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ERGAMO-NOS
Levantar-me-ei
e irei ter com meu pai...
LUCAS (15:18).
Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços
paternos, resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento
reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço
edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na
reestruturação dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do lar paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos
as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo
com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de
nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente
de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao
nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos
sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em
nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que
desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para
a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
“Levantar-me-ei” – disse o moço da parábola.
“Levantemo-nos” – repitamos nós.
NOSSA
REFLEXÃO
O
retorno à casa do Pai não pode ser coisa melhor, depois de o ter abandonado
para viver uma vida desregrada. A parábola do Filho Pródigo é uma prova do Amor
de Deus às suas criaturas. O Pai respeita as escolhas do filho, sabendo que
adquirirá maturidade depois de viver o resultado delas.
Isso nos
remete a bem-aventurança dos aflitos que compreendem que se sofrem na atual
existência, as causas do sofrimento podem se encontrar nas ações tomadas contra
si mesmo, ainda nessa existência[1]. Num momento de reflexão,
retoma a consciência e se volta para o Pai, desejando tomar outro rumo.
Entretanto, o retorno é considerado com alegria pelo Pai, mas o filho tem que
recuperar o tempo perdido, trabalhando com muito esforço e às vezes sofrendo
com alguma dor que as ações, contra si mesmo, causaram ao seu corpo e às relações
com os semelhantes. Como diz Emmanuel, nesta mensagem, “(...) Aperfeiçoamento
pede esforço. Panorama dos cimos pede ascensão. Se aspiramos ao clima da Vida
Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus”.
Do mesmo modo, como Pais, devemos ter em mente que os
filhos, que não são nossos filhos, devem sempre ser perdoados pelas suas ações
que implicaram em um resultado negativo, mesmo que tenham sido advertidos/aconselhados
a não fazê-las.
Que tenhamos a coragem, sempre, de levantar a cabeça e
lembrar que temos um Pai que perdoa e nos dá oportunidades de retomar nossa
evolução de onde paramos.
Que Deus nos
ajude.
Domício.
[1]
Veja o Cap. V do O
Evangelho Segundo o Espiritismo, item 4 (Causas Atuais das Aflições) de
Allan Kardec.
Acrescento a mensagem, que segue, de Emmanuel, retirada do livro Palavras de Luz (FEB) que contém uma coletânea de mensagens de Emmanuel, retiradas de seus livros psicografados por Chico Xavier:
ResponderExcluir"Desajustado na Terra, pede ao Além a mensagem de reconforto e harmonia. Semelhante momento, porém, é profundamente expressivo no destino de cada alma, porque, se o coração que pede é portador de boa vontade, a resposta da vida superior não se faz esperar e um novo caminho se desdobra à frente da alma opressa e fatigada que se volta para o Além, cheia de amor, sofrimento e esperança".
Do livro Roteiro (FEB), capitulo 11 (A fé religiosa).