domingo, 14 de janeiro de 2018

LAVRADORES

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LAVRADORES
O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos.
Paulo. (lI TIMÓTEO, 2:6.)
Há lavradores de toda classe.
Existem aqueles que compram o campo e exploram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.
Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao solo fracasso da sementeira que não vigiam.
Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.
Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.
Vemos numerosos acusando a terra como incapaz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da gota d’água e o socorro do adubo.
Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.
A Natureza, no entanto. retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.
Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.
E assim ocorre na lavoura do espírito.
Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.
Paulo de Tarso. escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto.
NOSSA REFLEXÃO
Esta mensagem de Emmanuel nos cala forte na consciência. Nos impele a lembrar do fruto que é produto de nosso esforço. O trabalho é a oportunidade de crescimento intelectual, moral e também social, com vistas ao aperfeiçoamento espiritual[1]. Todo trabalho é útil, conforme os Espíritos Superiores a Allan Kardec na questão 675 do “O Livro dos Espíritos”.
Jesus nos conclamou: “Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. (Mateus, 7: 7-8).  Segundo A. Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXV (Buscai e achareis), item 2:
Do ponto de vista terreno, a máxima: Buscai e achareis é análoga a esta outra: Ajuda-te a ti mesmo, que o céu te ajudará. É o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência.
Então, devemos exercer nossa inteligência e força possível para nos empenharmos em qualquer trabalho, pois sem o trabalho não evoluiríamos. E por tudo que fizermos, seremos agraciados pela alegria de ter sido útil e de ter nos tornarmos melhor.
Corroborando com a questão 676 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec, falando de Deus, nos clareia as ideias sobre a necessidade do trabalho: “Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito”[2].
Então, de fato, o primeiro beneficiado de qualquer ação no bem, somos nós mesmos. Nem sempre seremos reconhecidos. Nem o Cristo foi. Sejamos fiéis ao bem e ao Senhor e só alegria e felicidade teremos em troca.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] O Livro dos Espíritos, questão 676. Por que o trabalho se impõe ao homem? “Por ser uma consequência da sua natureza corpórea. É expiação e, ao mesmo tempo, meio de aperfeiçoamento da sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria sempre na infância, quanto à inteligência. Por isso é que seu alimento, sua segurança e seu bem-estar dependem do seu trabalho e da sua atividade. Ao extremamente fraco de corpo outorgou Deus a inteligência, em compensação. Mas é sempre um trabalho.”

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