28
ALGUMA COISA
Não necessitam de médico os que estão sãos, mas
sim os que estão enfermos.
Jesus. (LUCAS, 5:31.)
Quem sabe ler, não se esqueça de amparar o que ainda não se
alfabetizou.
Quem dispõe de palavra esclarecida, ajude ao companheiro, ensinando-lhe
a ciência da frase correta e expressiva.
Quem desfruta o equilíbrio orgânico não despreze a
possibilidade de auxiliar o doente.
Quem conseguiu acender alguma luz de fé no próprio
espírito, suporte com paciência o infeliz que ainda não se abriu a mínima noção
de responsabilidade perante o Senhor, auxiliando-o a desvencilhar-se das
trevas.
Quem possua recursos para trabalhar, não olvide o irmão
menos ajustado ao serviço, conduzindo-o, sempre que possível, a atividade digna.
Quem estime a prática da caridade, compadeça-se das almas endurecidas,
beneficiando-as com as vibrações da prece.
Quem já esteja entesourando a humildade não se afaste do orgulhoso,
conferindo-lhe, com o exemplo, os elementos indispensáveis ao reajuste.
Quem seja detentor da bondade não recuse assistência aos
maus, de vez que a maldade resulta invariavelmente da revolta ou da ignorância.
Quem estiver em companhia da paz, ajude aos desesperados.
Quem guarde alegria, divida a graça do contentamento com os
tristes.
Asseverou o Senhor que os sãos não precisam de médico,
mas,’ sim, os enfermos.
Lembra-te dos que transitam no mundo entre dificuldades
maiores que as tuas.
A vida
não reclama o teu sacrifício integral, em favor dos outros, mas, a benefício de
ti mesmo, não desdenhes fazer alguma coisa na extensão da felicidade comum.
NOSSA REFLEXÃO
O maior bem que podemos ter por conhecer o Evangelho de
Jesus é o Caminho que ele nos dá para sermos dignos da felicidade reservada aos
justos.
Emmanuel nos mostra com suas palavras o significado disso e
arremata que o bem que podemos fazer a nós mesmos é nos voltarmos para o outro
em qualquer nível espiritual em que ele se encontra. Em particular, os mais
desfavorecidos de conhecimento e paz interior, pois foi a esses, em especial, que
Jesus dedicou sua vinda, como mostra o versículo de Lucas, que inspirou
Emmanuel para fazer essa página reflexiva em torno do Evangelho de Jesus.
Em Lucas (14:12 a 15), Jesus nos adverte
Quando derdes um jantar
ou uma ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os
vossos parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida
não vos convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. Quando
derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os
cegos. E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso
será retribuído na ressurreição dos justos[1].
O importante nessa passagem é a atenção que o Cristo nos
chama para o bem sem ostentação. Ou seja, não devemos fazer aos outros esperando
algo em troca. Lembro de uma peculiaridade moral nessa passagem. Quando perdoamos
alguém, calamos a uma palavra ofensiva, injusta ou ingrata, ou outra ação
moral, estaremos fazendo esse bem sem ostentação na medida em que não fazemos para
depois cobrarmos que fizemos, ou mesmo dizer para os outros que fizemos.
Estamos sendo avaliados pelo Cristo, pelo nosso Anjo da Guarda. Devemos exercer
nossa auto-avaliação silenciosa. Não importa os outros, nesse quesito.
Então, que possamos nos atentar para essas reflexões de Emmanuel
e lembrar daquela anterior a essa, nesse livro, que em relação à retribuição
que podemos ter ao aderir ao Cristianismo pode, segundo Emmanuel, ser expresso
no seguinte: Vencemos, em companhia dele,
para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência, guardando a
obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis[2]. Isso
pode significar a renúncia, a paciência, a esperança em dias melhores.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Deixo uma reflexão poética de L. Angel, nesta data em que se comemora o nascimento do Mestre.
A CARIDADE QUE SE CHAMOU JESUS
L. ANGEL 23/12/11
Um
dia qualquer,
Uma
Grande Luz na Terra desceu
Para
dar curso a um Grande Mister,
Sendo
Maria quem o concebeu.
O
amor aos semelhantes
E
a Deus acima de tudo,
Resumiu
o Decálogo num instante,
Deixando
os orgulhosos decerto mudos.
Em
sua curta passagem orientou a benevolência,
Indulgência
para as falhas por outros vividas
E
o perdão das ofensas, com consciência.
Ele
foi o Exemplo, a Luz,
Que
se disse o Caminho, a Verdade e a Vida.
Seu
nome? Era para ser CARIDADE, mas preferiu JESUS.
[1] Vide interpretação de A. Kardec em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 8.
[2] Vide Mensagem e Nossa Reflexão em A
Retribuição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário