segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

A BOA PARTE

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A BOA PARTE
Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada.
Jesus. (LUCAS, 10:42.)
Não te esqueças da "boa parte" que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.
O fogo destrói, mas transporta consigo o elemento purificador.
A pedra é contundente, mas consolida a segurança.
A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.
A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa.
Assim também há criaturas que, em se revelando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros.
A apreciação unilateral é sempre ruinosa.
A imperfeição completa, tanto quanto a perfeição integral, não existem no plano em que evoluímos.
O criminoso, acusado por toda a gente, amanhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água.
O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão sublimado que te convida ao bom exemplo.
A tempestade da hora em que vivemos é, muitas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.
Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas.
"Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada" - disse-nos o Senhor.
Assimilemos a essência da divina lição.
Quem procura a "boa parte" e nela se detém, recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.
NOSSA REFLEXÃO
Todos temos o gérmen da perfeição. Os anos e as experiências vividas ao longo deles vão apresentando o melhor que temos em nós, ou o que da perfeição já podemos apresentar. Por isso, devemos ver, em tudo, a “boa parte” que salta aos olhos e que logo, logo, será ampliada e reconhecida.
A boa vontade em não ser duro com os outros tem a vantagem de lhes dar a chance de reproduzirem o melhor que podem fazer, pois são valorizados no ponto  melhor de sua vida, naquele momento.
Uma outra análise de valorizar a “boa parte” dos outros é calar, não passivamente, sobre os graves defeitos que eles apresentam. Não ser passivo, é ser compreensível com o estágio evolutivo da criatura que nos incomoda. Podemos, sim, reprimir uma má ação se não for com o intuito de humilhar.[1], O Espírito Dufêtre, bispo de Nevers, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item 18, nos esclarece sobre o nosso dever de não exaltar as más qualidades dos outros, já que as temos também.
Caros amigos, sede severos convosco, indulgentes para as fraquezas dos outros. É esta uma prática da santa caridade, que bem poucas pessoas observam. Todos vós tendes maus pendores a vencer, defeitos a corrigir, hábitos a modificar; todos tendes um fardo mais ou menos pesado a alijar, para poderdes galgar o cume da montanha do progresso. Por que, então, haveis de mostrar-vos tão clarividentes com relação ao próximo e tão cegos com relação a vós mesmos? Quando deixareis de perceber, nos olhos de vossos irmãos, o pequenino argueiro que os incomoda, sem atentardes na trave que, nos vossos olhos, vos cega, fazendo-vos ir de queda em queda? Crede nos vossos irmãos, os Espíritos. Todo homem, bastante orgulhoso para se julgar superior, em virtude e mérito, aos seus irmãos encarnados, é insensato e culpado: Deus o castigará no dia da sua justiça.
Então, sabemos que todos somos imperfeitos, mas todos têm um lado bom, até o pior criminoso. A misericórdia de Deus atua na fagulha de bem que enxerga em seu mais imperfeito filho.
Sejamos a imagem e semelhança de Deus.
Que Ele nos ajude a sermos chamados Filho Dele.
Domício.




[1] Vede O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item 19.

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