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A EXEMPLO DO CRISTO
Ele bem sabia o que havia no homem.
João (2: 25).
Sim, Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca
se deixou impressionar negativamente.
Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice
para a benemerência.
Não desconhecia que Madalena era possuída pelos gênios do
mal, entretanto, renovou-a para o amor puro.
Reconheceu a vaidade intelectual de Nicodemos, mas deu-lhe
novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida.
Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a
pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo
do Cristianismo nascente.
Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo.
Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto
da afeição.
Jesus preocupou-se, acima de tudo, em proporcionar a cada
alma uma visão mais ampla da vida e em quinhoar cada espírito com eficientes
recursos de renovação para o bem.
Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a
inferioridade e a imperfeição.
A exemplo do Cristo, ajuda quanto possas.
O
Amigo Divino sabe o que existe em nós... Ele não desconhece a nossa pesada e
escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de
hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.
NOSSA REFLEXÃO
Nesse nosso mundo, somos todos endividados com as Leis
divinas. Deus em sua misericórdia infinita, não apenas grafou as suas Leis em
nossa consciência[1],
mas enviou, primeiramente, Profetas para nos aproximar mais dele, pois que já havíamos
nos distanciado dele, mesmo com a consciência tendo os elementos básicos de convivência
com os semelhantes, com a natureza e com Ele.
Em seguida, nos enviou Moisés para estabelecer uma unidade
com Ele. Mais à frente, chegou para nós, o que de melhor nosso Pai poderia nos
enviar: Jesus Cristo[2]. O Cristo não só nos
lembrou as Leis de Deus, apresentando-o como um Pai amoroso e justo, mas
vivenciou a identidade com Ele, de modo que até hoje há religiões que o
confunde com Ele. Mas a sua vinda, como Ele mesmo nos disse, não era suficiente
para entendermos tudo o que Ele falava por parábolas e nos enviou o Espiritismo[3].
Jesus viveu entre Espíritos, apesar de muita boa vontade no
coração, ainda imperfeitos, inseguros na fé. Todos os Apóstolos foram testados
em sua fé, e muitos negaram-na. No entanto, o Cristo não os desconsiderou, pois
“Ele bem sabia o que havia no homem” (João, 5:25), como Emmanuel nos lembra no
frontispício desta mensagem, ora refletida por nós.
Emmanuel nos lembra de seguir o Cristo, exemplificando o
conhecimento já adquirido por nós.
Que Deus nos ajude a não deixarmos as tentações nos vencer,
deixando a Cortina do “Eu” se fechar para nós.
Domício.
[1] O Livro dos Espíritos, questão nº 621.
Onde está escrita a lei de Deus? “Na consciência.” a) — Visto que o homem traz
em sua consciência a lei de Deus, que necessidade havia de lhe ser ela
revelada? “Ele a esquecera e desprezara. Quis então Deus lhe fosse lembrada.”
[2] O Livro dos Espíritos, Questão nº 625. Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido
ao homem, para lhe servir de guia e modelo? “Jesus.”
[3] Vide sobre as três revelações em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I.
"Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida abundante". Emmanuel (In: Livro da Esperança. Ed. Comunhão Espírita Cristã. Cap. 11 / Sementes do Evangelho - Amor. FEB, 2014).
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