domingo, 11 de fevereiro de 2018

ESTENDAMOS O BEM

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ESTENDAMOS O BEM
Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.
Paulo. (ROMANOS, 12 :21.)
Repara que, em plena casa da Natureza, todos os elementos, em face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e para a vitória do bem.
Quando o temporal parece haver destruído toda a paisagem, congregam-se as forças divinas da vida para a obra do refazimento.
O Sol envia luz sobre o lamaçal, curando as chagas do chão.
O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos.
O cântico das aves substitui a voz do trovão.
A planície recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso.
O ar que suporta o peso das nuvens e o choque da faísca destruidora, torna à leveza e à suavidade.
A árvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em silêncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos.
A terra, nossa mãe comum, sofre a chuva de granizos e o banho de Iodo, periodicamente, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez mais.
Por que conservaremos, por nossa vez, o fel e o azedume do mal, na intimidade do coração?
Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida.
A ignorância é apenas uma grande noite que cederá lugar ao sol da sabedoria.
Usa o tesouro de teu amor, em todas as direções, e estendamos o bem por toda parte.
A fonte, quando tocada de lama, jamais se dá por vencida. Acolhe os detritos no próprio seio e, continuando a fluir, transforma-os em bênçãos, no curso de suas águas que prosseguem correndo, com brandura e humildade, para benefício de todos.
NOSSA REFLEXÃO
O bem é superior ao mal nos mais diversos ângulos de vista. Nunca se atemoriza frente às resistências contumazes dos que o enfrentam, mesmo ignorantemente, ou mesmo inocentemente, ou não intencionalmente, como é o caso que Emmanuel dá da natureza.
Á medida que evoluímos, damos sequência aos nossos propósitos voltados ao bem. Todavia, poderemos sempre enfrentar, se estamos num planeta, como o nosso, que passa, na atualidade, de um plano de provas e expiações para outro de regeneração[1], as resistências às nossas atitudes voltadas para o progresso interior, bem como dos nossos semelhantes.
Não devemos, de modo nenhum, nos revoltarmos com o que nos apresenta aos olhos, em termos de imperfeições morais dos companheiros de jornada, nessa existência, pois o Cristo disse que veio para os doentes e não para os sãos (Mateus, 9:10-12)[2]. Allan Kardec se pronuncia a respeito desta passagem de Mateus ao tratar das comunicações mediúnicas. Adverte-nos que se o Cristo tivesse que contar só com Espíritos perfeitos para dar continuidade a sua obra, não teria êxito[3]. Ele estava sempre entre os que, de boa vontade, apesar de sua imperfeição, paravam para lhe escutar e receber uma graça, uma cura, uma consolação. Vide o caso de Zaqueu (o publicano) (Lucas, 19: 1-10)[4]
Que consigamos, mesmo na adversidade, nos manter tranquilos, benevolentes, indulgentes e misericordiosos. Ou seja, sejamos caridosos[5].
Que Deus nos ajude.
Domício.




[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III (Há muitas moradas na casa de meu Pai).
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap, XXIV, itens 11 e 12.
[3] Então, não podemos cobrar perfeição de nenhum médium, pois ele é o primeiro necessitado das comunicações que são ditadas através dele.
[4][4] Temos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XVI, esclarecimento sobre o uso providencial da riqueza, em se apresenta o episódio de Zaqueu para nos mostrar que O Mestre estava atento aos homens de boa vontade, que se descobriam e se modificavam ao contato com Ele. Ele sabia o que vinha nos corações dos homens e viu a sinceridade de Zaqueu, um homem que até então era um doente da alma, explorador economicamente dos cidadãos da região.

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