domingo, 6 de maio de 2018

AUTOLIBERTAÇÃO


47
AUTOLIBERTAÇÃO
Nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
Paulo (I TIMÓTEO, 6:7).
Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do "eu", começa o teu curso de autolibertação, aprendendo a viver "como possuindo tudo e nada tendo", "com todos e sem ninguém".
Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.
Lembra-te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da autossuperação.
Consagra-te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.
Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.
Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.
Jamais suponhas que a tua dor seja maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.
Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?
Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.
Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, "nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele".
NOSSA REFLEXÃO
Esta mensagem de Emmanuel pode ser, sim, o início de um curso de autolibertação. Pensar que temos tudo, sem ter nada e viver em solidão produtiva na companhia de muitos é por demais libertador. Precisamos entender que não somos desse mundo, em verdade, pois somos Espíritos imortais, habitantes do Universo – a Casa do Pai[1].
Emmanuel, nesta mensagem, oferece a cartilha para este curso. Em sua mensagem “Ao Salvar-nos”, do livro “Caminho, Verdade e Vida”, também refletida por nós, traz-nos um reforço a esta que agora refletimos. Somo devedores da vida e aqui devemos deixar tudo que possuímos de ordem material, além daquilo que acumulamos de pernicioso em nossa vida espiritual. Não precisamos ter a necessidade de convencer a todos, a agradar a todos, nos defender de forma irada, das injustiças, como se fossemos os Justos. Defender-se com espírito de combatente é puro orgulho e egoísmo. Reiniciemos, com mais atenção, o nosso caminho à perfeição, conforme o Cristo nos ensinou (Mateus, 5:44, 46 a 48) e à luz do Espiritismo[2].
Que nosso Anjo Guardião, Jesus Cristo, Deus e nossos Espíritos familiares nos ajudem.
Domício.


[1] Vide Cap. III de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Há muitas moradas na casa de meu Pai)
[2] Vide Cap. XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Sede Perfeitos)

2 comentários:

  1. Obrigado por mais esta reflexão, que como as demais, é bastante elucidativa sobre o tema da lição 47. Um bem haja, pelo seu trabalho.. GRATIDÃO

    ResponderExcluir