domingo, 10 de setembro de 2017

ERGAMO-NOS

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ERGAMO-NOS
Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...
LUCAS (15:18).
Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do lar paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acordo com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
“Levantar-me-ei” – disse o moço da parábola.
“Levantemo-nos” – repitamos nós.
NOSSA REFLEXÃO
O retorno à casa do Pai não pode ser coisa melhor, depois de o ter abandonado para viver uma vida desregrada. A parábola do Filho Pródigo é uma prova do Amor de Deus às suas criaturas. O Pai respeita as escolhas do filho, sabendo que adquirirá maturidade depois de viver o resultado delas.
Isso nos remete a bem-aventurança dos aflitos que compreendem que se sofrem na atual existência, as causas do sofrimento podem se encontrar nas ações tomadas contra si mesmo, ainda nessa existência[1]. Num momento de reflexão, retoma a consciência e se volta para o Pai, desejando tomar outro rumo. Entretanto, o retorno é considerado com alegria pelo Pai, mas o filho tem que recuperar o tempo perdido, trabalhando com muito esforço e às vezes sofrendo com alguma dor que as ações, contra si mesmo, causaram ao seu corpo e às relações com os semelhantes. Como diz Emmanuel, nesta mensagem, “(...) Aperfeiçoamento pede esforço. Panorama dos cimos pede ascensão. Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus”.
Do mesmo modo, como Pais, devemos ter em mente que os filhos, que não são nossos filhos, devem sempre ser perdoados pelas suas ações que implicaram em um resultado negativo, mesmo que tenham sido advertidos/aconselhados a não fazê-las.
Que tenhamos a coragem, sempre, de levantar a cabeça e lembrar que temos um Pai que perdoa e nos dá oportunidades de retomar nossa evolução de onde paramos.
Que Deus nos ajude.
Domício.




[1] Veja o Cap. V do O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 4 (Causas Atuais das Aflições) de Allan Kardec.

Um comentário:

  1. Acrescento a mensagem, que segue, de Emmanuel, retirada do livro Palavras de Luz (FEB) que contém uma coletânea de mensagens de Emmanuel, retiradas de seus livros psicografados por Chico Xavier:
    "Desajustado na Terra, pede ao Além a mensagem de reconforto e harmonia. Semelhante momento, porém, é profundamente expressivo no destino de cada alma, porque, se o coração que pede é portador de boa vontade, a resposta da vida superior não se faz esperar e um novo caminho se desdobra à frente da alma opressa e fatigada que se volta para o Além, cheia de amor, sofrimento e esperança".
    Do livro Roteiro (FEB), capitulo 11 (A fé religiosa).

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