domingo, 17 de setembro de 2017

INDAGAÇÃO OPORTUNA

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INDAGAÇÃO OPORTUNA
Disse-lhes: - Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?
ATOS (19:2).
A pergunta apostólica vibra ainda em todas as direções, com a maior oportunidade, nos círculos do Cristianismo.
Em toda parte, há pessoas que começam a crer e que já creem, nas mais variadas situações.
Aqui, alguém aceita aparentemente o Evangelho para ser agradável às relações sociais.
Ali, um indagador procura o campo da fé, tentando acertar problemas intelectuais que considera importantes.
Além, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara seguidor da Boa Nova, guiando-se pelas impressões de alívio físico.
Amanhã, todavia, ressurgem tão insatisfeitos e tão desesperados quanto antes.
Nos arraiais do Espiritismo, tais fenômenos são frequentes.
Encontramos grande número de companheiros que se afirmam pessoas de fé, por haverem identificado a sobrevivência de algum parente desencarnado, porque se livraram de alguma dor de cabeça ou porque obtiveram solução para certos problemas da luta material; contudo, amanhã prosseguem duvidando de amigos espirituais e de médiuns respeitáveis, acolhem novas enfermidades ou se perdem através de novos labirintos do aprendizado humano.
A interrogação de Paulo continua cheia de atualidade.
Que espécie de espírito recebemos no ato de crer na orientação de Jesus? O da fascinação? O da indolência? O da pesquisa inútil? O da reprovação sistemática às experiências dos outros?
Se não abrigamos o espírito de santificação que nos melhore e nos renove para o Cristo, a nossa fé representa frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.
NOSSA REFLEXÃO
Essa mensagem de Emmanuel nos chama a atenção para as questões de nossa fé, de nossa conversão ao Cristianismo. Vale para qualquer cristão, seja dessa ou daquela opção religiosa.
Somos todos endividados de nossa orientação religiosa. Somos provados e cobrados, a todo instante, no nosso cotidiano, seja pela nossa consciência, seja por outros cristãos de agremiações religiosas diferentes, quanto à nossa reforma íntima.
Nosso automatismo espiritual, ou seja, nossos hábitos seculares, ainda está incrustado em nós, seres espirituais. Então, quando chega a prova de nossa religiosidade, nem sempre estamos vigilantes quanto aos novos princípios adotados para nossa vida.
A fé divina[1] que devemos, então, exercer, fica em segundo plano e caímos.
Muitos são os simpatizantes do Espiritismo, outros se converteram pela dor, outros pela razão, e tem os que se converteram pelo amor. Paulo nos indaga qual o Espírito de nossa conversão, e Emmanuel nos esclarece que devemos abrigar o espírito da santificação, senão, qualquer situação que nos chame a atenção para outras verdades, que nos chame mais atenção espiritual, nos afastará, seja do Espiritismo, seja do Cristianismo. Senão isso, mesmo vinculados ao Espiritismo, teremos a nossa fé tão somente para analisar as faltas alheias.
Que cuidemos de nossa reforma íntima para voltarmos ao plano espiritual muito melhor do que aqui chegamos.
Que Deus nos ajude.
Domício.



[1] Vide sobre a fé em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 19, especialmente o Item 12.

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