas de amargura, mostrando, porém, absoluto desinteresse ante o estudo e ante a aplicação das leis divinas.
A preocupação da posse lhes absorve a existência.
Reclamam o ouro do solo, o pão do celeiro, o linho usável, o equilíbrio da carne, o prazer dos sentidos e a consideração social, com tamanha volúpia que não se recordam da posição de simples usufrutuários do mundo em que se encontram, e nunca refletem na transitoriedade de todos os patrimônios materiais, cuja função única é a de lhes proporcionar adequado clima ao trabalho na caridade e na luz, para engrandecimento do espírito eterno.
Registram os chamamentos do Cristo, todavia, algemam furiosamente a atenção aos apelos da vida primária.
Percebem, mas não ouvem.
Informam-se, mas não entendem.
Nesse campo de contradições, temos sempre respeitáveis personalidades humanas e, por vezes, admiráveis amigos.
Conservam no coração enormes potenciais de bondade, contudo, a mente deles vive empenhada no jogo das formas perecíveis.
São preciosas estações de serviço aproveitável, com o equipamento, porém, ocupado em atividades mais ou menos inúteis.
Não nos esqueçamos, pois, de que é sempre fácil assinalar a linguagem do Senhor, mas é preciso apresentar-lhe o coração vazio de resíduos da Terra, para receber-lhe, em espírito e verdade, a palavra divina.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel nos reporta aos cuidados com a alma, como na mensagem intitulada “Zelo Próprio” do livro “Caminho, Verdade e Vida”, também psicografado por Chico Xavier e que nós refletimos no blog de mesmo título do livro[1].
Se pensarmos bem, para nos sintonizar com os ensinamentos do Cristo, que em um primeiro momento são somente informações, precisamos estar vestidos com uma “túnica nupcial”, como na parábola do festim das bodas[2] (Mateus, 22:1 a 14.).
Darmos importância primeiro aos ensinamentos contidos nos Evangelhos é fundamental, pois estamos em um curso cujo obra didática é a Boa Nova deixada por Cristo e grafada pelos apóstolos escritores. O cuidado com corpo físico, as obrigações e reconhecimento sociais, e em particular os da família, faz um bem enorme, mas isso não é tudo. Por vezes, nem merecemos tudo isso, apesar de toda a nossa boa vontade e esforço pessoal, dado que estamos numa continuidade de nossa vida espiritual (isto se reflete em nossas decepções). Contudo, devemos continuar fazendo o que pode ser um bem para todos, e em particular para nós mesmos, evangelicamente falando. Falamos dos limites a que estamos fadados nesta vida corpórea e que deve ser um trampolim para a vida plena espiritual.
Que possamos dar contar em primeiro lugar de nossas obrigações espirituais. Assim, as do plano físico estarão sendo executadas no seu tempo, conforme os ditames das relações humanas e nosso merecimento.
Que Deus nos ajude e nosso esforço seja potencializado.
Domício.



[2] Vide interpretação de Allan Kardec no Cap. 18, item 2 do O Evangelho Segundo o Espiritismo.

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